Bom dia,

Hoje é sexta-feira (25.06), a última do primeiro semestre deste 2021. Um olhar atento sobre a realidade brasileira, tomando como amostra Roraima, é capaz de revelar, ou pelo menos indicar, um cenário suficiente para que a sociedade civil e o Estado brasileiro, em todos os seus níveis, definissem um rumo a seguir para a construção de uma pátria livre e solidária. Um rumo, que seguramente não deveria ser apenas da direita ou da esquerda, mas de todos aqueles que ainda acreditam nas instituições como elementos fundamentais da democracia, que não podem se resumir à esfera política, mas devem alcançar a busca nacional de um país forte e respeitado na comunidade internacional.

Quem se debruça com olhos críticos sobre certos elementos da realidade roraimense pode extrair alguns aspectos da severa crise econômica, sanitária, social e política que se abate sobre quase todos. A primeira das aparências, que solta aos olhos críticos de quem observa a realidade local é o problema sanitário da população. Elementos dessa realidade parecem indicar que somos uma população de doentes. Senão vejamos: o enorme estacionamento do Hospital Geral de Roraima (HGR), o maior do estado, vive apinhado de veículos; suas instalações sempre lotadas de pacientes e familiares deles; outras instalações daquela unidade hospitalar (laboratórios e unidade especializadas) vivem igualmente com a presença de pessoas em seus interiores e corredores.

Faz pouco tempo, o governo do estado vem utilizando as instalações da antiga Área de Proteção e Cuidado (APC), da Operação Acolhida, para criar um hospital de retaguarda para atendimento dos pacientes de Covid!9, e para o funcionamento de uma maternidade, enquanto são feitas reformas estruturais na Maternidade Nossa Senhos de Nazaré. A quem passa atualmente pela avenida Brasil, onde se localiza aquela instalação, não escapa observar que a imensa área de estacionamento, interno e externo, daquelas unidades hospitalares provisórias permanecem literalmente lotadas de carros, motos e bicicletas.

Com as unidades de saúde à cargo da Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV), a situação não é diferente. O Hospital Infantil Santo Antônio vive com estacionamento e instalações literalmente lotados de gente atrás de tratamento. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) a realidade não é diferente. Todos os dias milhares de pessoas, especialmente as mais pobres, são atendidas e outro tanto não consegue o atendimento por falta, especialmente de profissionais médicos. Laboratórios próprios e terceirizados pela PMBV, andam quase sempre demandados por gente, muito além de sua capacidade.

Na área da medicina privada nossa realidade não é diferente. Com perdão do exagero, parece existir em Boa Vista, no centro e na periferia da cidade, uma farmácia em cada quarteirão; nalgumas, até filas se formam para pedir e pagar remédios cada dia mais caros. Os consultórios privados, com preço de consultas, que variam de 300 a 600 reais, também vivem quase sempre lotados., e são muitas as especialidades onde não é possível marcá-las com menos de 30 dias.

Perdão, aos leitores e às leitoras, por ocupar tanto espaço da Parabólica com um único tema, mas nossa intenção é fornecer informação para que o final de semana seja aproveitado para refletirmos sobre a forma enviesada de tratar da saúde da população brasileira. Há algo de errado nisso. Por certo, necessitamos de mais prevenção, em vez de saúde curativa. E isso só pode ser alcançado com cuidados sanitários e melhor alimentação, o que será objeto de nosso comentário na próxima segunda-feira.

E AGORA?

O presidente Jair Bolsonaro estava negociando sua filiação no Patriotas com o presidente nacional da agremiação, Adilson Barroso. Ontem, ele foi afastado do cargo em decisão da Convenção Nacional -que ele não reconhece a validade-, e agora antes aceitar a entrada de novos filiados ao partido, os novos dirigentes querem decidir primeiro se o Patriotas vai lanças candidatos para disputar a Presidência da República e os governos de estados em 2022. E agora?    

FUNDIÁRIA

O governador Antônio Denárium fez algumas alterações na política fundiária e de regularização rural do Estado de Roraima, conforme decreto número 30.477-E, publicado no diário de terça-feira (22), divulgado ontem (24). Entre as mudanças estão: áreas superiores a quatro módulos fiscais, se presume que a parte interessada possua condições financeiras de custear as despesas para regularização da área pretendida, especialmente as despesas dos serviços de georreferenciamento. Também será exigida comprovação da prática de cultura efetiva proporcionalmente ao tamanho da área que o interessado pretende regularizar, e somente será emitido o título definitivo de propriedade aos que comprovarem a prática de cultura efetiva em pelo menos 50% do tamanho da área disponível para a prática de cultura efetiva.

DESPEDIDA

General Antônio Manoel de Barros, coordenador da Operação Acolhida em Roraima, anunciou que no mês de agosto deste ano deixará o comando da Força-Tarefa Humanitária. Ele vai para a reserva remunerada depois de 43 anos prestados ao Exército Brasileiro. Quando assumiu o comando, em janeiro de 2020, sua gestão focou na interiorização de imigrantes venezuelanos. Sua meta era chegar a 3 mil pessoas interiorizadas por mês. Até abril deste ano, um total de 50.475 mil venezuelanos foram beneficiados com o processo de interiorização no Brasil, desde abril de 2018. Do total, 46.198 foram interiorizados via aérea e 4.277 de ônibus. 675 municípios acolheram os migrantes.

RACIONAMENTO

A possibilidade de racionamento de energia elétrica, a partir do mês de outubro, por conta dos reservatórios de água das regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por 70% da geração de energia do país -que estão com apenas 30,2% de sua capacidade-, foi descartada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. No entanto, o ministro alertou para a importância de medidas que evitem o risco de interrupção no fornecimento em horários de pico e a dependência do próximo período de chuva. 

LOTERIAS

As loterias federais geraram R$ 2,74 bilhões em arrecadações no primeiro quadrimestre de 2021. A informação consta no 1º Relatório do Mercado Brasileiro de Loterias, divulgado pelo Ministério da Economia. O valor é 13% maior do que aqueles  contabilizados durante o mesmo período de 2020. Esses valores incluem os repasses sociais ao Tesouro Nacional e o Imposto de Renda. Com os recursos obtidos a partir dessas loterias, os repasses para a Educação aumentaram em 192%, passando de R$ 120 milhões para R$ 350 milhões.