Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pós-Graduação e Mercado Farmacêutico (ICTQ) apontou que o índice de variação de preço de um mesmo medicamento, vendido em farmácias e drogarias de Boa Vista, pode chegar a 680%. O estudo foi feito em 18 farmácias distribuídas em vários pontos da Capital.
Segundo o Instituto, com panorama crítico vivido pelo mercado, influenciado pela crise econômica, o consumidor roraimense precisa redobrar a atenção quanto aos preços dos remédios ofertados. Nas farmácias pesquisadas, a variação de preço entre um analgésico de referência, como o Tilenol, chega a 20%. O preço do mesmo medicamento, só que genérico, varia até 153%.
Entre os medicamentos anti-inflamatórios, o Nisulid é o que possui o maior percentual de variação de preço: 100 miligramas do produto podem ter diferença de preço entre as farmácias de até 200%. A mesma quantidade do medicamento genérico possui variação de 680% entre as distribuidoras.
Na classe dos remédios ansiolíticos, o Rivotril apresenta variação de preço de 22%, e o Rivotril genérico sofre variação de 46%. Outro medicamento, o Lexotan, apresenta variação de 49% entre o de referência e o similar.
Para o presidente da Comissão de Farmácia Comunitária do Conselho Regional de Farmácia (CRF), Jailson Rezende, a alta variação no preço dos medicamentos ocorre devido à diferença entre os fabricantes dos produtos. “São vários laboratórios que fabricam medicamentos de referência e similares. O preço pode variar de 50, 60 e até 70%, dependendo da fabricante”, explicou.
O desconto dado pelos donos de farmácias e drogarias aos consumidores também explica a variação de preço. “Tem uma tabela de preço regulamentada pelo Governo Federal. Várias farmácias dão o desconto, mas outras não. O que não pode é repassar o medicamento acima do preço de tabela”, disse Rezende.
Ele aconselhou o consumidor a pesquisar bem o produto antes de finalizar a compra. “A saída é pesquisar. Se a pessoa for a várias farmácias, com certeza vai achar alguma que venda mais barato”, frisou.
Segundo o farmacêutico Acelino Andrade, o preço dos medicamentos vendidos nas farmácias da Capital é calculado pela alíquota de cada estado. “Em Roraima, o remédio é o mesmo preço, o que diferencia é o preço final que o consumidor paga com desconto. O valor de custo é o mesmo, o que difere é o preço máximo ao consumidor”, declarou.
PESQUISA – O campo da pesquisa realizada pelo ICQT foi aplicado entre os dias 07 e 25 de setembro de 2015. No Brasil essa variação máxima entre o preço dos medicamentos vendidos em farmácias e drogarias chegou a 1937%.
Foram pesquisadas farmácias de redes e farmácias independentes considerando o percentual de cada tipo de estabelecimento. Além Boa Vista, o estudo foi realizado em outras 16 capitais, como Manaus (AM), Belém (PA), Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS). (L.G.C)