Bom dia,

Hoje é quarta-feira (05.05). Já era esperado. Ontem, por mais de sete horas seguidas, o ex-ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, o primeiro dos quatro ministros a ocupar a pasta mais importante no combate à pandemia da Covid-19, até agora, no governo Bolsonaro, prestou um longo depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada no Senado Federal para apurar a responsabilidade do governo federal frente a pior crise sanitária do Brasil. E não deu outra. Demitido do cargo em maio de 2020, Mandetta deixou claro que foi afastado do cargo por conta das divergências com Bolsonaro, especialmente quanto a adoção pelo Ministério da Saúde da política de afastamento social, e do uso de máscaras, como principal protocolo, recomendado por todas as autoridades médicas e organizações internacionais, para minimizar a velocidade de contaminação do vírus. O ex-ministro disse também que outro ponto de atrito com o presidente foi sua recusa de adotar, oficialmente, pelo Ministério da Saúde, a prescrição da Ivermectina e da Hidroxicloroquina como protocolo terapêutico no combate a Covid-19.

Como quer a oposição, que comanda com larga maioria a CPI, o depoimento do médico e ex-deputado federal, Luís Henrique Mandetta, que é filiado ao  Democratas, forneceu elementos suficientes para que o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), venha a responsabilizar diretamente o presidente da República Jair Bolsonaro (ainda sem partido) pelo agravamento da pandemia da Covid-19 no Brasil, que á acumula mais de 420 mil vítimas fatais. Uma conclusão como essa, tem o objetivo expressamente eleitoral para ser usada nas eleições de 2022. No extremo, a responsabilização de Jair Bolsonaro por parte das mortes e sequelas devido à Covid-19 poderia subsidiar a abertura de processo de impeachment contra o atual presidente da República. Acontece, que Bolsonaro, diferente de Collor e Dilma, tem ainda o apoio de expressiva parcela da população, disposta a ir às ruas para defender seu mandato conquistado nas urnas por mais de 56 milhões de votos.           

DE BOA

Quem apostava no rompimento político definitivo entre o governador Antonio Denarium (sem partido) e seu vice, o médico Frutuoso Lins (Solidariedade) perdeu. Depois de rusgas públicas, os dois voltaram a ter boas relações pessoais e políticas com frequentes encontros de trabalho. Na madrugada de hoje, por exemplo, Denarium e Frutuoso estavam lado a lado, anunciando desde o Aeroporto Internacional Atlas Brasil Cantanhede, o recebimento das primeiras doses de vacinas da Pfizer, que serão destinadas às pessoas com comorbidades.

VACINAS

No dia seguinte a sua posse como novo secretário estadual de Saúde, Airton Cascavel foi para Brasília. Na pauta da viagem, entre outras, Cascavel leva a reivindicação do governo de Roraima para a obtenção junto ao Ministério da Saúde, de uma cota extra de 20.000 doses de vacinas contra a Covid-19, que seriam destinadas a imunização dos professores e dos trabalhadores da Educação roraimenses. A medida foi anunciada como prioridade na nova administração da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) que começa a oitava chefia no governo de Antonio Denarium.

CAZUZA

Nos versos de uma de suas mais conhecidas canções, Cazuza diz que “sua piscina está cheia de ratos/suas ideias não correspondem aos fatos”. Os ambientalistas brasileiros, a serviço do Regime Internacional de Meio Ambiente, dizem aos quatro ventos que a política ambiental do governo de Jair Bolsonaro  está, e vai no futuro ainda mais, prejudicar as relações comerciais do Brasil com o resto do mundo. Pois bem, o saldo do balanço de comercial (exportações menos importações) do Brasil foi, em abril último, de mais de US$ 10,00 bilhões, o maior de nossa história num único mês. O mais importante: no período, em relação ao desempenho de abril/2020, cresceram substancialmente tanto as exportações (mais de 50%) e as importações (mais de 40%). O que mostra que as regras do comercio internacional são regidas especialmente pelo pragmatismo.

PLANTÕES

Uma fonte da Parabólica informou à coluna que um dos desdobramentos da Operação Alésia, deflagrada em dezembro passado pela Polícia Federal, é investigar o recebimento de valores de plantões, que policiais penais teriam sido escalados para cumprir dentro do sistema prisional, e não compareceram ao local de trabalho para o expediente. A operação teve o objetivo de desarticular organização criminosa incrustada na estrutura da Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania de Roraima (Sejuc), e resultou na prisão de diversos servidores púbicos.

FUMAÇA

Onde há fumaça, há fogo, diz a sabedoria popular. Daqui da Parabólica, dissemos da possibilidade de uma aliança entre o presidente Jair Bolsonaro e o velho, e fisiológico, MDB. Pois bem, depois de uma conversa com o ex-presidente José Sarney, felpuda raposa política emedebista, o presidente tentou marcar uma conversa com o relator da CPI do Senado Federal, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Alegando ter recusado falar com o ex-presidente Lula da Silva (PT), Renan Calheiros não aceitou conversar com o presidente Jair Bolsonaro. É fumaça indicadora de que interessa a Bolsonaro cooptar o MDB, o que não é tarefa difícil. A história política recente do Brasil mostra isso.