A FAMÍLIA BRASIL – em Roraima.
Gente da nossa gente – personagens da nossa história.
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A FAMÍLIA BRASIL é originária do Município de Mombaça, no Estado do Ceará.
O sobrenome “BRASIL” foi adotado nos idos de 1824, logo após a “Confederação do Equador” – movimento de revolta popular que pretendia, a partir do Nordeste, implantar a República no Brasil, o que contrariou o Imperador Dom Pedro I, que poucos meses antes, havia dissolvido a Assembléia Geral Constituinte e outorgado em 25/03/1824 a 1ª Constituição.
Como reação à essa atitude arbitrária de Pedro I, os Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará se sublevaram. Mas, diante da forte e numerosa tropa Imperial, comandada por Francisco de Lima e Silva, por terra, e por Lord Cochrane, por mar, que se deslocaram para Recife, tomando àquela capital em 12/09/1824, os principais líderes do movimento revolucionário foram presos, enquanto outros foram mortos, como Frei Caneca.
No Estado do Ceará os líderes do movimento fizeram um pacto entre si para que adotassem um sobrenome de origem regional. Assim, os revoltosos da família Alencar, liderados por José Martiniano de Alencar (pai do escritor José de Alencar), a sua esposa Bárbara e o filho Tristão Gonçalves adotaram o sobrenome “Araripe”.
O Padre José da Costa Braga adotou o sobrenome de “Jaguaribe”; José Ferreira Lima adotou o sobrenome “Sucupira”;
O Padre Inácio de Loiola Albuquerque Melo, adotou o sobrenome “Mororó”.
E, os irmãos Bento Ferreira Marques e Leonardo Ferreira Marques, adotaram o sobrenome “Brasil”. Eis, portanto, a origem da família Brasil, uma das mais tradicionais em Roraima.
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Com a abdicação do Imperador D. Pedro I (1831) e a implantação da Regência, os líderes da “Confederação do Equador” que não haviam sido fuzilados, foram anistiados, dentre eles os dois irmãos, já com os novos sobrenomes: Bento Brasil e Leonardo Brasil, e ingressaram na vida militar em 1840.
No mesmo ano Bento tornou-se Alferes, espécie de Tenente. E, em 1850, depois da participação em combates no Uruguai e na Argentina, foi promovido a Capitão.
Seu irmão Leonardo Ferreira Marques Brasil, foi agraciado com o título de “Barão de São Leonardo”. Após a Guerra, ele veio para Manaus onde se tornou Presidente da Província do Amazonas (Governador). E, em 1868, com o início do ciclo da borracha, Leonardo implantou a iluminação da cidade de Manaus, construiu o Palácio residencial, além do Liceu e o Jardim Botânico do Amazonas.
Quanto ao Capitão Bento Ferreira Marques Brasil, foi para a região de Jaguarão no Rio Grande do Sul, onde se casou com Cecília Correia Ruiz.
Em 1855, apresentou-se em Manaus para comandar o contingente das Guarnições da Província do Amazonas. E, em abril do mesmo ano, veio para o vale do rio Branco assumir o comando do Forte de São Joaquim. Quando terminou seu tempo de serviço miliar, fundou a fazenda São Pedro à margem esquerda do rio Branco.
Da união de Bento Marques Brasil com Cecília Ruiz, nasceram vários filhos. Dentre eles Theodoro Bento – pai de Adolpho Brasil.
Theodoro Bento recebeu as insígnias de coronel da Guarda Nacional, passando a ser conhecido como “Coronel Bento Brasil” – hoje nome de uma rua no centro de Boa Vista. E, como político, foi quatro vezes Deputado Estadual representando o município de Boa Vista do Rio Branco na Assembleia Estadual do Amazonas. Depois, foi eleito Senador, quando teve seu mandato cassado por atos revolucionários dos que assumiram o poder na época.
Seus três filhos: Jaime Brasil, Adolpho e Aluísio, assim como o seu neto Olavo foram prefeitos de Boa Vista. Aluísio, posteriormente, foi prefeito de Manaus.
Adolpho Brasil casou-se em primeiras núpcias com Ester Mota e, em segundo casamento, com Theresa Lopes de Magalhães. Dessa união nasceram os filhos: Oder, Maria das Dores Brasil (nome de Escola), Maria Thereza, Amazonas, Riobranco, Parimé, Aníbal Tepequém, Adolfo Filho, Petita (Luiza Carmem) e Cecy Lya Brasil.
Adolpho (Adolfo) Brasil nasceu na freguesia de Nossa Senhora do Carmo (hoje Boa Vista), em 1887. Foi diamantário e proprietário do Tepequém; dono de inúmeras fazendas e de embarcações; foi também Grão-Mestre e um dos fundadores da Grande Loja Maçônica de Roraima; Político, foi presidente da ARENA; PREFEITO (em 1934) instalou a primeira termoelétrica de Boa Vista.
Adolpho faleceu no dia 15/03/1974. E, a esposa Theresa Magalhães, no dia 27/07/2003.
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Em Boa Vista, homenageando esta família, há a Avenida Jaime Brasil, a Rua Cecília Brasil, a Rua Bento Brasil, a Escola Maria das Dores Brasil (no Bairro 13 de Setembro) e a Rua Adolpho Brasil. Já na fronteira a leste entre o Brasil e a Guiana, a ponte sobre o rio Tacutu – ligando os dois países -, foi denominada de “Ponte Internacional Prefeito Olavo Brasil Filho”. Esta ponte liga a cidade brasileira de Bonfim, no Estado de Roraima, à cidade guianense de Lethem, na região de Alto Takutu-Alto Essequibo.