Bom dia,
Hoje é sexta-feira (24.12). Véspera de Natal. Que nossas primeiras linhas possam escritas com nosso profundo desejo de que todos os nossos leitores e leitoras, e suas famílias tenham um Natal de harmonia e paz. Data magna dos cristãos, festejar o nascimento do fundador da fé cristã, é também um reencontro com o espírito de fraternidade que deveria estar presente em todos os dias daqueles que lutam por uma sociedade menos desigual. Que ao lado dos nossos entes mais queridos tenhamos um tempo para refletir sobre a dura realidade da pobreza que marca boa parte da humanidade, inclusive, no Brasil. À frente das muitas iguarias que vão nos proporcionar uma ceia com fartura, é bom não esquecer que no mesmo momento desse maravilhoso congraçamento com nossos familiares queridos existem, só no Brasil, milhões de pessoas que não têm o que comer e até onde morar. De qualquer forma, o Natal é momento de alegria, e nem mesmo a consciência da existência dos outros, vai nos tirar o contentamento que viveremos logo mais à noite. FELIZ NATAL.
ABSURDO
Ontem, quinta-feira, não teve Parabólica. A Coluna é normalmente redigida na madrugada e quando começamos a escrever chegou a notícia de que nossa companheiro da Rádio Folha FM 100.3, Geyza Matos, apresentadora do programa Manhã Sertaneja, sofrera juntamente com seu esposo Edilberto Pereira, uma tentativa de assalto, seguida de agressão. Os dois estavam saindo de casa em direção à Rádio Folha, ainda de madrugada, quando foram abordados por dois meliantes, diga-se a bem da verdade, brasileiros, que atacaram Edilberto com arma branca provocando três ferimentos. Evidentemente, ninguém do círculo profissional e pessoal reage com naturalidade a uma notícia desta. É revoltante saber que uma trabalhadora, que acorda todos os dias antes das 4h da madrugada para ganhar o sustento da família tenha que passar por uma situação de violência, que podia ter custado sua vida e de seu esposo.
VIOLÊNCIA
É claro, não é só nossa companheira Geyza Matos que é vítima diária da violência que grassa em nosso estado. Casas e estabelecimentos comerciais são arrobados, pessoas são assaltadas à luz do dia, seres humanos de todas as classes sociais são assassinados e tantos outros crimes ocorrem como rotina no estado. É evidente, sempre os responsáveis pela segurança pública da população quando requisitados a falar sobre essa situação de violência quase sempre dão como desculpa a presença de milhares de migrantes venezuelanos, que não são devidamente acolhidos pelo governo federal e sua Operação Acolhida. Pode até ser uma boa desculpa, mas não justifica a inércia do aparelho policial contra a ação de meliantes de todas as espécies que transitam livremente entre a população honesta e trabalhadora.
NÃO BASTA?
Para prestar serviço de segurança pública à população, o aparelho policial do Estado brasileiro é gigantesco, e custa bilhões de reais ao contribuinte. Em nível nacional, fora as Forças Armadas que algumas vezes são utilizadas como forças de repressão, o governo federal dispõe da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Penal Federal, da Força Nacional e de uma infinidade de agentes de fiscalização. Já os governos estaduais brasileiros contam com a Polícia Civil, a Polícia Militar, o Corpo Militar de Bombeiros, a Polícia Penal Estadual e um cordão de fiscais. Os municípios, quase todos criaram a Guarda Civil Municipal, com agentes autorizados a portar armas letais. Somos, portanto, literalmente, uma sociedade que conta com um esquema de pressão monumental, mas que infelizmente, não tem eficácia para proteger a população contra os criminosos.
ALVISSAREIRAS
As notícias que chegam da República Cooperativista da Guiana são cada dia mais alvissareiras. A última estimativa dá conta que as petroleiras americanas que exploram o petróleo na costa atlântica daquele país vizinho já estimam um potencial de mais de 10 bilhões de barris. E sobre a pressão dos países desenvolvidos, que querem impor para os países pobres o investimento em energias alternativas, o vice- presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo tem dito que “a Guiana tem o direito de comercializar os mais de 10 bilhões de barris de óleo equivalente que a Exxon entrou desde 2015”. Enquanto isso, a diplomacia brasileira continua de costas para o vizinho país. Pior para Roraima, que só tem a ganhar com o que estar por acontecer naquele país caribenho.
DISSEMOS
Era previsível, e como quase sempre acertamos na mosca. Daqui da Parabólica dissemos que a pressão do presidente Jair Bolsonaro (PL) para que o Congresso Nacional aprovasse recursos de R$ 1,7 bilhão para que o governo federal concedesse aumento salarial para os policiais federais levaria outras categorias a uma imensa insatisfação. Não deu outra, servidores da Receita Federal – que estão entre os mais bem pagos do país-, reagiram de forma contundente. Servidores comissionados entregaram os cargos e a categoria anunciou greve a partir de segunda-feira (27.12). Também os funcionários do Banco Central, responsável pelo controle da inflação e dos juros no país, ameaçam seguir o mesmo caminho. Outras categorias de servidores federais, com algum poder de barganha, deve fazer o mesmo. Com relação aos mais humildes, que ganham os menores salários, a vingança virá, com certeza, nas urnas.
MESMO RUMO?
Tudo indica que o governador Antônio Denárium (PP) vai ceder à pressão de alguns deputados estaduais que desejam a contratação das pouco mais de 400 pessoas que passaram no concurso da Policia Militar do estado. Fontes da Parabólica dizem que se isso for feito, outras categorias reclamarão aumentos salariais. No caso dos professores, os salários estão congelados faz quase seis anos. Há ainda outras reivindicações com relação à progressão de várias categorias, que ainda não foram pagas sob o argumento da crise orçamentária do estado.