Surreal: o desprezo pela ciência no Brasil
Sebastião Pereira do Nascimento*
Como se não bastasse os cortes orçamentários ao longo do governo de Jair Bolsonaro nos diversos setores da administração federal, no último dia 08/10 o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) sofreu um duro golpe quando Bolsonaro decidiu cortar 87% da verba destinada à pesquisa científica no país. Seja por desprezo à ciência ou por questões ideológicas, o corte pegou de surpresa os milhares de pesquisadores que contavam com os recursos para continuar estudos nas mais diversas áreas. A decisão fez com que o orçamento da pasta científica caísse de R$ 690 milhões (que já era pouco) para apenas R$ 89,8 milhões. Desses, R$ 82,6 milhões destinados especificamente para a área de tecnologia nuclear e apenas R$ 7,2 milhões destinados para a área de pesquisa e desenvolvimento científico.
Sabendo que o MCTI, a partir de suas unidades de pesquisas e entidades vinculadas, tem o poder de promover o avanço da ciência, tecnologia e da inovação que, por vez, gera conhecimentos, desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da sociedade brasileira – algo incompatível com o interesse de Bolsonaro –, ele optou por retalhar esses benefícios pela raiz, cortando o orçamento que impede a continuidade de muitos projetos e o avanço da ciência no país.
A decisão do governo de cortar quase 90% da verba do MCTI despertou a indignação da comunidade científica e acadêmica brasileira, que intensificou as críticas ao nefasto governo de Bolsonaro. De acordo com o projeto aprovado pelo Congresso, a pedido do Palácio do Planalto, os recursos para ciência e tecnologia caíram para 1,10% do que estava previsto na proposta original. Entidades do setor alertam que essa supressão de verbas coloca em risco a manutenção do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e impacta violentamente vários estudos e projetos em curso no Brasil, além de proporcionar a evasão de pessoal qualificado do país.
Com isso, diferentes entidades e organizações ligadas à pesquisa e à ciência – entre elas a Academia Brasileira de Ciência (ABC), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) e a Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) – encaminharam notas de protesto ao Congresso Nacional, sobretudo, ao presidente do senado, Rodrigo Pacheco (DEM), contra a decisão ordinária do governo federal. Diz a nota: “A modificação do PLN 16, feita na última hora, no dia de hoje, pela Comissão Mista do Orçamento do Congresso Nacional, atendendo a ofício enviado ontem pelo Ministro da Economia, subtrai os recursos destinados a bolsas e apoio à pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações e impossibilita projetos já agendados pelo CNPq. É um golpe duro na ciência e na inovação, que prejudica o desenvolvimento nacional. E que caminha na direção contrária da Lei 177/2021, aprovada por ampla maioria pelo Congresso Nacional”.
Para a maioria da população, a impressão que fica é que Bolsonaro quer atingir de forma irresponsável a comunidade científica, pois, ele reconhece que a quase totalidade dessa comunidade não vota nele, assim como a comunidade acadêmica e intelectual do país. Ora, quem em bom senso vai ser favorável a um governo que deliberadamente endossa uma política de desmantelo da educação, das universidades, dos institutos de pesquisas e de outras agências governamentais, como o Ibama e o ICMBio. Uma política que quebra os acordos sobre as mudanças climáticas, incentiva o desmatamento, a grilagem de terras e a invasão de áreas de conservação. Uma política que não só destrói as diretrizes históricas de proteção das populações indígenas, mas também desfaz as políticas públicas destinadas às camadas mais pobres da população.
E no tocante à pandemia, como se fosse algo que não lhe dissesse respeito, Bolsonaro (e seus aliados), com tamanha irresponsabilidade agiu sistematicamente a favor da disseminação do vírus e contra as eficientes recomendações sanitárias ditas pela ciência. Bolsonaro também incentiva o uso de remédios ineficazes e negociou medicamentos e imunizantes superfaturados e continua a promover ataques a todos que procuram contribuir para amenizar os danos causados pela pandemia. Bolsonaro é um ser doentio e ausente de empatia que jamais ressalta qualquer compadecimento pelas mais de 600 mil vítimas da covid.
