DJALMA LUCAS PARREIRA
E A EXPOSIÇÃO FEIRA AGROPECUÁRIA DE RORAIMA – EXPOFERR
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Na Avenida Santos Dumont, no Bairro São Pedro, estão três instituições: o Cartório Eleitoral, o Ministério Público Estadual e a representação do Ministério da Agricultura. Naquele local, na década de 1950, havia uma roça com plantação de arroz, milho e pasto para o gado, além de árvores de Taboca (parecida com bambu). Toda aquela área pertencia ao casal Alvino e Elvira de Albuquerque Lima.
O Governador do Território Federal do Rio Branco, Hélio Magalhães de Araújo (governou no período de 1959 a 1961), comprou aquela área para fazer uma Feira de Exposição de gado e de produtos regionais. O seu sucessor, Djacir Cavalcante de Arruda (1961–1962), realizou a primeira Exposição e o Governador Clovis Nova da Costa (1962–1963) deu continuidade a realização anual da “Exposição Feira-Agropecuária” do Território Federal de Roraima – EXPOFE-RR.
Durante 29 anos a “Exposição”, como era chamada pelo o povo, foi a principal atração do Território Federal de Roraima. E, o principal organizador deste evento anual, foi o servidor público federal Djalma Lucas Parreira, assim como também da “Festa do Arroz”, com exposição, compra e venda de um dos principais produtos de exportação de Roraima.
Djalma Lucas Parreira nasceu em 20/04/1930, no Rio de Janeiro. Veio para Boa Vista em 1954 e aqui passou a trabalhar no Laboratório da “Divisão de Terras e Colonização do Território Federal do Rio Branco”-DPTC-, sob a chefia do Dr. Jocelyn Leocádio Rosa.
Aliás, como ainda não havia em Boa Vista a vacina antirrábica, o Dr. Jocelyn passou a desenvolver remédios similares à vacina para uso em pessoas mordidas por cães, gatos e morcegos. Ele, nesta época, foi nomeado Diretor do Serviço de Controle da Raiva Canina (hoje o Centro de Controle de Zoonoses). O Dr. Jocelyn faleceu em Fortaleza/CE, no dia 17 de agosto de 1987.
Foi neste ambiente de trabalho que o senhor Djalma Lucas Parreira desenvolveu suas atividades profissionais na “Divisão de Terras e Colonização do Território Federal do Rio Branco”-DPTC-. Djalma era um funcionário público inteligente e criativo. Ele desenhou o símbolo da Feira Agropecuária e foi o seu principal organizador.
Para a Expoferr, os fazendeiros traziam o seu melhor gado, a sua melhor rês e o seu melhor cavalo. Os produtores agrícolas, com suas famílias, traziam frutas, legumes, doces, farinha e carne da melhor qualidade. Os indígenas traziam sua produção e artesanatos. Além da exposição de gado e de produtos regionais, havia também atrações com shows de cantores locais e de outros estados.
Em meio a toda esta festa, os momentos mais esperados eram o Rodeio (com corridas de cavalos e habilidades na derrubada do boi no laço) e a escolha da “Rainha da Feira”, quando moças roraimenses, vindas também do interior representando as Colônias Agrícolas: Braz de Aguiar (Cantá), Fernando Costa (Mucajaí); e Coronel Mota (Alto Alegre), desfilavam diante da Comissão Julgadora, recebendo os aplausos do público. A narração radiofônica animadora era feita pelo locutor Áureo Odilon de Souza Cruz,1932 – 1981).
A Feira-Agropecuária, à época situada na Avenida Santos Dumont, foi desativada em 1990 no governo de Rubens Vilar de Carvalho. Hoje, no local, estão os prédios do Cartório Eleitoral e do Ministério Público do Estado de Roraima.
Quanto ao Djalma Lucas Parreira, organizador da Expoferr, este faleceu no dia 11/08/1998. Djalma era casado com a senhora Laura de Souza Parreira, e com ela teve cinco filhos: Walney, Haidée, Neide, Úrsula e José Luiz Parreira Neto.
Em 1991, o governador Ottomar de Sousa Pinto construiu um novo Parque de Exposição, desta feita às margens da BR-174/Norte, na região de Monte Cristo, onde anualmente é realizada a Feira-Agropecuária de Roraima-EXPOFERR-. O novo local recebeu o nome de: “Parque de Exposições Dandãezinho” (apelido do fazendeiro João Alves dos Reis (1907 – 1992), um dos maiores fazendeiros, em sua época).
As propriedades rurais de Dandãezinho se espalhavam pelas serras a nordeste de Roraima, margeando os rios Maú, Cotingo e Surumú. Foi dono das Fazendas: “São Francisco”, “Redenção”, “São Luiz”, “Fortaleza”, “São Jorge”, “Caçada Real” e “Fazenda JP”. Chegou a ter cerca de 10.000 cabeças de gado e dezenas de Cavalos. Gostava de apostar corridas de cavalos e quase sempre ganhava. Chegou a contratar um tratador para cada cavalo a fim de melhorar o desempenho dos animais.
O nome de batismo era João Alves dos Reis, mas por ser sobrinho do lendário fazendeiro “Velho Dandãe” (João Evangelista de Pinho) e criado por ele, passou a ser chamado de: “Dandãezinho”. Ele era casado com a senhora Edithe Mafra dos Santos.