Opinião

Opiniao 13060

Plano Perfeito

Debhora Gondim

Não é de hoje que a humanidade tenta fazer para si ídolos visíveis, mas sem poder e autoridade nenhuma para salvar e perdoar pecados. Isto nos remete ao povo de Israel, quando estavam no Deserto. Eles fizeram um bezerro de ouro para adorar, enquanto Moisés estava em plena comunhão com Deus (Êxodo 32). Este mesmo povo se recusou a subir para também desfrutar da Sua presença, mesmo tendo ouvido e visto a Sua Glória. Por medo mandou que Moisés fosse no lugar deles (Deuteronômio 5:25-27).

Estamos sempre buscando deuses que não confronte nossos pecados. Criamos filosofias, ideológicas, crenças e ídolos conforme a nossa imagem e semelhança. Tudo que tem a ver com o ser humano é falível. Elas não nos pedem para mudar, massageiam o nosso ego. Cegam-nos para o fato de que nós somos a imagem e semelhança de Deus, mas que a escolha pelo pecado a distorceu. Diante disso, fica claro que só conseguiremos recuperar nossa essência em Deus, não em nós ou em outro ser humano. Acontece a partir do momento que temos fé no autor e consumador da nossa salvação. Quem é o autor e consumador? Jesus Cristo (Hebreus 12:2)

Jesus Cristo é o Filho de Deus (João 11:27; 20:31; 1 João 5:10); nasceu em uma manjedoura o Príncipe da Paz (Mateus 1: 18-24); veio ao mundo como homem sendo  ser servo humilde e obediente (Filipenses 2: 5-11); Criador do universo (João 1:1e 2; Gênesis 1:26; João 1:3); Caminho, verdade e vida. Único que nos leva até Deus (João 14:6); Salvador do mundo, que nos perdoa, nos restaura a sua imagem e nos dá a vida eterna (Isaías 43:11; João 3:17).

Jesus, o Filho de Deus que criou todas as coisas visíveis e invisíveis é o mesmo que se fez homem e habitou entre nós (João 1:14; Filipenses 2:6-11). Quando viveu entre nós experimentou dores, rejeições, desprezo, sofrimentos e tentações (Isaías 53:3). Mas em tudo não pecou (Hebreus 4:14-16). Foi entregue a morte de cruz sem reclamar (Isaías 53:6-10) e doou-se por nos amar (João 3:16). Para que, o mundo fosse salvo por Seu intermédio (João 3:17). Morreu pagando nossa dívida do pecado, que está sobre a humanidade desde a escolha de Adão por pecar. Assim como Adão pecou trazendo toda espécie de problemas, caos e maldades, Jesus veio trazendo a solução para tudo por meio de um único ato (Romanos 5:12; 5:18-21). Jesus trouxe através de sua morte de cruz e de sua ressurreição a vida (1 Coríntios 15:20), o perdão e salvação (João 5:24; Romanos 6:23). Somos merecedores?  

Não. Adão e Eva desobedeceram a Deus ao permitir que seu coração fosse orgulhoso. Quiseram ser o que nunca foram criados para ser. Tiveram o seu ego inflamado (Gênesis 3). Este pecado caiu sobre seus descendentes, sobre toda humanidade. Isto nos separou de Deus e nos trouxe morte (Romanos 3:23 e 6:23). Não há nenhum justo na Terra, ninguém que faça o bem. Muitas vezes o ato é bom, mas com motivações ruins (Romanos 5:10-18).

        

Então não somos merecedores de perdão, salvação, reconciliação com Deus e nem vida eterna. Mas por meio da Graça Deus nos concedeu perdão, salvação e vida eterna, através de Jesus Cristo. Tudo foi por intermédio Dele e por Ele. Nenhuma boa ação nossa fará com que tenhamos direito a vida eterna. Mas por amor Deus nos deu este presente (Efésios 2:8-10). Então, como sou salvo?

A partir do momento que crê em Jesus como seu único e suficiente salvador. Exercendo fé de que Jesus é o Filho de Deus e se fez homem. Que morreu levando sobre si nossos pecados e sofrimentos para nos salvar e nos perdoar. Ressuscitou para nos dá a vida eterna (1 Pedro 3:18). E logo voltará e nossa salvação estará completa. Para o lar todo aquele que confessa Jesus como Salvador irá.