Resumidamente, todas essas negativas promovidas por Bolsonaro, foram supridas de forma efetiva até agora por meio da ciência, que se traduz dentro das instituições de pesquisas e das universidades. E nesse momento em que mais se precisa de respostas científicas, esse corte brutal significa parar tudo que está sendo feito. De modo que é preciso repetir aos energúmenos do planalto que investir na ciência é investir no conhecimento, na educação, na inovação e na potência econômica do Brasil. É só a partir disso que resolveremos os inúmeros problemas do país.
Mas ao invés disso, Bolsonaro penaliza o sistema nacional de ciência e tecnologia, através desse profundo corte orçamentário, sobre o qual, ainda que o ministro Marcos Pontes tenha feito alguns julgamentos contrários, ele tem grande parcela de culpa, pois quem serve ao governo Bolsonaro – ou mesmo quem o elegeu –, carrega a responsabilidade pelas mazelas e pelas reiteradas falhas e mentiras proclamadas pelo presidente. Algo que no caso da pandemia é caracterizado como crimes contra a humanidade e no contexto da ciência, implica na vontade de destruir a conceituada história da ciência brasileira.
Ainda sobre o corte orçamentário, na visão do professor do Hélio Dias – Instituto para a Valorização da Educação e da Pesquisa no Estado de São Paulo (IVEPESP) –, “é incompreensível que o Congresso permita que suas decisões, manifestadas democraticamente na aprovação de leis para o país, sigam sendo descumpridas por meio de manobras de último momento. É preciso priorizar a ciência – ciência é vida! Penso que a luta deve estar focada no judiciário para comprovar a possível ilegalidade desta PLN 16/2021, e lutar pelo descontingenciamento do FNDCT, cuja ação se encontra parada no STF”.
*Filóso
fo, Consultor Ambiental e Escritor. Autor das obras “Sonhador do Absoluto” e “Recado aos Humanos”. Editora CRV.
Maturidade
Debhora Gondim
Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal (Hebreus 5:14).
Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, (Hebreus 6:1a).
É o tipo de maturidade que é produzida pelo Espírito Santo. Ele é quem efetua em nós tanto o querer como o fazer. Sabemos que a maturidade foi ou está sendo produzida em nós quando discernimos o bem do mal e optamos por fazer o bem. Ela é alcançada através de uma vida que busca em primeiro lugar o Reino de Deus e, em consequência procura viver a cultura deste Reino inabalável.
Lendo a Bíblia e meditando em passagens e versículos, que falam de maturidade, percebi que existem alguns princípios básicos que indicam que a obtemos ou que estamos em busca para alcança-la. Ela é a justiça por meio da Fé em Jesus, os frutos do Espírito Santo (Gálatas 5:22). Estes produzem em nós algumas características, tais como:
Ter amabilidade: É ser amável. É a qualidade de demonstrar amor, ser afetuoso, ser dócil, ter educação, ser bondoso, ser generoso. Esta qualidade nos torna alegre. Ela é a base para todas as outras características (Coríntios 13). O senhor nos diz: “Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor.” (Filipenses 4:5).
Ser paciente: É a qualidade de quem persevera. Alguém calmo, tolerante consigo e com os outros, que sabe esperar. Faz parte de quem tem fé, pois esta é a certeza das coisas que esperamos. Ela produz a paz que vem de Deus, pois temos a convicção de que no tempo certo tudo se resolverá. A Bíblia diz: “Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor.” (Efésios 4:2),
Ser manso: É a qualidade de quem escolhe fazer a vontade de Deus acima de sua própria vontade, ser humilde, ser pacificador, se abstém de seus “direitos.” Assim como Jesus não devemos responder insulto com insulto, nem procurar ameaçar ou se vingar das pessoas que o fazem sofrer (1 Pedro 2:23). Não devemos retribuir as pessoas com a mesma moeda. Devemos preferir perdoar, para fazer a vontade de Deus, em vez de “defender nossa honra”. “Não caluniem a ninguém, sejam pacíficos e amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para com todos os homens.” (Tito 3:2).
