Opinião

Opiniao 12970

Aprender a dialogar é a lição mais urgente na escola e fora dela

Márcia Azevedo*

 

O mundo passa por transformações em diferentes âmbitos. No campo do trabalho, as relações e o consumo demandam ações de pessoas que compreendam a sociedade complexa na qual estão inseridas. A educação, importante meio para a formação desses atores sociais, como reza o artigo 205 da Constituição Federal de 1988, deve, necessariamente, visar ao pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania.

Dessa forma, cabe à educação formal preparar os jovens para atuarem na sociedade em que vivem local e globalmente. Assim, as informações trabalhadas para geração de conhecimento devem fazer sentido para seus sujeitos, considerando seus contextos, histórias e crenças, estabelecendo um diálogo intercultural, possibilitando a compreensão entre de todos os envolvidos.

 Sem a abertura para esse diálogo em rede, corremos o risco de termos uma população sem conhecimento, ainda que com muito acesso à informação, sem capacidade para construção social, ainda que conectados virtualmente. Havemos de considerar também que, nesta sociedade da informação, o valor está no aprender a aprender, portanto, a pesquisa é o princípio educativo primordial, capaz de selecionar informações fundamentadas, relevantes e passíveis de aplicabilidade, de acordo com as necessidades específicas individuais e coletivas.

Cabe ao ensino formal  promover o diálogo entre o local e o global, entre o individual e o coletivo, considerando as culturas sem dispensar a compreensão dos procedimentos que produzem o conhecimento científico, fundamentado em evidências práticas e verificáveis, baseadas na observação sistemática e controlada.

As competências desenvolvidas durante os 13 anos da educação básica necessitam desenvolver a pessoa, o cidadão e o construtor social como um ser único. Por isso, ciência, arte e cultura constituem-se como dimensões intrínsecas no processo educativo; como partes constitutivas da pessoa que vive conforme suas informações, conhecimentos, valores e crenças. Os processos formativos que desconsiderarem uma dessas dimensões correrão o risco do iminente fracasso.

 

Aprender a dialogar parece ser a lição mais urgente a se ensinar na escola (e fora dela). Diálogo entre áreas do conhecimento, entre disciplinas, entre gestores, entre gestores e docentes, entre docentes, entre todas essas esferas e estudantes. Talvez, assim meninas e meninos tenham a oportunidade de exercitarem, não só o debate, mas na construção de propostas que considerem todos os envolvidos, investindo, de fato, na constituição de uma sociedade equânime em conhecimento e oportunidades.

 

*Márcia Azevedo é pesquisadora e colaboradora na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Membro da Cátedra de Educação Básica Alfredo Bosi do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e Coordenadora Pedagógica no Colégio Espírito Santo (SP).

O dono da culpa

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Se você é capaz de sorrir quando tudo deu errado, é porque já descobriu em quem pôr a culpa”. (Thomas Jones)

Ninguém, além de você mesmo, é culpado pelos seus erros. E para não continuar errando aprenda a aprender com os erros. Eles fazem parte da evolução. E por isso não condene os erros, mas acorde para o fato de você ainda estar num processo de aprendizagem. Sorria sempre com o erro. Se o erro foi grande é porque você precisa estar atento. Nunca ponha a culpa em alguém, alegando que ele foi o culpado, por ter levado você ao erro. Já sabemos que quando somos enganados por alguém, a culpa está em nosso despreparo. Porque ele não nos enganou, nós é que nos enganamos com ele. E se nos enganamos é porque fomos tolos. Simples pra dedéu. Permita-me repetir mais uma vez, a fala do Jaime Costa, na peça teatral, “Compra-se um marido”: “Não há bobo mais bobo do que o bobo que pensa que eu sou bobo”. E o que realmente interessa é que aprendamos a ver a vida como ela deve ser vista. Porque é assim que amadurecemos e vivemos a vida como ela deve ser vivida. O ser humano sempre será o mesmo. Mesmo porque quando atingir a racionalidade e se tornar um ser racional, não será mais humano. E só como humanos permaneceremos sobre este planeta Terra. E até seria muito agradável se não usássemos mais essa embalagem que chamamos de corpo. Porque é a embalagem que tem prazo de validade. Então vamos mudar de assunto e esquecer o tempo que ainda devemos viver. Vamos ser feliz e viver cada momento da vida com alegria, felicidade, e prazer de viver. Não nos deixemos levar pela piroga furada do desânimo. Os aborrecimentos devem ser vistos como um alerta para que vejamos a vida por outro ângulo de visão. As nuvens escuras prometem chuva. E a chuva não deve ser vista como um mal. As desgraças que ela pode causar fazem parte da evolução. E se é evolução é engrandecimento. Ponha seu pessimismo no baú do esquecimento. Estamos vencendo mais uma pandemia, das muitas que já assolaram, amedrontaram, e ainda não foram entendidas. Vamos falar menos e agir mais. Vamos fazer um exercício com as próximas eleições que vêm por aí. Comecemos a ver a política como algo indispensável para o desenvolvimento do ser humano, como humano. Não nos esqueçamos de que os erros na política são uma reponsabilidade do eleitor. E nunca seremos capazes de ser responsáveis, enquanto não conhecermos nossos direitos como cidadãos. E não é só conhecer, temos que buscar o que é nosso e continua sendo engavetado na nossa ignorância. Converse com seu candidato e veja se ele realmente merece o voto cidadão. Pense nisso.

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