Opinião

Opiniao 12624

O que é ser santo?  

Marlene de Andrade  

“… purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.” (2ª Coríntios 7:1).  

Ser santo nada tem a ver com usos e costumes como, por exemplo, mulher usar saia, ou viver jejuando. Fazer tatuagem, mulher cortar os cabelos, homens usar brincos ou piercings também não tira a santidade. Tem muitas igrejas cristãs se prendendo em detalhes desnecessários. A santidade tem a ver com o desejo de se fazer a vontade de Deus acatando os seus mandamentos, contudo, o cristão não deixa nunca de pecar, pois o pecado é inerente ao ser humano.  

Evidentemente, que a pessoa convertida a Jesus, não se sente bem pecando, porém e muito pelo contrário, deixa o Fruto do Espírito crescer dentro dela, o qual é, segundo a Bíblia: “amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio…” (Gálatas 5:22-23).  

Por conseguinte, embora o cristão peque, se ele for convertido a Jesus, de verdade, não permanecerá caído, pois sua própria consciência o acusará e ele não terá vontade de permanecer em pecado. Desse modo, o cristão genuíno peca, todavia não se sente bem ao fazê-lo, pois gosta de viver de acordo com a vontade de Deus.  

Ser santo nada tem a ver com usos e costumes como só ir à igreja de paletó e gravata, todavia ninguém vai querer ir aos cultos em trajes inapropriados, pois até em alguns lugares públicos as pessoas estão proibidas, de entrar neles, por exemplo, de bermuda.  

Será que ouvir músicas não evangélicas nos faz deixar de ser santos? Claro que não, porém que música estamos ouvindo? Elas ferem os princípios bíblicos? E gostar de futebol tira a santidade do cristão? Obviamente que não, porém tudo, segundo a Bíblia, deve ser feito com ordem e decência.  

Assim sendo, a santidade tem a ver com a mortificação do pecado que habita em nós, pois o verdadeiro cristão prefere escolher viver de acordo com a vontade de Deus revelada nas Escrituras, mas ainda assim e infelizmente, acaba sempre pecando e o porquê disso? Mesmo sendo regenerados, ou seja, convertido a Jesus, continua possuindo uma natureza pecaminosa e dominar  as paixões carnais é bastante difícil.  

Portanto, se somos convertidos de verdade, se somos santos, ou seja, separados para Deus, pecar nos causa constrangimento, sendo assim, temos vontade de retornar aos princípios bíblicos para sentir a paz que excede a todo entendimento. E tem mais um detalhe: ninguém deixa de pecar instantaneamente, pois o viver santo é um processo vagaroso e bastante difícil e nada tem a ver com bondade e a esse respeito a Bíblia declara: “Não há nenhum justo…” (Romanos 3:10).  

Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT 

Marlene de Andrade  

Médica Especialista em Medicina do Trabalho – ANAMT/AMB/CFM  

Técnica de Segurança no Trabalho – SENAI/IEL  

CRM-RR 339 RQE-341  

              

O Deus poeta; Walber Aguiar.

Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas. Efésios 2:8 Era um dia como outro qualquer. Talvez nem fosse. Dia de entender por quem os sinos dobram. De tentar compreender por que um só Deus ao mesmo tempo é três. De dançar, conforme textos de Kivitz e Caio Fábio, com o Deus que está tanto na poesia quantos nos chinelos, tanto nas coisas loucas quanto nas disparatadas.

Assim, não dá pra encarar o divino no quadro estereotipado dos “artistas” do legalismo, dos “mestres” da religião farisaica, dos escritores da letra morta. Não dá pra conceber aquele Deus de queixo comprido, com cara de São Benedito, pois o rosto do Sagrado sempre tem que comportar o brilho das cores, a leveza do infinito, a efetividade da palavra poética.

Ora, ao elegermos um projeto de espiritualidade integral, ou holística, carregamos na bagagem cotidiana o louvor, o lazer, o trato com o dinheiro, a coisa pública, a indignação, a palavra profética contra os governantes corruptos e tudo aquilo que consiga comportar a vida.

Sem dúvida, a arte aparece como elementos redutivos do ser em conflito conseguem mesmo e com a complexidade existencial que o circunda.

Com isso, o Deus poeta se manifesta. Quando Paulo diz que somos feitura dele, quer dizer que somos poesia de Deus, verso do sagrado, estilização do autor de todas as palavras.