Teóloga e Professora

Felicidade no Brasil: a nossa última esperança

Sebastião Pereira do Nascimento*

Neste momento de final de ano, há que perguntar aos brasileiros sobre a felicidade. Será que ela está estendida em todo Brasil? É difícil. A única prova que se possa ter neste momento é que ela realmente existe. Mas não sabemos onde está. Ainda que todos – já que trata-se de uma idiocrasia humana –, estejam, à sua maneira, em busca desse equilíbrio maior.

Não o bastante, a busca desse equilíbrio passa por um contexto que para ser feliz é preciso ter uma conduta ética. Pois a pessoa seguindo uma racionalidade ética, ela sempre estará antecipando coisas boas com o propósito de estabelecer o bem supremo, que é o bem que justifica todos os outros. Sendo o supremo fim a própria felicidade, e não se trata dos prazeres, riquezas, honrarias, e sim de uma realização saudável tanto para si como para o outro.

Quando nos referimos ao outro, é porque a felicidade não depende (e não pode estar) apenas num indivíduo. Ela depende também da vontade do outro. E na medida em que uma pessoa consegue um bem feliz, esse bem também pertence a outrem. Isso é o que se configura como um bem absoluto, que é um bem superior pelo fato de trazer a plenitude a todos que comungam do mesmo momento. De outro modo, aquele “bem” que possa trazer um certo estado de graça a uma pessoa e levar infelicidade a outra não pode se manifestar como um bem superior. Portanto, estar apenas em estado de graça não significa estar feliz, significa viver um momento de euforia por alguma coisa vantajosa àquela pessoa, ainda que possa ser prejudicial a outras pessoas.

Para Sócrates a felicidade reside em vislumbrar o fim de uma ação plena. E esse momento tem por objetivo preparar o indivíduo humano para conhecer-se, tendo em vista que o conhecimento é a base do agir correto e o vislumbramento é o efeito da plenitude. Para este filósofo, a felicidade prima pelo bem do coletivo em detrimento do bem individual. Pois, onde reside o bem comum, pode-se dizer garantida a existência da felicidade.

Assim, com base nessas premissas podemos considerar que no Brasil a felicidade, neste momento de pandemia e de um governo negacionista, passa longe do interior de cada um. Pois, difícil é achar alguém que possa estar feliz num país tão descaracterizado, com graves problemas sociais, econômicos, ambientais, etc, causados principalmente pela deficiência de um governo que sustenta uma corja de lacaios que vêm contribuindo para um vasto processo de desconstrução dos valores comuns, manifestando seus mais intensos desejos de satisfazer seus próprios apetites, os quais conflitam com a população, gerando a infelicidade.

Nessa busca da própria satisfação, vemos nos braços desses fundamentalistas, recorrentes práticas – que cabem ao fascismo e ao nazismo – ignominiosas atitudes de injúrias, racismo, xenofobismo, misoginismo, intolerâncias, corrupções, depreciações, dentre outras anomalias. Sendo essas práticas hostis e cruéis ganharem corpo e alma espalhando o ódio no mais alto nível de todos os tempos.

Recentemente, estudos feitos pelo World Happiness Report – Relatório Mundial de Felicidade –, que mede o índice de satisfação com a vida, apontam que o povo brasileiro nunca teve tão infeliz como na atualidade, onde as pessoas vêm descontentes com o curso de suas vidas e com o contexto social do país. Os estudos mostram que o estado de infelicidade vem se ampliando cada vez mais na medida em que as mazelas do país se multiplicam e passam interferir no bem-estar das pessoas. Sendo os aspectos financeiros, as desordens políticas e a falta de perspectivas, alguns dos principais motivos que aceleram a infelicidade do povo.

O relatório avalia também o consumo de informação pelas redes sociais. Mostrando o uso crescente das mídias digitais em relação aos índices de felicidade, ou seja, quanto mais infeliz a pessoa, mais ela se remete às redes sociais. Outra coisa que chamou atenção do relatório, foi a alta taxa de infelicidade gerada pela péssima qualidade de renda da maioria da população brasileira. Diferente de outros países com melhor índice de igualdade social, onde a população é muito mais feliz.

