Cotidiano

Empresário aposta na reciclagem de plástico para produzir mangueiras

Toneladas de plástico geradas pelo descarte de sacolas e embalagens que iriam diretamente para o lixo ganharam novos destinos com a iniciativa de um empresário em Roraima. A partir de janeiro, cerca de 15 mil quilos de material coletado todos os meses das ruas de Boa Vista serão transformados em mangueiras para irrigação. O produto final pode ser utilizado para irrigação na agricultura familiar e para outros fins.

Além de reduzir o impacto causado ao meio ambiente pelo descarte inadequado de determinados produtos, a iniciativa também contribui para o desenvolvimento econômico do Estado, fazendo com que o dinheiro circule no mercado local com pagamento de impostos e geração de emprego e renda.

Pensando em reverter essa situação a favor de Roraima, há um ano e meio o empresário Vicente Guimarães resolveu investir no setor. “Comprei todo o maquinário necessário para que a atividade fosse desenvolvida aqui. O galpão, localizado no bairro Raiar do Sol, foi cedido pela Secretaria Estadual de Planejamento [Seplan]”, disse.

De forma indireta, a iniciativa gera renda para 35 famílias. “Nós compramos a matéria-prima daquelas pessoas que trabalham com coleta e pagamos R$ 0,75 pelo quilo. Aqui, na empresa, empregamos mais 12 pessoas. Além de pagar impostos estaduais e contribuir para o desenvolvimento do Estado, também ajudamos a reduzir o índice de desemprego”, pontuou.

O empresário informou que antes todo o plástico coletado pelas cooperativas em Roraima era prensado e vendido para empresas do Amazonas. “O material era todo reciclado no Estado vizinho. O produto final da reciclagem circulava no mercado amazonense, contribuindo para o desenvolvimento econômico daquela região”, explicou.

CUSTOS – Segundo o empresário, no mercado local, o rolo com 100 metros da mangueira utilizada para irrigação custa, em média, R$ 100 devido ao frete e demais custos. “Iremos vender o mesmo produto pela metade do preço, a R$ 50,00. Isso irá gerar uma economia para quem depende deste tipo de material”, frisou.

Guimarães informou que, a partir do mês de janeiro, dará início à fabricação de mangueira. “Todo esse tempo estamos trabalhando apenas com a coleta de matéria-prima e produção do grão de plástico que será utilizado na fabricação do produto. Como já temos uma quantidade razoável, começaremos o processo no próximo ano”, disse. (I.S)