Minha Rua Fala

MINHA RUA FALA 12439

RUA LINDOLFO BERNARDO COUTINHO E O CENTRO DE ARTESANATO E INFORMAÇÃO TURÍSTICA VELIA SODRÉ COUTINHO. ____________________

Lindolfo Bernardo Coutinho foi produtor de farinha, tabaco (folhas do fumo), e gêneros alimentícios, na região do Passarão. Nasceu na cidade de Bananeiras, na Paraíba, no dia 08/05/1908 e veio para Boa Vista em 1926, acompanhando o senhor João Pereira de Melo, que tinha o seu comércio (“Casa Paraibana”), na Rua Sebastião Diniz – Centro.

Lindolfo Coutinho casou-se em 1932 com a roraimense Cecília Corrêa e, com ela teve os filhos: Claudio, Clébio, Lires, Antonio, José e Cecília.  Passados alguns anos, Lindolfo ficou viúvo e foi para a região do garimpo no Tepequém. Os filhos ficaram com a avó materna. Depois de quase dois anos, retornou a Boa Vista e levou a família para morar na região da Serra da Moça, no Murupu. 

Foi nesta localidade que ele conheceu e casou-se em 1941 com a jovem Velia Sodré Coutinho. O casal teve 8 filhos: Liete, Juarez, Luizete, Juvenal, Juberli, Assunção, Lionete e Lindolfo. A família ficou composta com os filhos do primeiro e do segundo matrimônio.  A família passou a trabalhar na produção de farinha e do tabaco, com fumo de rolo, que era transportado, via carro-de-boi, para a venda em Boa Vista.

Quase sempre o comerciante João Melo comprava toda a produção. Em 1958 o casal Lindolfo e Velia Coutinho trouxe os filhos para estudar em Boa Vista, onde compraram um terreno e construíram uma casa na Avenida Major Williams. E, em 1960 constituíram um comércio com vendas de estivas.

Em 1969 faleceu o senhor Lindolfo Coutinho. E, a Câmara Municipal de Boa Vista o homenageou com seu nome numa Rua em Boa Vista. A Rua Lindolfo Bernardo Coutinho nasce no Bairro Asa Branca, atravessa todo o Bairro Tancredo Neves e finda na Avenida Carlos Pereira, no início do Bairro Jardim Floresta.

Quanto à senhora Velia Coutinho, esta merece um capítulo especial a ser contado. Ao ficar viúva (e, com tantos filhos), passou a trabalhar como Costureira e foi a primeira a utilizar nas roupas que produzia o “Colarinho de Entretela” (tecido de algodão, engomado, utilizado para encorpar e estruturar peças de roupas). Esta técnica de tornar duro e reto o colarinho das camisas, próprio para quem usa gravata com paletó, foi uma novidade à época.

Velia Coutinho trabalhava diuturnamente para o sustento da família. E, um detalhe: não havia energia elétrica em Boa Vista, o que a obrigava a trabalhar à noite a base de luz de lamparina. 

Velia Coutinho era uma católica praticante, muita religiosa, e participativa nos Arraiais da Igreja de São Francisco. Muitas vezes, doente, ela, ainda assim, produzia doces caseiros e quitutes para vender na quermesse e doar o dinheiro para a Paróquia. 

Aliado ao trabalho de costura, Velia Coutinho passou a ensinar corte-e-costura e trabalhos com bordados e crochês. Foram mais de 20 anos de trabalho comunitário/religioso, e quase tudo que ela produzia em roupas, a renda era revertida para donativos às pessoas carentes que frequentavam a Igreja de São Francisco. Além disto, comprava e fornecia medicamentos aos doentes que a procuravam.  A senhora Velia Sodré Coutinho faleceu no dia 23 de maio de 2003.

A Prefeitura Municipal de Boa Vista a homenageou pondo seu nome no Centro de Artesanato, naquela Praça onde há o Palco de apresentações, em frente a Rádio Roraima, na Avenida Ene Garcez dos Reis. O nome oficial é: Centro de Turismo e Artesanato Velia Sodré Coutinho.