Como completude ao desgaste da felicidade no Brasil, há outro motivo pelo qual a maior parte da população brasileira tem a infelicidade permanente de ter vivenciado. Aqui estamos falando da ditadura militar a partir do golpe de 1964. Algo estapafúrdio que foi restaurado com a eleição de Jair Bolsonaro, o qual mostra ter por maior regozijo ser um ditador. O que seria também o máximo para os seus vassalos.

Por outro lado, só defende um governo adepto da ditadura, quem ganha dinheiro através da corrupção, do armamento, da repressão e da violência. Só defende um governo que incentiva ditadura, quem dele se beneficia de valores existencialmente corrompidos e acata a ostentação do presidente com o dinheiro público. Só defende um governo que incita a ditadura, quem reverencia torturadores e os atentados terroristas praticados pelo governo militar durante os anos de chumbo. Só defende um governo que preza a ditadura, quem estimula a pobreza, o impacto ambiental, a concentração de renda e o capitalismo selvagem. Só defende um governo que aprecia a ditadura, quem desdém da pandemia, quem ataca a imprensa livre, quem ataca os povos originários, quem destrata a cultura brasileira, quem despreza a educação, quem nega a ciência e quem não busca a felicidade.

Assim, com tantas agruras no país, não há razões para que a felicidade reine neste final do ano no Brasil. No entanto, o esforço de cada um em consonância com o exercício da ética, que torna o sujeito virtuoso, pode reverter esse quadro de insatisfação e trazer por fim o bem supremo, isto é, o bem que não remete a nenhum outro bem, aquele bem que por finalidade pode ser chamado de felicidade.

*Filósofo, consultor ambiental e escritor. Autor dos livros “Sonhador do Absoluto” e “Recado aos Humanos”. Editora CRV. Coautor do livro “Vertebrados Terrestres de Roraima”. Publicado por Biologia Geral e Experimental.

Depende de como você pensa

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Os meus pensamentos sem significados estão me mostrando um mundo sem significado”. (Do livro Um Curso de Milagres)

Não está nada fácil você ficar o dia todo ouvindo discussões sem significado. Os que pensam, depois de ouvirem as discussões, refletem sobre o mundo sem significado em que vivemos. Refletir, às vezes prejudica mais do que levar numa boa. Mas mesmo assim vamos refletir. O vazio que ouvimos nos papos e conversas, nem sabemos por que ouvimos. Mas vamos pensar um pouco na importância dos nossos pensamentos. Quando pensamos positivamente estamos com pensamentos com significado. Então vamos amadurecer e não perder tempo com pensamentos pobres.

Quando ficamos perdendo tempo com o que ouvimos sobre a política, estamos navegando em pirogas furadas. Política não se discute. O que devemos fazer é conversar sobre a política, mas sem discussões. Já sabemos que pessoas inteligentes não discutem.

Porque quando discutimos, é porque não estamos respeitando o direito democrático do opositor. Ele não é obrigado a pensar como eu, nem eu como ele. Então vamos respeitar a igualdade nas diferenças. O que devemos é nos educar, para que equilibremos nossos pensamentos. E o que vemos e ouvimos nas discussões não é mais do que desconhecimento total. Estamos indo mais pelos pensamentos dos outros do que pelos nossos.

Vamos parar de berrar, pessoal? Vamos lutar pacificamente para obtermos a nossa cidadania. Vamos nos educar para que possamos merecer o voto facultativo, sem o qual não há democracia. Os grandes políticos sabiam e sabem disso. Só que não têm dignidade para nos falar sobre a nossa necessidade. E isso porque eles sabem que não têm competência para melhorar a nossa Educação. E sem uma educação de alto nível não temos como ser cidadãos.

Até quando iremos continuar mantendo os partidos nacionais como balcões de vendas? Até quando iremos ser vistos e usados como marionetes de políticos espertos? Tudo vai depender de cada um de nós. E não devemos nos esquecer de que somo nós, eleitores, os responsáveis pelos desmandos na nossa política. Ainda não temos consciência de cidadão, para o dever de votar por dever e não por obrigação. O cidadão de verdade não vota por obrigação. Mas tem que ser cidadão. E nunca o seremos enquanto não nos educarmos politicamente. Então vamos nos educarmos.

Seja honesto e sincero na escolha do seu candidato para as próximas eleições. Sei que você ainda é obrigado a votar, mas não vote no candidato, defendendo-se, alegando que vota em qualquer um porque são todos iguais. Este é o pensamento mais rude, e sem significado. Pense nisso.

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