Bom dia,

Hoje é quinta-feira (09.12). A Parabólica tem seguras informações sobre o pedido de demissão do secretário estadual de Saúde, Leocádio Vasconcelos. E mais, o pedido de demissão foi feito em caráter irrevogável e irretratável, a ponto de Leocádio Vasconcelos não ter nos últimos dois dias voltado à sede da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). Nossas fontes conseguiram apurar que grande parte dos dirigentes e de servidores, daquela pasta está insatisfeita com a saída do secretário, que vinha adotando uma administração essencialmente técnica minimizando a conhecida interferência de parlamentares, que direta, ou indiretamente, tem interesses para além da influência política na administração da Sesau.

Há alguma coisa estranha na administração da pasta estadual da Saúde. Leocádio Vasconcelos; um administrador sério, experiente e competente, é o 9º secretário estadual de Saúde nomeado por Antônio Denarium (PP) em menos de 36 meses de governo. Em média esses secretários ficaram no cargo menos de quatro meses, o que parece indicar que o governador sabe não escolher, ou no mínimo, parece não ter força política para manter suas escolhas. Tanto é verdade isso, que o primeiro dos secretários a abandonar a administração da Sesau, o médico anestesista Ailton Wanderley, saiu dizendo que a pasta era tomada de assalto por influência política e corrupção endêmica.

O mais estranho nessa saída de Leocádio Vasconcelos do comando da Sesau é que ela ocorre no exato momento em que o secretário estabelecera como meta zerar a fila dos 8.000 pacientes que aguardam a vez de realizar as chamadas cirurgias eletivas. Parece que, como tudo na Secretaria Estadual de Saúde, a realização desses atos cirúrgicos representa um naco nada desprezível de recursos, que muita gente deseja abocanhar parte dele. Concretizada, como parece ser, a saída de Leocádio Vasconcelos da Sesau, o governador Antônio Denárium tem o dever de dizer para a opinião pública roraimense o que se passa, de fato, nos bastidores de sua administração no que se refere à saúde pública estadual.       

 

APOIO

Os burburinhos em torno da intenção do deputado Jhonatan de Jesus de concorrer a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU) se confirmaram oficialmente ontem, depois do anúncio público de apoio da bancada do Republicanos na Câmara Federal. A vaga cabe à Câmara e o alinhavo entre as bancadas, além de mostrar força política, será determinante para lograr êxito na empreitada.

 

TENSO

Nem o feriado santo de ontem amenizou o clima tenso, que aliás, tem sido constante, pelos lados da Assembleia Legislativa de Roraima. Ao contrário do dia anterior, o bate-boca começou logo na abertura dos trabalhos, no chamado Grande Expediente, depois que a deputada Aurelina Medeiros, que auxiliava os trabalhos da Mesa Diretora, voltou a pedir atenção dos parlamentares sobre o orçamento deste ano.

 

GANCHO 

Primeiro orador inscrito para usar a tribuna ontem, o deputado Nilton Sindpol aproveitou o gancho da colega que preside a Comissão de Orçamento para falar justamente sobre este tema, mas diante de colocações com imprecisões, do ponto de vista técnico, da peça orçamentária, Aurelina pediu aparte para contribuir com esclarecimentos.

 

DIVERGÊNCIA 

O deputado Xingu, que por muitos anos foi o relator do Orçamento, discordou da deputada, iniciando uma sequência de acusações bem acalorada. O presidente da Assembleia, deputado Soldado Sampaio, entrou em campo para, mais uma vez, acalmar os ânimos, e dessa vez cortando imediatamente o microfone do deputado Xingu e, posteriormente, da deputada Aurelina. 

 

METRALHADORA

Ao externar sua posição sobre a discussão do Orçamento deste ano, Xingu saiu disparando uma metralhadora de comentários e afirmou categoricamente desconhecer até mesmo quem é o relator do projeto do Executivo, isso às vésperas da análise e votação em plenário. “Até semana passada nem tinha (relator). Estão fazendo uma peça orçamentária à conveniência que querem, sem a maior parte dos deputados tomarem conhecimento”, comentou o deputado.

 

DOIS PESOS

Já o deputado Jeferson Alves fez um, digamos, “aparte do aparte”, e acusou Xingu de ter ‘dois pesos e duas medidas’. “Quando está numa situação no jogo tem uma posição, e depois tem outra”, emendou, ao afirmar que num passado recente, Xingu “colocava o orçamento debaixo do braço” e não dava oportunidade para que os demais deputados pudessem discutir o projeto.

 

SORRATEIRA

Já o deputado Gabriel Picanço, sem meias palavras, se referiu à deputada Aurelina Medeiros como “sorrateira”, porque, segundo ele, teria nomeado Marcelo Cabral como relator do Orçamento sem “a delicadeza” de informar aos demais parlamentares. Ele aproveitou para relembrar queixas da deputada de anos anteriores, e concluiu informando que não vai participar da análise do projeto. “Façam do jeito de vocês”, disse.

 

INDIGNAÇÃO

A deputada Yonny Pedroso também usou a palavra, conforme ela, para expressar sua indignação com o que chamou de divergência entre os deputados de primeiro mandato e os demais. “Aqui se resume a Xingu ou Marcelo. Nunca podemos decidir quem vai coordenar orçamento”, disse, ao fazer uma queixa que é recorrente entre os 24 parlamentares, e inclusive foi referendada por Jeferson Alves, que usava a tribuna.

 

PUXÃO DE ORELHA 1

Desde a sessão da terça-feira, 7, Aurelina Medeiros, presidente da Comissão de Orçamento, vinha ‘puxando a orelha’ dos deputados sobre o fato de não estarem acompanhando a tramitação do projeto do Executivo na Casa e afirmando que “a maioria” nem lê o projeto, que segundo ela, está no site do Poder Legislativo. Na oportunidade, ela própria alertou que no próximo dia 13 vence, pela sexta vez, o prazo para apresentarem emendas. Até agora, apenas um parlamentar apresentou suas eme
ndas. 

 

PUXÃO DE ORELHA 2

Deputada decana na Assembleia Legislativa de Roraima, Aurelina Medeiros aproveitou para alfinetar os deputados afirmando que no início deste ano, quando foi aprovado o projeto da Lei Orçamentária Anual, apenas 12 deputados estaduais e mais o então presidente da Casa, Jalser Renier, teriam efetivamente votado, e que os outros 11 parlamentares teriam debandado em meio à análise.

 

EXPECTATIVA

Por outro lado, quem alimentava a expectativa de novo fight durante a votação do relatório da CPI da Saúde, na tarde de ontem, se frustrou. Com exceção da rápida discussão em torno do voto divergente levantado pela deputada Lenir Rodrigues, para excluir três cirurgiões dentistas da lista dos indiciados, os membros da Comissão se limitaram a exaltar seus desempenhos durante a execução das investigações.