Bom dia,

Hoje é terça-feira (28.09). Ontem, quem passava pela Avenida Brasil, no Posto de Triagem da Operação Acolhida, ao lado da sede da Superintendência da Polícia Federal, percebeu com facilidade uma aglomeração de migrantes venezuelanos eram cerca de 500 pessoas.  À noite, ainda era grande a presença de pessoas nas imediações daquele local, inclusive com a presença de ônibus, uma cena indicadora de que estariam sendo transferidos para outros locais do território brasileiro. Em Pacaraima, a cidade brasileira fronteiriça com a Venezuela, a situação ainda é mais grave com o caos instalado para os que moram por ali. E nada indica que o fluxo de migrantes venha diminuir nos próximos meses, afinal, a crise política e econômica no país vizinho não dá qualquer indício de arrefecimento.

Esse comentário vem a propósito da visita que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) vai fazer a Boa Vista, amanhã, quarta-feira (20.09). É preciso que uma pauta sobre a migração seja colocada na agenda da visita presidencial. Quem colocará, não sabemos, mas, é preciso que o presidente da República saiba que apesar dos esforços dos militares do Exército e de algumas dezenas de gente ligada a organizações não governamentais e internacionais estarem sendo feitos, isso não está sendo suficiente para o sofrimento dos migrantes e o desassossego da população local. É crescente a presença de pedintes nas ruas de Boa Vista e Pacaraima, além do evidente aumento de crimes de menor e maior gravidade praticados por migrantes famintos.

Além do evidente mal-estar tanto da população local quanto dos migrantes, é evidente o sobre-esforço que órgãos estaduais e municipais têm de arcar com o aumento da demanda local por serviços públicos, especialmente, nas áreas da saúde e de segurança. Embora não se deva esquecer a inaceitável má gestão dos órgãos locais nessas áreas, a verdade cristalina é que a demanda trazida pela chegada de migrantes ao estado é bem superior a capacidade de oferta local desses serviços. É urgente, que seja elaborado um plano de emergência para enfrentar esses problemas. E coloca-los na pauta da agenda da visita presidencial a Roraima é o primeiro passo.

FARPAS 1

Circula por grupos de Whatsapp  cópias de uma correspondência trocada entre o ex-governador do Território Federal de Roraima, Dilermando Cunha da Rocha, e o então governador Hélio da Costa Campos. Os dois, ambos oficiais da Aeronáutica, trocam farpas contundentes à cerca do voto favorável a anistia, do então deputado federal Atlas Brasil Cantanhede. Hélio Campos diz na correspondência que Atlas, eleito com apoio de Dilermando estaria traindo a “Revolução” e cobra uma posição do ex-governador, dizendo que tomará posições “radicais”, além de ameaçar o colega da farda: “Ou ficas com ele, ou conosco. Não há acerto. Aguardo seu pronunciamento”, finaliza o então governador Hélio Campos.

FARPAS 2

A resposta do ex-governador Dilermando Cunha da Rocha ao seu colega de farda, que o havia substituído no governo do Território Federal de Roraima foi uma aula de democracia, especialmente partida de um militar em peno regime de exceção. Depois de dizer que não tinha a menor disposição de monitorar a atuação do deputado federal Atlas Brasil Cantanhede,  Dilermando diz que o apoiara na eleição por entender que ele era o melhor nome na disputa pela vaga na Câmara Federal, e não para cobrar do parlamentar obediência às suas decisões. “Lamentando insensatez termos seu rádio restituo ingênuas e infantis  ameaças, esclarecendo que não as admito, nem admitirei, partam de quem partir. Julgo mesmo que tais ameaças somente seria aceitas entre namoradinhos fazendo beijinhos que, felizmente, não é o meu caso”, escreveu Dilermando. A correspondência entre os dois é de agosto de 1968 e feita atrás de telegramas.

VISITA

O embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Gomes, visita Roraima esta semana. Ele chega na próxima sexta-feira e cumprirá uma vasta programação que incluirá visitas a autoridades, anúncios de convênios e uma visita ao Forte São Joaquim conde será prestada homenagem a famílias de portugueses que chegaram ao estado há mais de 100 anos. O embaixador vem a convite da Comunidade de Portugueses em Roraima. Também devem acompanhar o embaixador todos os seis presidentes das comunidades de portugueses nos seis estados da região Norte.

FORA

O cerimonial do Palácio do Planalto não incluiu na agenda do presidente Jair Bolsonaro em Roraima a assinatura da Ordem de Serviço para a obra do Linhão de Tucuruí, que vem sendo anunciada por muitos parlamentares federais. Na verdade, segundo fontes da Parabólica, a assinatura da Ordem de Serviço, não está descartada da agenda presencial. O fato de não ser revelada com antecedência é uma estratégia do governo para evitar que liminares concedidas de última hora pelo Judiciário evitem o início da obra. Todos os requisitos para o início da construção do Linhão de Tucuruí já foram adotadas, mas a decisão de muita gente de atrapalhar o desenvolvimento de Roraima ainda é muito forte.