Bom dia,
Hoje é quinta-feira (04.11). Quem assistiu ontem, em parte ou no todo, às discussões entre os deputados federais durante a tentativa de votação da Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 23/2021, não tem qualquer dúvida: as eleições de 2022 já começaram. A PEC, que é fruto de muita negociação, tem vasto alcance ao tratar do parcelamento dos precatórios e da dívida dos municípios com a Previdência Social que poderá ser parcelada em até 20 anos. Mesmo que não tenham a unanimidade em suas bancadas, a quase totalidade dos partidos de esquerda está contra a aprovação das medidas, enquanto os partidos da base governista – que também não têm a unanimidades de seus integrantes-, lutam para sua aprovação.
A crítica da oposição contra a PEC concentra-se no argumento de que a instituição do programa Auxílio Brasil, destinado a repassar 400 reais mensais às famílias mais pobres do país, é uma medida eleitoreira para beneficiar a reeleição do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Para embasar suas críticas, a oposição lembra que o novo programa social do governo terá duração de apenas um ano, exatamente 2022, ano de eleições; e que não garante aos novos beneficiários acesso a outros programas sociais do governo. Eles querem a continuidade do Bolsa Família, que dizem ser exemplo de uma bem sucedida tentativa de redistribuição de renda, elogiada em todo o mundo. No fundo, trata-se de uma de uma discussão para manter a paternidade da política de inclusão, que a esquerda atribui a Lula da Silva (PT), candidato à presidência da República ano que vem.
Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. É claro, os deputados governistas e o presidente da República querem ter dividendos eleitorais ano que vem para compensar um imenso desgaste que eles vêm experimentando por conta da pandemia, do desemprego e da inflação. De qualquer forma, independente de quem sejam os responsáveis, ninguém pode negar a necessidade urgente de acolher a camada da população que literalmente está passando fome. E para não furar a regra constitucional do teto dos gastos públicos, as autoridades econômicas do governo federal alegam que será preciso abrir espaços no orçamento da União para criar o Auxílio Brasil. Já a oposição aponta outras soluções para viabilizar o novo programa, entre as quais a extinção das chamadas Emendas do Relator, que cria um fundo para beneficiar a base governista com distribuição nada transparente de recursos públicos entre aliados.
PROMESSAS
Pois é, faz seis anos, que os países ricos prometeram durante da Conferência Mundial sobre o Clima, realizada em Paris (França) criar um fundo de US$ 100 bilhões anuais para financiar os países mais pobres do mundo a adotarem práticas para reduzir a emissão de gases tóxicos na atmosfera. Até hoje a promessa não foi cumprida, e nem um centavo de dólar foi recebido pelos países que mais necessitam da ajuda, mas de novo, nesse novo encontro que está sendo realizado em Glasgow (Escócia) sobre o mesmo tema, a promessa está sendo renovada. Você acredita?
CONTRIBUIDOR
Nos discursos de abertura da nova Conferência Mundial sobre o Clima (COP26), o presidente estadunidense Joe Biden prometeu que seu país vai contribuir com metade desse fundo de 100 bilhões de dólares anuais para financiar atividades protecionistas do meio ambiente. Biden sonhava ser a principal estrela a brilhar na COP 26 e não conseguiu, apesar de ter ainda um pouco mais de uma semana para tentar o feito. No fundo, até o controverso príncipe Charles, que representa no encontro a mãe, a rainha Elizabeth, tem brilhado mais. O príncipe da Gales está sendo adulado por governadores da Amazônia, liderados por Hélder Barbalho (MDB), o governador do Pará, para liderar um movimento com intenção de conseguir recursos internacionais para a região. Esses recursos seriam aplicados pelos governos estaduais. Lembram como eles gastaram o dinheiro que foi transferido pelo governo federal para combater a pandemia?
RÁPIDAS
Já na alta madrugada de hoje a Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno a PEC dos Precatórios, abrindo espaço para a instituição do Auxílio Brasil. Não foi fácil. ### Jeff Bezos, dono da gigantesca Amazon, e de uma fortuna pessoal superior da US$ 200 bilhões, prometeu durante a COP 26 que vai doar dois bilhões – cerca de meio por cento de sua fortuna-, para financiar Organizações Não Governamentais (ONGs), artistas e intelectuais que defendem a proteção da natureza. ### Enquanto isso, o lucro da Pfizer cresceu sies vezes no último trimestre de 2021. Assim caminha o capitalismo globalizado, que até a esquerda defende. ### O Brasil emite, no conjunto das emissões, apenas 2,9% dos gases tóxicos do feito estufa na atmosfera. Apesar disso, tentam colocar nosso país como o principal vilão do aquecimento da temperatura no Planeta. É mole? ### A China é responsável por 23,9% dessas emissões. E como Jair Bolsonaro, Xi Jinping, o presidente chinês, também não foi ao encontro da ONU sobre o clima (COP 26), que hora se realiza em Glasgow (Escócia). ### Até amanhã.