O impacto da pandemia e o papel da tecnologia no ensino médico
Por Marcelo Lancerotti
É certo que o surgimento da pandemia afetou diretamente todo o setor de saúde. Os hospitais e instituições da área tiveram suas rotinas transformadas em questão de dias, em um contexto de incertezas até para os profissionais mais experientes. Não distante disto, o segmento de educação também sofreu com as mudanças de hábitos, paralisação das atividades, novos formatos e a necessidade de inclusão de novas tecnologias para viabilizar a qualidade do ensino.
Diante deste cenário, as universidades de medicina viram-se cercadas de novos desafios. Como lidar com uma emergência mundial em saúde, com adaptações às novas metodologias de ensino, com escassez de profissionais – que migraram das salas de aula para a linha de frente no combate ao COVID -, ao mesmo tempo em que precisam garantir a formação de profissionais capacitados? Tudo isso tem levado a uma verdadeira revolução na educação médica, que precisou de uma transformação brusca para conseguir cumprir este papel.
Os principais desafios da educação médica
Com o isolamento social imposto pela pandemia, as universidades, independente da fluência em TI, tiveram que se adaptar – como todo o mercado – e adotar um novo modelo de ensino: o EAD. Mas como manter o engajamento dos alunos neste novo processo de aprendizagem e propiciar a própria retenção do conhecimento? Em especial, levando em consideração a diferença de perfis de alunos, classes sociais, níveis de familiaridade com a tecnologia e os graus de maturidade das universidades no que tange o uso destas ferramentas.
É fato que, antes mesmo da pandemia, muitas universidades de medicina vinham apostando em metodologias ativas de ensino, para garantir a formação de profissionais capacitados e mais independentes. De certa forma, estes métodos possibilitam, por exemplo, a montagem de grupos de estudo e de salas invertidas, que tem como papel estimular os alunos a buscarem conhecimento espontaneamente e não aguardar apenas as informações trazidas pelos professores durante o período de aula.
Mesmo com esta atualização por parte das instituições, nada se compara à transformação gerada por este novo cenário. A mudança cultural e de espaço, bem como a inclusão de um ambiente 100% digital, desencadearam incertezas sobre o futuro acadêmico para a maioria dos alunos, agravadas pelo cancelamento temporário e emergencial das atividades práticas daqueles que cursam os primeiros ciclos da graduação.
Claro que o cenário abrupto abriu os olhos de toda a comunidade acadêmica para a necessidade de investimentos em tecnologia. Em um momento inicial, a ideia era dar continuidade ao processo de formação dos alunos, em diferentes estágios do curso, não só para não atrasar seus estudos, mas também prepará-los para atuação imediata.
O papel da tecnologia no ensino médico
No entanto, o que foi feito é um grande passo para novas possibilidades e para a evolução da educação médica quando o cenário estiver mais próximo da normalidade. Em algumas instituições, as aulas online, além de mais interativas, ganharam o reforço de plataformas mais atualizadas e condizentes com a realidade dos estudantes e com as necessidades de cada universidade, que poderão ser utilizadas para melhorar a infraestrutura e expandir as formas de ensino, mesmo em um cenário pós-pandemia.
Para os alunos em ciclos mais avançados, em que os atendimentos em hospitais e postos de saúde fazem parte da realidade e do dia a dia, o desafio era outro: Como ter acesso a conteúdos médicos confiáveis e de qualidade, enfrentando ora a carência de orientações e, em um segundo momento, um volume avassalador de informações – muitas delas sem embasamento científico – que surgiam e mudavam a todo momento?
Este novo contexto exigiu um forte crivo sobre as diretrizes mais atualizadas a serem seguidas. Primeiro, para preparar o corpo docente para que ele pudesse transferir esse conhecimento para os alunos. Segundo, para dar suporte a estes estudantes no momento de tomada de decisões importantes.
O paradigma da medicina baseada em evidências é bem reconhecido pela classe médica, mas é relativamente recente e ainda está em evolução. No entanto, já se percebe uma mudança interessante no sentido de usar as tecnologias como validação científica.
Neste momento, os recursos de suporte à decisão clínica tornaram-se um dos pilares para auxiliar o trabalho desenvolvido pela área médica e garantir a efetividade clínica. As evidências assumiram um papel fundamental em um momento delicado.
Com o passar do tempo, o cenário pandêmico tende a se aproximar do fim em diversas partes do mundo. No entanto, as consequências e o impacto tecnológico gerados neste momento devem permanecer como um forte aliado para o futuro da evolução do ensino médico nas universidades.
Marcelo Lancerotti é Country Manager da unidade de Efetividade Clínica da Wolters Kluwer, Health no Brasil.
Artigo: Cuidados no contrato de aquisição de Imóvel na planta
*Victor Fornos Hadid
O Brasil voltou a ter muita opção para aquisição de imóvel na planta. As incorporadoras voltaram a prosperar e aquecer o mercado com novos produtos. Isso tudo fomentado pela baixa dos juros e opções de financiamentos bancários com taxas mais atrativas.
O fato é que as Incorporadoras, principalmente após a legislação que regrou de forma bastante clara as possibilidades de distrato (Lei 13.786/2018) e após incontáveis processos judiciais, têm utilizado contratos bastante extensos que por muitas vezes pecam pelo excesso de informações.
A presente abordagem não visa a plena segurança de aquisição, que por certo passaria pela análise do registro da incorporação no Registro de Imóveis, com a verificação dos alvarás de construção e todos os outros compromissos daquilo que irá compor o futuro empreendimento imobiliário.
Hoje, esse tipo de análise para aquisição de imóveis na planta é feito geralmente por grandes investidores. Os compradores do “varejo” optam pela confiança que as grandes marcas de incorporação acabam, por sua história, criando.
