Para colorir a magia da confraternização

* Beatriz Breves

Em tempos de final de ano, o amor convocou todos os sentimentos para juntos decidirem como cada um iria participar dos festejos.

De pronto a alegria se declarou companheira da felicidade. Até porque, juntas, alegram os corações e iluminam os sorrisos.

— “Ah! Ah! Ah!” — diversas gargalhadas podiam ser ouvidas ao longe. Era a vaidade debochando da alegria e da felicidade, no instante em que se declarava parceira da arrogância.

A discórdia rapidamente convidou a desarmonia, muito amiga da raiva que já tinha se acertado com o pessimismo. Resolveram formar um quarteto.

A tristeza se uniu à solidão, a compaixão ao perdão, a saudade à nostalgia e a frustração ao mau-humor. E, assim, os sentimentos foram se unindo.

O aconchego se uniu ao carinho, a amizade à generosidade, a angústia à ansiedade, o apego à carência, o desânimo ao desgosto, o egoísmo ao orgulho, a esperança à fé, a humilhação à vingança, a paixão à união, a piedade à solidariedade, a timidez à vergonha e tantos outros se uniram.

Pouco a pouco, foram formando duplas, trios, quartetos, etc. Estava um verdadeiro alvoroço, todos buscavam companhia.

Todavia, como sempre há o estraga-prazeres, a indiferença, contrariando o grupo, se recusava a ir com quem quer que fosse. Afinal, a indiferença é o único sentimento que verdadeiramente não aceita nenhum vínculo. Assim, criou-se um impasse a ser resolvido pela conciliação e sabedoria que, após muito sentir, concluíram que a indiferença poderia, sim, ir sozinha, afinal, se ela não era capaz de se vincular a ninguém, deveria ser respeitada na sua forma de ser. Contudo, receosas de que ela mais uma vez pudesse ser um estraga-prazeres, foi imposta uma condição:

“ — Você pode ir só, desde que permaneça o tempo todo voltado para o celular e não converse com ninguém”.

A indiferença, demonstrando indiferença, aceitou a condição.

Então, quando nos festejos de final de ano você encontrar pessoas esperançosas, sorridentes e alegres; apaixonadas, unidas e solidárias; sem falar das que estão se sentindo tristes, solitárias e desanimadas; e, ainda, as que estão mal-humoradas, raivosas e indiferentes ao celular; lembre-se de que elas, assim como todas as demais, estão tocadas pelos sentimentos convocados pelo amor. O sentimento que está sempre pronto a acolher todos para, assim, colorir a magia da confraternização.

Boas Festas e um Feliz Ano Novo!

 

* Beatriz Breves é psicóloga, escritora, bacharel e licenciada em Física. Presidente, membro efetivo e fundador da Sociedade da Ciência do Sentir (SoCis).

É nossa tarefa

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Não fomos postos nesse mundo apenas para existir; fomos postos aqui para viver, e viver significa envolvermo-nos com os outros”. (Samuel Dodson)

O envolvimento com o próximo tem sido mal-entendido, em todas as fases da humanidade. Envolver-se com o outro, não significa unir-se a uma pessoa, mas estar ligado a todos os seres humanos, como seres humanos. Há um zilhão de recados, que nos indica que somos todos iguais. A diferença está nas diferenças, que devem ser respeitadas. Se prestássemos mais atenção a dizeres que vêm de grandes pensadores, viveríamos com harmonia.

Vamos, mesmo com o risco de sermos considerados repetitivos, repetir grandes pensadores. Victor Hugo nos disse: “Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. Você evoluiu no seu trabalho, na sua profissão, tudo bem, mas não deixe de ser o ser humano, posto nesse mundo para viver. Viva intensamente, mas com racionalidade. Você não foi feito de barro. Você é uma criação humana. Você veio de alguém. De onde foi tirado para sair e viver o mundo, a que foi entregue. E você é mais um membro, entre bilhões dos que vieram ao mundo exatamente como você. O que nos torna iguais.

Não deixe de prestar atenção à fala dos que sabem falar. Nada de ficar se deixando levar por blá-bla-blás infundados, dos que não sabem viver. Vamos repetir o que tem sido dito por aqui, e que deve ser considerado. Emerson disse: “Você é tão podre ou tão rio quanto o seu vizinho, senão não seria vizinho dele”. E, com certeza, o Emerson não está considerando vizinho apenas a pessoa que mora na casa ao lado da sua. Todo ser humano é seu vizinho. É só você considerar as diferenças entre você e ele, e tudo dará certo.

Vamos viver nossas vidas como elas devem ser vividas. E tudo é muito simples. Nós é que, pelo desconhecimento sobre a vida, a complicamos. Continuamos como marionetes dos que pensam que são o que realmente não são. E isso nos leva a sermos o que não somos pensando que somos. Vamos nos conhecer a nós mesmos, reconhecendo-nos como ser
es da mesma origem, vindos do mesmo universo. Vamos respeitar o nosso próximo, para que possamos ser respeitados por eles. Vamos respeitar com amor, mas sem derramamento de sentimentos fúteis e inúteis. Que é o que vimos fazendo, mundo a fora.

Tudo é muito simples. É só você não complicar, com pensamentos negativos. Vamos nos educarmos. Porque ainda não estamos, em educação, no nível necessário para que cheguemos ao nível necessário para o nosso retorno ao nosso mundo de origem. E só conseguiremos isso, como educação. E esta não está na escola, mas no lar. Pense nisso.

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