O estudante Henrique Thauan Vieira do Nascimento, de 18 anos, foi preso na Rodoviária Internacional de Boa Vista – assim que desembarcou, na manhã de ontem, vindo da cidade de Manaus (AM) – após fazer ameaças de morte ao policial militar envolvido na ocorrência que vitimou Ruidglan Souza, no bairro Pricumã, zona Oeste, na semana passada. O rapaz também comentou que mataria o filho do policial.
Pelo menos cinco comentários foram postados na rede social do acusado, no dia 02. Ele foi encaminhado para o 5o Distrito Policial, acompanhado da mãe. Em uma das postagens, ele fez a seguinte declaração: “Essa semana vai ser louca… Policial safado, vou matar teu filho, só para sentir a dor de perder um filho. Teu presente tá guardado”, publicou.
O delegado Cristiano Camapum, titular do 5o DP, que acompanha o caso, explicou que um Termo Circunstanciado foi feito e o jovem vai responder em liberdade pelo crime de ameaça. Henrique Thauan não está proibido de viajar e, como reside em Boa Vista, não há nenhuma restrição. O termo foi assinado se comprometendo a comparecer em juízo quando for marcada a audiência.
“Na verdade, foi um comentário só que ele fez de duas linhas. Aí, como a situação do menino foi grave e ele morreu, os PMs fizeram essa detenção. Mas é como se fosse um desabafo na rede social. Não é um crime muito grave. Cada um que pratica seus atos responde por ele”, relatou Camapum.
O comentário na rede social foi localizado pelo Setor de Inteligência da PM, que percebeu que o jovem estava vindo da Capital do Amazonas. Devido à ameaça que fez, foi detido assim que colocou os pés em solo roraimense. Henrique Thauan viajava com a mãe.
“A PM está monitorando várias informações. Às vezes, pode ter outras pessoas mais que fazem comentários. São duas ou três linhas que caracterizam mais um desabafo logo que ele tomou conhecimento da morte do amigo. É errado, você não pode fazer isso”, disse o delegado.
De acordo com a polícia, a pena para este tipo de crime varia de três meses a um ano, além de, em alguns casos, o infrator firmar um acordo com o promotor de não frequentar determinados lugares. O infrator também pode cumprir penas alternativas e se apresentar em juízo uma vez a cada dois meses.
FAMÍLIA – Familiares de Ruidglan Souza, que morreu anteontem após ser agredido por um policial militar, disseram não ter conhecimento das ameaças e que não conhecem Henrique Thauan. “A gente não apoia esse tipo de coisa e também não apoia nenhuma forma de manifestação. Eu nem li, eu estou sabendo disso agora com você me falando. Não sei nem quem é esse rapaz. A justiça de Deus é a que conta”, disse uma irmã de Ruidglan. (J.B)