Deixando de ser melindroso: É a qualidade de quem não se ofende com nada. Qualidade de quem está sempre pronto a relevar as ofensas, calúnias e mentiras a seu respeito. Pois não alimenta o orgulho e sabe que é pecador e, é bem pior do que dizem. Quem adquiriu esta característica sabe quem é, quem é em Deus e procura praticar o perdão. É ficar com a perda. “A sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar as ofensas.” (Provérbios 19:11) “Eu suplico, irmãos, que se tornem como eu, pois eu me tornei como vocês. Em nada vocês me ofenderam;” (Gálatas 4:12)
Ter domínio próprio: É a qualidade de quem tem moderação, autocontrole sobre os seus desejos e paixões. É reprimir tudo o que tenta nos dominar e que não pertence à cultura do Reino de Deus. Esta qualidade nos ajuda a sermos fiéis a Deus em todas as circunstâncias. “Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio” (Provérbios 25.28).
Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. (Filipenses 3:15)
Teóloga e Professora
Na idade do condor
Afonso Rodrigues de Oliveira
“É o amor e não o tempo, que cura todas as feridas”. (Legrand)
Os seres humanos não conseguem se libertar das dores. Nem mesmo depois de medicados. Estão sempre se lastimando. E quando chegam a uma certa idade entram na idade do condor. Estão sempre com dor aqui, dor aqui… Sempre com dor. Ainda há pouco, eu estava iniciando esse papo quando ela chegou. Vinha com o braço ensopado com certo líquido. Esticou o braço e falou:
– Sinho… dá uma “massaginha” aqui? Não sei por que é que isso dói tanto. Dói, dói, dói, é um horror. Incomoda muito.
Não falei nada pra não levar uma bronca. Mas eu sabia o quê e o porquê, do estar doendo.
Certo dia eu estava numa consulta com um médico, com o qual tenho bons momentos de conversa. Ele riu quando lhe falei sobre o que li num livro do médico Nuno Cobra. No livro o médico conta que um dia estava atendendo um paciente. E que o paciente falava muito sobre a doença. Quando ele parou de falar, o Nuno Cobra lhe disse:
– Meu amigo… você não tem doença nenhuma. O grande problema é que você não tem saúde.
E
isso é uma realidade. A maioria das pessoas confunde um incômodo passageiro, numa pequena dorzinha, com doença. O que só exige um pouco de exercício e uma carícia em forma de massagem, e nada mais. Não é nada fácil para um médico dizer para um cliente que ele não está doente. E o que ele, o médico, tem que fazer? Medicar. O que provavelmente vai levar a alguma doença no futuro. Que é quando o cliente passa a ser um paciente. Que é quando ele chega à idade do condor. Passa o tempo todo com dor aqui… dor aqui…
A Louise L. Hay tem um livro fantástico sobre o controle das falsas doenças: “Você Pode Curar Sua Vida”. No livro ela diz “Como despertar ideias positivas, superar doenças e viver plenamente”. São mais do que sugestões, orientações que podem mudar sua vida. É só você acreditar em você mesmo e se orientar. O Henry Ford já nos mandou o recado: “Se você acha que pode você está certo. Se acha que não pode, está igualmente certo”. Você depende de você para ser você. Porque é você que tem o poder de escolher o que você quer ser.
É o amor que nos cura. Quando nos amamos não nos sentimos inferiores às doenças. Elas existem e estão aí, de plantão. Cabe a você saber encará-las. Mire-se nos grandes vencedores que venceram doenças consideradas invencíveis e estão aí nos dando exemplo de vida. Temos um exemplo aqui ao nosso lado, que venceu a ELA, formou-se em Letras, na USP de S.P. E é campeão em para taekwondo internacional, com medalhas de ouro, prata e bronze. Meu filho, Alexandre Magno Rodrigues de Oliveira. Pense nisso.
99121-1460