A arte de mexer com as letras e dar significado a tudo passa pela angústia de Drummond, quando o mesmo diz: Meu Deus / por que me abandonaste/se sabias que eu não era Deus/ se sabias que eu era fraco…

Também pela poética romântica de Vinicius de Moraes, pelo toque estilizado de Allinge Mafra Mcnight.

Deus se revela na face de Ferreira Gullar, com seu canto de protesto, sua rebeldia, seu desejo de entender a dualidade do universo no poema traduzir-se.

Também figura o divino na arte de Thiago de Mello, o poeta de Barreirinha, quando este traduz para vários idiomas sua declaração universal dos direitos do homem, onde menciona… Que a verdade será servida antes da sobremesa…

Ora, se Deus se reveste de simplicidade e calçam as sandálias do pescador, isso pode ser revestido de poesia. No entanto, não dá pra ficar contando estrelinhas e rimando o universo sem a gravidade da palavra profética. Deus consegue vaticinar com gravidade, ainda que carregue consigo um carrinho de mão cheio de flores que enfeitam e dão cheiro à podridão pela qual somos abrigados a passar.

Uma das letras mais fascinantes de Renato Russo diz: venha/ meu coração está com pressa/ e vem chegando a primavera/ nosso futuro recomeça/ venha que o que vem é perfeição… Faz lembrar Salomão, quando diz que “a esperança que se adia faz adoecer o coração”. Embora as cabeças roxas da religião distorçam as palavras e hipertrofie a graça do Deus poeta, este vai continuar redimindo através do belo e da sensibilidade das manifestações artísticas. Por isso, temos que captar cada detalhe que Deus deixa cair no caminho em forma de graça e ludicidade. O que passar disso pertence aos caretas, que não gostam de poesia nem tiram Deus pra dançar…

*Poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de letras [email protected]  

Controle-se na crítica

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Reconhece-se um país subdesenvolvido pelo fato de nele ser a política a maior fonte de riqueza”. (Gaston Bouthoul)

Sabemos que é verdade, mas a verdade deve ser vista com verdade verdadeira. A política é necessária para o desenvolvimento da humanidade. Então não há por que ficar criticando ou ridicularizando a política. Que é o comum numa sociedade deseducada. Criticar o político até é aceitável, desde que sejamos comedidos na crítica. É comum dizer-se que alguém deveria entrar na política, pelo fato de ele ser uma pessoa espertalhona. O que reflete o desconhecimento na política.

Afonso Arinos disse: “Os partidos nacionais são arapucas eleitorais e balcões de vendas”. Ninguém mas credenciado para dizer isso do que o Afonso Arinos. E, inteligentemente, ele se referiu aos partidos nacionais, e não à política. E os partidos nacionais fazem parte da política nacional. E o que vemos é que nós estamos jogando todo o bagulho no cadinho, para fundir uma só política. O que, de per si, já comprova nossa ignorância política. Ulisses Guimarães também disse essa, que exige reflexão para ser entendida: “Na Câmara não há bobos. O menos esperto ficou na suplência”.

Em outros termos já falei por aqui, que na nossa política há os espertos e os expertos. Só que os expertos são uma minoria desastrosa. Muitos deles desistem da política por não serem respeitados pelos espertos. E que por isso não conseguem trabalhar. Mas há alguns expertos que continuam tentando. E que por isso merecem nosso respeito. O importante é que paremos com o espalhafato e façamos do nosso voto um instrumento seguro para o aprimoramento da nossa política. A responsabilidade está em nossa educação. Então vamos nos educar para que possamos criticar como cidadãos, e não como gritadores de rua.

Acordei hoje arquitetando um assunto bem morninho para um início de semana. Mas, de repente, lá na sala, alguém ligou o televisor. E o que ouvi do apresentador me tirou do embalo do assunto maneiro. Mas prometo, vou poli-lo para amanhã, prometo. Mas só depois que eles desligarem o televisor. Mas primeiro vamos refletir sobre o pensamento do George Burns: “Pena que todas as pessoas que sabem como governar o país estejam ocupadas a dirigir táxis ou cortar cabelos”. Só quando entendermos isso saberemos escolher os que deverão governar.

Valorize-se para poder resolver os problemas na política sem precisar gritar nem espernear. Somos nós, eleitores, os responsáveis pelos políticos que temos. Então vamos nos responsabilizar e fazer o que deve ser feito, mas com racionalidade. Só merecemos o que somos. Pense nisso.

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