Violência nas escolas e no trabalho
Marlene de Andrade
“O prudente percebe o perigo e busca refúgio; o inexperiente segue adiante e sofre as consequências.” (Provérbios 27:12)
Bullying é a prática de atos violentos, físicos e psicológicos às vítimas. Essa palavra surgiu de bully, que em inglês significa valentão. Esse assunto deve ser muito discutido nas escolas e até mesmo nos ambientes de trabalho, mas infelizmente ele tem sido deixado desmedidamente de lado e por isso as vítimas sofrem fisicamente, moralmente e sempre uma determinada pessoa psicopata se torna “rei do pedaço”.
Infelizmente, essa prática ocorre em muitas escolas e por isso passou a ser realidade do dia a dia de muitas instituições de ensino, inclusive de terceiro grau. As consequências e sequelas deixadas nas crianças, adolescentes e até mesmo nos jovens, podem ser muito graves e quiçá até irreversíveis, pois A bolinagem destrói a saúde mental e física de qualquer ser humano. Nessa barbárie pode se dar através de agressões físicas, expressões depreciativas, ameaças, perseguições, chantagens, brincadeiras de mau gosto, apelidos humilhantes, piadinhas constrangedoras, violência que tanto pode ser física quanto psicológica e tudo isso de forma muito agressiva podendo desencadear graves transtornos na vítima, inclusive ideação suicida.
No abuso físico pode ocorrer: socos, empurrões e, entre outros, bloqueio da passagem da vítima impedindo o ir e vir da pessoa. Há agressores que escondem ou destroem os pertences das vítimas. Outra forma é excluí-las é isolando-as, inclusive socialmente. E tem mais: temos que ficar atentos, visto que existe o cyberbulling e quando o agressor ataca as vítimas o faz através de fofocas, imagens da vítima depreciativas e constrangedoras.
Os professores devem se mostrar abertos para denunciar tamanha iniquidade, pois a vítima, por vergonha, geralmente não denuncia. Quanto a família deve ser orientada a ficar atenta aos mínimos sinais e sintomas de seus parentes. Por sua vez, as escolas devem preparar campanhas, passar filmes educativos a esse respeito, implantar regras para desmoronar esses absurdos.
É preciso que saibamos que existe uma Lei Antibullying (Lei 13.185/15), a qual fala a esse respeito. Ela não tem intuito punitivo e sim fomentar uma cultura de paz e essa deve ser a visão da escola e dos locais de trabalho. Não podemos nos esquecer de que dentro de casa também pode ocorrer esse tipo de intolerância. Que estejamos preparados para enfrentar esse problema, o qual, infelizmente, se tornou tão comum, nos dias atuais.
Marlene de Andrade
Médica com Título de Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT
Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL
Pós-Graduada em Perícias Médicas/Fundação UNIMED
Especialização em Educação em Saúde Pública/ UNAERP
CRM-RR 339 RQE 341
Orifícios do Nada (I)
Buraco!
Buraco, buraco, buraco…
Buraco, mais buracos, mais um buraco, mais um palmo de buraco…
Buraco da terra, Buraco do além-mar, buraco do olho, buraco do ânus!
Buraco…mais um buraco…mais um palmo de buraco…
Buraco da boca, uma palavra solta.
E-mail, inteiro, meio amor, quase amor…
Buraco negro.
Buraco dos fundos, buraco do asfalto, buraco do teto
Buraco… um palmo de buraco, mais um buraco…
E de repente, na madrugada, nada.
Buraco de bala, bala de canhão, buraco na cabeça
Consciência de merda!
Um grito, um sonho, um ser.
Buraco, mais um buraco, mais um palmo de buraco…
Um buraco de lama, o caos, a trama!
Buraco, na finitude dos meus versos.
O buraco da privada, não somos mais privados de nada
O buraco, a vala, a cova, não somos mais nada.
Buraco sem fundo, buraco… um palmo a mais de buraco
Os moinhos de Cervantes ainda assuntam os injustos.
Buraco de minhoca, buraco na cerca, buraco na história
Buraco na bolsa, buraco no bolso, fundo-sem-fundo!
Buraco oculto, mesmo sem amor eu quero a verdade
Na beira do precipício, eu ainda quero a verdade…
Mesmo que a queda seja o fim, eu quero a verdade.
Buraco, buraco, mais buracos…
O amor é raro. O que nos perturba, é o que vem depois – o não! O nada!
Buraco no caminho, mais um palmo de buraco, mais um buraco…nem todas as metáforas são paraísos perdidos.
Buraco da maçã, gruta, caverna, entrada do buraco – saída do nada.
Buraco, buraco, buraco…
Buraco, mais um buraco…um palmo de buraco
Buraco da agulha – hiperobjetos espalhados pelo mundo.
Significantes significados, todos os dias trombamos com eles.
Somos o pouco que resta dessa máquina antiga que amanhece, que amanhece!
Sete palmos de chão, último buraco – o mito da caverna: alegorias, breves ilusões, não vimos a luz.
Buraco do queijo, buraco da lua, Buraco do nariz, buraco do umbigo… são todos orifícios.
Buraco e buracos, são singulares e plurais… respectivamente.
Buraco da vida, buraco da morte.
É buraco da ausência, do medo, do incerto, do incesto, do sexo, do gozo, do aborto, da estupidez do prato vazio – todos à mesa: pratos vazios, corpos vazios…
Buraco, buraco, buraco…
O buraco é a palavra não falada, é seu pior silêncio, o grito que chama seu nome, sua presença, seu endereço.
