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Esse é o momento para cobrar uma ação efetiva da segurança pública

Jessé Souza*

Os próprios líderes indígenas venezuelanos foram para a imprensa protestar contra a transferência deles para um abrigo no bairro 13 de Setembro alegando se tratar de uma área violenta. Vale ressaltar que a criminalidade aumentou depois que os maiores abrigos de imigrantes foram instalados por lá pela Operação Acolhida.

Se os próprios venezuelanos conhecem a realidade, então é de se imaginar que as autoridades policiais roraimenses também tenham conhecimento de que é necessária uma estratégia para aquele setor da cidade, incluindo o bairro São Vicente, onde também existem abrigos instalados, cujos moradores sentem a ação de marginais e do crime organizado.

É preciso deixar bem claro de que se trata de uma minoria de venezuelanos envolvida com o crime, inclusive alguns já foram flagrados dentro de um abrigo. Porém, a bandidagem costuma gravitar por esses locais tentando se aproveitar da situação de vulnerabilidade de estrangeiros.

Naquele setor da cidade também ficam localizadas a Rodoviária Internacional de Boa Vista e a sede da Polícia Federal, por onde transitam muitos estrangeiros em situação de rua ou que buscam vagas no abrigo, dentre os quais aqueles que buscam documentação para se regularizar no país. Essa realidade favorece o surgimento da marginalidade, que é um passo para a criminalidade.

A polícia sabe que bandidos de facção venezuelana se uniram ao crime organizado em Roraima, além de aparentemente existir uma guerra entre criminosos venezuelanos, os quais agem especificamente nos bairros 13 de Setembro e São Vicente, onde corpos são desovados, alguns deles degolados e esquartejados, indicando a barbaridade que é esse confronto.

Essa situação transformou a realidade daqueles bairros, onde os moradores sentem o peso da criminalidade, muitos passando a se trancar dentro de casa ou mesmo chegam a planejar a se mudar para outro bairro a fim de se livrarem da criminalidade. No 13 de Setembro é bem pior, pois a vida das pessoas passou a ser de sobressalto.

Já que o Governo de Roraima acaba de lançar o programa “Polícia na Rua” e recebeu R$ 25 milhões do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), então não há mais desculpa para protelar uma ação mais contundente para frear de vez a criminalidade.

Os bairros 13 de Setembro e São Vicente são apenas dois exemplos do avanço da bandidagem, assim como se tornou o Vila Jardim, no bairro Cidade Satélite, onde a criminalidade domina. Assim como em municípios do interior há um crescimento descontrolado do crime. O momento é agora para cobrar ações efetivas e constantes a fim de que a população volte a acreditar na segurança pública. Já chegamos ao fundo do poço.

*Colunista