Pensando nessa abordagem de confiança, listei abaixo alguns itens que devem ser observado pelos compradores para que fiquem ainda mais por dentro do que estão comprometendo, e assim tranquilos:
Guarde todos os materiais publicitários: e-mails, folders, absolutamente tudo que contenha descritivo do imóvel, mesmo que tenha o dizer “imagens meramente ilustrativas”; Fique atento ao valor total do negócio, e seu índice de correção: sua negociação comercial pode sim ser isenta de correção, e se isso ocorrer precisa estar expresso no contrato. A maior parte das vendas tem seus valores corrigidos pelo INCC (Índice Nacional da Construção Civil) até a data do habite-se e, após isso, é aplicado o IGP-M/FGV; Prazo de entrega do empreendimento: aqui duas atenções devem ser preponderantes: a primeira é a data de entrega do empreendimento, que usualmente vem com um prazo de tolerância de 180 dias; e a data de entrega da Unidade. Nesse ponto, o comprador deve se atentar que as incorporadoras já determinam que os impostos e valores condominiais passam a incidir da data do habite-se; Taxas para Cessão: se você está comprando um imóvel para investimento, fique atento para essa taxa. Isso porque da data de assinatura do contrato você já tem o direito sobre eventual venda da unidade, mesmo que ela ainda não tenha sido concluída. Normalmente as Incorporadoras cobram taxas entre 2% e 6% com a justificativa de que são necessários procedimentos administrativos para essa cessão.
E isso é verdade. A transferência do contrato gera uma movimentação administrativa relevante que justifica tal cobrança. Mas se está comprando pensando em vender no meio do caminho, negocie esse valor; Valores de Comissão de Corretagem: são contados nos dedos os empreendimentos que não são intermediados. Mas os valores de comissão podem compor o preço global do negócio desde que estejam muito bem explicitados. Não se trata de venda casada ou algo ilegal, por mais que o comprador tenha se dirigido ao stand de vendas; Condições de Distrato: aqui a última destas elencadas e importante atenção. Os contratos de venda e compra de imóvel, em regra, são irrevogáveis ou irretratáveis. Na prática, não é uma opção do comprador, ou do vendedor, desistir do negócio. Por algumas razões ele pode não seguir adiante, mas isso é e deve continuar sendo a exceção. E havendo essa desistência do comprador, a retenção poderá abarcar o valor integral da comissão de corretagem e até 50% dos valores já pagos. As incorporadoras mais sérias oferecem contratos padrões, mas as negociações individuais sempre são levadas em consideração. Por isso, com quem for o intermediador, fica a sugestão de se colocar em um papel todas as condições comerciais acordadas, e se alguma delas não estiver expressa no contrato, questione. Esse questionamento não é falta de respeito ou indelicadeza, é apenas a forma correta de se proteger frente a um importante passo que é a aquisição de um imóvel.
Victor Fornos Hadid é head da área imobiliária do FAS Advogados
O segredo da vida
Afonso Rodrigues de Oliveira
“O segredo da vida feliz é, portanto, controlar o conteúdo do nosso pensamento e das palavras que proferimos, procurando sempre evitar os pensamentos maus, negativos e pessimistas”. (César Celene)
Na verdade, nós só realizamos aquilo que desenhamos em nossas mentes. Mas não basta pensar. O importante é que pensemos ativamente e saibamos o que realmente queremos realizar. Não estou querendo ser um orientador. Estou apenas conversando. E é nas conversas maduras que expressamos realmente os nossos pensamentos. Você pode até nem concordar comigo. Tudo bem. Mas estamos conversando. E mesmo que você não possa expressar seus pensamentos nessa conversa, não faz mal. Expresse-o com seus pensamentos, sejam contra ou a favor. Isso só fará com que nossa conversa não seja útil. Meu queridíssimo amigo, Fernando Quintella gosta muito de brincar comigo. E sempre brincadeiras sérias e respeitosas, claro. E certo dia, depois que comecei a martelar sobre esse assunto, ele me disse: “Cara, você está se tornando um Lair Ribeiro do lavrado”. Rimos e adorei a brincadeira. E foi mera brincadeira. O Quintella sabe que não pretendo ser nenhum bacana no assunto. Só quero dizer o quanto ando, não preocupado, mas querendo colaborar para vivermos mais felizes, sobretudo diante de uma pandemia.
E um dos papéis mais importantes na tarefa é pensar positivamente. Nada de choros nem alardes. Podemos, e até devemos chorar as perdas. Mas apenas como sentimento de amor. Mas não devemos nos curvar diante do inimigo. Já sabemos que a arma mais importante e poderosa contra o vírus inimigo é a racionalidade. E ser racional é pensar no poder que temos para enfrentar e vencer o inimigo, seja ele qual for. Paremos de perder tempo com blá-blá-blás vazios em críticas e comentários ocos. Procuremos entender racionalmente a maneira mais eficaz de nos livrarmos do inimigo. Ele jamais será mais poderoso do que nós, se nos valorizarmos.
Na verdade, o que estamos enfrentando é uma nova guerra. E elas sempre virão para nos chamar a atenção. E nenhuma guerra é mais poderosa do que a silenciosa. Então vamos enfrentá-la no silêncio. Mas apenas silêncio, nada de ostracismo ou coisa assim. Vamos nos manter em plena atividade, mas com a cautela que a racionalidade exige para o combate ao Covid-19. Ele não é o nosso primeiro inimigo, nem será o último. O que nos indica que devemos estar atentos, mesmo depois que o inimigo for vencido. Por que se tivéssemos nos preparado depois da passagem do último, não estaríamos passando o sufoco que passamos hoje. Vamos pensar positivamente, e agir positivamente. Pense nisso.
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