O buraco é fundo, o buraco é raso, o buraco é pop.
Cair no buraco, tropecei no buraco, o buraco me engoliu…
Buraco do pecado, buraco da virtude, buraco de porra nenhuma!
O buraco da cidade engoliu a floresta, a fauna, a flora, os rios, as pessoas.
O buraco é foda!
Há pouco espaço e muitos buracos: buraco da fossa, buraco do estômago, buraco de cartas, buraco online, buraco on/off… o tiro saiu pela culatra do buraco errado!
O buraco é mais embaixo, é mais em cima, é bem no meio! No meio da gente, no meio do mundo, no meio das coisas, no meio da rua, no meio do peito – não há mais nada!
Só um buraco…
Tem um buraco no meio da rua, no meio da rua tem um buraco!
Todos nós temos nossos buracos: o buraco da hora, o buraco do dia, o buraco do tempo… o espaço e o tempo – a ampulheta devora cada segundo da nossa vida, tudo escorre pelo buraco do tempo.
Buraco com tampa, buraco sem tampa, buraco aberto, buraco fechado… buraco da fechadura, buraco do puglin, buraco do cofre…
Buraco, mais um buraco, um palmo de buraco, o buraco de lama.
O buraco do blues, a cacofonia da triste melodia.
O buraco no meio do bolo, do meio da noite, do fim do dia…
O buraco do fim da vida – caótico sistro a rufar a marcha do entourage de minha chegada a Boa Vista, um buraco só, foi em setembro, nem lembro mais…
Um buraco só, uma existência e nada mais. A dose é única… e amarga… caio no buraco de novo, tropeço tantas vezes, repito a cena até dá certo – mas nunca dá certo, a corda sempre arrebenta.
De todas as frases engolidas, ruminadas, de tudo aquilo, só lembro da queda… dos ossos quebrados e do coração partido.
Cuspo no buraco, escarro fora dele, pulo o buraco, arrodeio o buraco, todos os dias os jornais não cansam de darem as mesmas notícias!
Com a idade o buraco do tempo torna-se menor, o latifúndio que nos cabe é só aquele mesmo.
Sigo o fluxo dos buracos, tantos buracos, mais um buraco, um palmo de buraco…
O cigarro dissipa com mais cinco minutos da minha vida, mas nem me importo, já perdi tanta vida por menos. Se não me matar, pelos manos um pouco de mim se esvai com a fumaça desse buraco que não tem beira nem eira, que não cabe em si, que transborda em todos os sentidos e me leva para o nada.
Buraco, só mais um buraco, não quero mais saber de buraco, todo buraco é um desamor, porque toda ausência é um buraco sem fundo, nessa eterna espera…
Hudson Romério
Cronista, poeta e escritor
Tel: (95) 99138.1484
E-mail: [email protected]
Siga os sonhos
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Alguns homens veem as coisas como elas são e dizem: por quê? Eu sonho com coisas que nunca foram, e digo: porque não”? (Bernard Shaw)
Se você senha, vá em frente. Valorize seus sonhos. Eles são o indicativo do grau de evolução da sua mente. Só os sonhadores vencem. Mesmo porque só vencemos quando realizamos nossos sonhos. Então vamos sonhar sem dormir. O que aliás é muito gostoso. Mas muito cuidado para não sonhar com coisas que não tragam felicidade. Porque aí você estará necessitando de ajuda. E o que vem através da ajuda não pode ser considerado realização. Quando somos felizes não podemos sonhar com coisas desagradáveis. Então continue sonhando e, com certeza seus sonhos serão realizados.
A população mundial já superou os sete bilhões de pessoas. É gente pra dedéu. E como ainda continuamos na caminhada da evolução, não há como evitar os contratempos. Eles vêm na mesma medida do crescimento da humanidade. E o que devemos fazer é fazer o que podermos fazer, para o desenvolvimento. Vá pensando nisso, enquanto as eleições não chegam. E nessa caminhada para o progresso, vá se afastando dos noticiários da mídia. É lastimável, mas é o que devemos fazer. Porque enquanto ficarmos presos às más notícias que noticiam a todo instante, não sairemos do atraso.
Um dos maiores problemas, e talvez o maior, é a falta da educação. Estamos vivendo um período de crescimento sem crescer. E para educar não basta saber ler e escrever, que era a política de um grande “político” que já tivemos por aqui. Para educarmos precisamos ser educados. E faz muito tempo que não nos educam. Apenas nos ensinam coisas que não necessitariam ser ensinadas. Coisas que corrigiríamos, depois de educados.
Uma das coisas mais preocupantes na deseducação, é a evolução tecnológica. Ainda não estamos preparados para o crescimento e a evolução. Elas estão chegando e não estamos preparados para recebê-las. Mas vamos fazer nossa parte, sem ficar botando a culpa na incapacidade dos outros. E vamos começar pela política. Porque ela é uma coisa muito séria, e que não é levada a sério. Não ad
iante ficarmos prendendo políticos que não são políticos, mas foram eleitos por nós, como políticos. O que faz com que a responsabilidade dos desmandos na política seja nossa, e não dos presos. E se formos educados saberemos que isso não dá liberdade aos presos. O que devemos fazer é nos educarmos para eleger políticos e não corruptos.
Estou preocupado, sim. As eleições se aproximam e não vemos mudanças, tanto nos candidatos, quanto nos eleitores. Assunto que não interessa aos que deveriam fazer a Educação. Pense nisso.
99121-1460