A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou ontem os resultados da Pesquisa CNT de Rodovias 2015. Os dados mostram que mais da metade das rodovias brasileiras estão em situação regular, ruim ou péssima por causa de problemas gerais de pavimentação, sinalização e de traçado da via.
Em Roraima, a pesquisa apontou que 74,6% (731 km) da extensão avaliada no Estado, nas BRs 174, 210, 401 e 432, apresentam algum tipo de deficiência, sendo o estado geral classificado como regular, ruim ou péssimo. Somente 25,4%, ou seja, 249 km, tiveram classificação ótimo ou bom. A Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte percorreu 980 km no Estado e, em todo o Brasil, foram mais de 100 mil km avaliados.
A avaliação também estimou que são necessários aproximadamente R$ 295,5 milhões de investimentos para a reconstrução, restauração e a manutenção dos trechos de rodovias danificadas em Roraima. O levantamento, que está em sua 19ª edição, é anual e avalia as condições de toda a malha federal pavimentada dos trechos mais relevantes para o transporte de cargas e de passageiros.
Foram considerados para a catalogação o tipo de rodovia, condição da superfície de pavimento, condição da faixa central, condição das faixas laterais, placas de limites de velocidade, placas de indicações, visibilidade e legibilidade das placas. Além disso, foi avaliado se as rodovias possuíam estrutura de apoio, como borracharias, restaurantes e lanchonetes, concessionária e oficina mecânica, além de postos de combustíveis.
PAVIMENTO – No pavimento, são consideradas as condições da superfície da pista principal e do acostamento. Em relação ao pavimento, o estudo classificou as estradas de Roraima como regular, ruim ou péssimo, 71,5% da extensão avaliada no Estado, enquanto que 28,5% foram considerados ótimos ou bons. 11,8% da extensão pesquisada apresentam a superfície do pavimento desgastada.
SINALIZAÇÃO – Nessa variável, são observadas a presença, a visibilidade e a legibilidade de placas ao longo das rodovias, além da situação das faixas centrais e laterais. O estudo apontou que há problemas em 65,6% da sinalização nas estradas de Roraima.
Em 34,4%, ela é ótima ou boa. Em 49,7% da extensão avaliada no Estado não foram localizadas placas de limite de velocidade. Analisando a extensão onde foi possível a identificação visual de placas, 12,6% da extensão apresentaram placas desgastadas ou totalmente ilegíveis.
GEOMETRIA – O tipo de rodovia (pista simples ou dupla), a presença de faixa adicional de subida, de pontes, de viadutos, de curvas perigosas e de acostamento estão incluídos na variável geometria. A pesquisa constatou que 77,0% da extensão das rodovias pesquisadas em Roraima não têm condições satisfatórias de geometria. 23,0% tiveram classificação ótima ou boa. O Estado tem 99,4% da extensão das rodovias avaliadas na pesquisa de pista simples de mão dupla.
CUSTO OPERACIONAL – Rodovias com deficiência reduzem a segurança de quem circula por elas, além de aumentar o custo de manutenção dos veículos e o consumo de combustível. Em Roraima, o acréscimo do custo operacional devido às condições do pavimento chega a 35,8% no transporte rodoviário.
DNIT – A Folha tentou contato com o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Roraima, Pedro Christ, para comentar os dados da pesquisa, mas a informação é de que ele estava em viagem fora do Estado. (R.R)
BR-174 está em 86ª colocação entre 109 rodovias avaliadas
No ranking das melhores estradas do País, a melhor ligação rodoviária do Brasil é o trecho que liga as cidades de São Paulo e Limeira, englobando a SP-310, a BR-364 e a SP-348. Todas as 10 melhores estradas que aparecem no ranking têm em comum o fato de que são concedidas à iniciativa privada, cobram pedágio e passam pelo Estado de São Paulo. Já o pior trecho de estrada do País é a ligação entre os municípios de Marabá e Dom Eliseu, no Pará, a BR-222.
O ranking coloca a BR-174 – que liga Manaus (AM), no Sul do Estado, passa por Boa Vista e segue até Pacaraima, Norte do Estado, na fronteira com a Venezuela – em estado regular e ocupando a 86ª colocação das ligações rodoviárias do Brasil entre as 109 avaliadas.
Na avaliação das rodovias 174, 210, 401 e 432, a pesquisa indica que possuem estrutura de apoio, como borracharias, restaurantes e lanchonetes, concessionária e oficina mecânica, além de postos de combustíveis. A pesquisa apontou que na BR-174 foram apontadas oito borracharias, duas concessionárias e oficinas mecânicas, 14 postos de abastecimento e 15 restaurantes e lanchonetes.
Na BR-210, que interliga os municípios do Sul do Estado, foram apontadas oito borracharias, nenhuma concessionária e ou oficinas mecânicas, oito postos de abastecimento e nenhum restaurante e lanchonete.
Na BR-401, que dá acesso à Guiana, Leste do Estado, foram encontradas uma borracharia, uma concessionária e oficina mecânica, um posto de abastecimento e dois restaurantes e lanchonetes.
Na BR-432, que interliga o Município do Cantá, Centro-Leste do Estado, à região Sul do Estado, a pesquisa indica a existência de uma borracharia, nenhuma concessionária e ou oficina mecânica, dois postos de abastecimento e um restaurante e lanchonete. (R.R)