Bom dia,
Hoje é quarta-feira (16.04). Os reservatórios das principais hidroelétricas do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste brasileiros estão com nível d’água em situação crítica devido a falta de chuvas naquelas regiões. Em decorrência disso as autoridades do setor elétrico do país já anunciam aumento na tarifa da energia para as próximas semanas por conta da necessidade de pôr em funcionamento as usinas térmicas movida a carvão e as óleo diesel e carvão, muito mais caras e poluentes. Em média, as estimativas apontam para um reajuste mínimo de 20% na tarifa, tanto dos consumidores familiares quanto nas demais categorias. Na prática, os brasileiros pagarão duplamente, de um lado na conta da energia consumida; na outra ponta, pela inflação de custo transferida que será ao preço dos bens e serviços consumidos.
Na contramão disso, os rios amazônicos apresentam recordes históricos de cheias, transbordando e inundando pequenas, médias e grandes cidades da região Norte. O Brasil tem hoje, em estudo, alguns quase concluídos, projetos para a construção de 47 hidroelétricas, das quais 25 na região Norte. Estivessem essas hidroelétricas em funcionamento, aquelas alimentadas por rios amazônicos estariam produzindo energia elétrica no limite máximo, em nível mais que suficiente para compensar toda a carência das hidroelétricas localizadas nas outras regiões brasileiras. Evitando a poluição das termoelétricas movidas a diesel/carvão, e sem exigir aumento da inflação para uma população que já está no limite da sobrevivência.
O Brasil ainda tem uma das matrizes energéticas mais limpas e baratas do planeta, com 75% da energia gerada proveniente de fonte hidráulica, apesar de explorar menos de 50% do potencial hídrico do país. Nós dominamos a melhor tecnologia de construção de hidroelétricas do mundo o que permitiria, até com capital privado, ampliar a produção de energia limpa e barata o que colocaria o país na vanguarda da proteção ao clima e com custo/produtividade inigualável no mercado globalizado. Isso elevaria a competividade dos produtos brasileiros no mercado global em nível suficiente para rivalizar com a exportação dos países desenvolvidos, que lideram o movimento ambientalista mundial. Esta é a raiz dos obstáculos que impedem o Brasil de construir hidroelétricas. Amanhã contamos mais.
PROBABILIDADE
Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, o deputado Édio Vieira Lopes (PL) disse a Parabólica que a probabilidade de haver racionamento de energia elétrica no Brasil neste ano de 2021 é de 90%. Com relação a ocorrência de apagões no Sistema Elétrico Interligado brasileiro essa probabilidade é de 70%, sem falar no aumento de tarifa que já está a caminho com certeza. O parlamentar disse isso depois de presidir uma audiência pública na Câmara dos deputados, com a presença de todos os dirigentes do setor elétrico brasileiro.
SUSPENSA
A iniciativa da presidência da Fundação Nacional do Índios (Funai) de pedir à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar crimes, que estariam possivelmente sendo praticados por funcionários da própria autarquia, e por indígenas Wamiri-Atroari no processo de consulta às comunidades indígenas sobre o Projeto Básico Ambiental (PBA), Componente Indígena (CI), do Linhão de Tucuruí, resultou na paralisação do processo. Mário Parwe Atroari, diretor gerente da Associação Comunidade Wamiri-Atroari (ACWA, e um dos acusados pela Funai, expediu Carta, com data de ontem, terça-feira (15.06), comunicando que o processo de consulta está suspenso e que não haverá mais diálogo com os atuais dirigentes da autarquia.
DESTINATÁRIOS
A Carta assinada pelo presidente da ACWA foi destinada à secretária de Apoio ao Licenciamento Ambiental, Rose Mírian Hofmann; ao secretário nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Esequiel Roque do Espírito Santo; e ao secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Limp Nascimento. No documento, os indígenas pedem que a Funai (Fundação Nacional do Índio) não participe de negociações sobre o Linhão de Tucuruí, alegando que a atual presidência da Funai teria feito acusações contra indígenas e a associação sobre a prática de atos ilícitos.
PRESSÃO?
E parece que o feitiço se voltou contra o feiticeiro. Consultado pela Polícia Federal sobre a denúncia do presidente da Funai, o Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM) pediu o arquivamento do pedido de abertura do processo investigatório. O MPF-AM entendeu que o pedido de abertura de investigação teve com finalidade principal pressionar os indígenas a apressarem o processo de consulto sobre o PBA-CI, do Linhão de Tucuruí. E não parou aí. Vai solicitar à Justiça, a abertura de um inquérito judicial por Improbidade Administrativa e por litigância de má-fé contra o presidente Funai. E agora?
RAKING
Uma boa notícia para os roraimenses. O Banco Mundial acaba de publicar um estudo sobre ambientes de negócios. Neste ano a avaliação envolveu 190 países mundo a fora. No caso do Brasil a abrangência abarcou os 26 estados e o Distrito Federal. Roraima ficou em segundo lugar, perdendo apenas para São Paulo e empatado com Minas Gerais. Que bom, estamos sendo destaque positivo, o que é raro de acontecer.