Bom dia,

Hoje é terça-feira (14.12). Ainda na vieram a público as razões que levaram o secretário estadual de Saúde, Leocádio Vasconcelos, a pedir demissão do cargo na semana passada. Também não foi dada publicidade os motivos que fizeram com que ele decidisse permanecer na chefia da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) depois de uma conversa com o governador Antônio Denárium (PP). Do que chegou através de bastidores, o que se sabe da discordância é que elas giraram por conta de contratação de médicos e paramédicos pelo governo do estado para a realização de cirurgias eletivas. Leocádio recebeu do Tribunal de Contas do Estado (TCE) autorização para, num prazo de 120 dias, contratar recursos humanos, em modalidade simplificada, para dar início àquele ato cirúrgico, cuja realização vem sendo prejudicada por conta da pandemia da Covid19. O secretário enfrentou resistência interna, que o impedia de concretizar a contratação no prazo concedido, e por isso, pediu exoneração.

A permanência de Leocádio Vasconcelos como secretário estadual de Saúde é indicativo de que as divergências internas no governo estadual foram contornadas e que, finalmente, o governo do estado vai começar a realizar cirurgias eletivas de forma continuada. Já é tempo, afinal, segundo fontes da Parabólica, existem mais de 8.000 pacientes, que aguardam penosamente numa fila, sua vez de submeter-se a todo tipo de cirurgias que não são consideradas de urgente realização, mas que podem agravar a saúde dessas pessoas em virtude do longo prazo de espera, podendo inclusive leva-los à morte. A persistência dessa situação, inaceitável, é uma mácula na atual administração estadual, e nem mesmo a ocorrência da pandemia pode justifica-la.

Ontem, segunda-feira, um economista, leitor da Parabólica, fez uma estimativa do público que sofre direta e indiretamente, os efeitos da não realização das cirurgias eletivas pelo governo do estado. Ele adotou como número de parentes na família de cada paciente na fila de espera, uma média de quatro pessoas. Contados os próprios pacientes, esse público chega a impressionantes 40.000 pessoas, o que se aproxima de um percentual de 6% de uma população estimada em 650.000 habitantes. Do ponto de vista político, não resta dúvida o desgaste do atual governador Antônio Denárium, que tentará a reeleição no próximo pleito de 2022, com potencial de influenciar o resultado final do pleito. Tomara que, pelo menos isso, possa motivar a todos do governo estadual a tomarem como prioridade a realização dessas cirurgias.

REPERSUSSÃO

Informações chegadas a Coluna através de um especialista em pesquisas, inclusive em redes sociais, dizem da imensa repercussão da notícia sobre a adesão do ex-governador Neudo Campos, e de sua família, à candidatura ao governo estadual em 2022, da ex-prefeita Teresa Surita (MDB). Os resultados eleitorais dessa adesão só poderão ser avaliados mais tarde, quando os eventuais eleitores de Neudo Campos começarem a manifestar-se em pesquisa de intenção de votos, ou que sabem, quando os resultados da eleição começarem a emergir das urnas no próximo ano.

PROFISSIONAL

De um ex-aliado do ex-senador Romero Jucá (MDB), a Parabólica ouviu o seguinte comentário: ¨Independente do que o Romero Jucá significa como político para Roraima, o que é inegável é que ele é um frio calculista e faz política profissionalmente. Para que ele tenha aceitado o apoio de Neudo Campos e família, a sua candidatura, ele Jucá, deve ter resultados de pesquisas, inclusive qualitativas, que indicam ser ainda grande o eventual patrimônio eleitoral do ex-governador. Ele não aceitaria esse apoio se as pesquisas não indicassem o ganho eleitoral que ela pode trazer a sua tentativa de voltar ao Senado Federal. O que me estanhou foi a ausência da ex-governadora Suely Campos ao evento da adesão”.            

SEM VOLTA

Adversários e mesmo alguns aliados do deputado federal Hiram Gonçalves (PP) têm dito com alguma frequência que a candidatura dele ao Senado Federal em 2022, é balão de ensaio. O argumento é de que Hiram Gonçalves não trocaria a possibilidade muito concreta de uma reeleição à Câmara dos Deputados por uma disputa mais incerta pela única vaga disponível no Senado Federal no próximo ano. Sobre essa questão, a Parabólica ouviu o próprio Hiram Goncalves que disse ser sua decisão de disputar a vaga ao Senado Federal um caminho sem volta. “Já estou organizando minha campanha, inclusive, firmando alianças com lideranças e até mesmo com eventuais candidatos a deputados/deputadas federais”, disse o parlamentar, que preside o PP de Roraima.

    

DEBANDADA?

Têm sido persistentes os boatos nos bastidores que antecedem a eleição do próximo ano dando conta de uma eventual debandada de deputados estaduais que se afastariam da candidatura de reeleição do governador Antônio Denárium. Tais boatos não são consistentes com as manifestações públicas dos parlamentares, que nalguns casos, postam em suas redes fotos em que aparecem junto ao governador. Eles quase sempre também estão presentes nos atos públicos promovidos pelo governo estadual. De qualquer forma, onde há fumaça há fogo, diz a sabedoria popular. A política, como dizia a velha raposa mineira Magalhães Pinto, é como nuvem. Numa hora aprece de uma forma, e na outra, muda rapidamente o formato.