Jessé Souza

A grande preocupacao com a RR 203 e a situacao da Vila Bom Jesus 13068

A grande preocupação com a RR-203 e a situação da Vila Bom Jesus

Jessé Souza*

O ano praticamente chegou ao fim com um sentimento de preocupação por quem transita pela RR-203, pois a obra de recuperação da rodovia não foi concluída. Essa estrada corta o Município do Amajari, a partir do entrocamento com o trecho norte da BR-174, e segue até a Serra do Tepequém, totalizando quase 110 km de extensão.

Até o momento, são apenas 14Km contínuos de recapeamento asfáltico, compreendendo um trecho que vai da entrada da Vila Ametista até a entrada da Vila do Paiva, a sede de Tepequém. Essa extensão, chamada de “subida da serra “, recebeu recapeamento novinho. Nos demais trechos foram realizadas apenas ações de tapa-buraco  e, em alguns pontos, houve recortes com asfalto novo.

Existe ainda um trecho de 20km onde foi lançado barro nos buracos, cujas crateras ressurgiram devido a ação das chuvas constantes que estão caindo na região. Esse trecho da buraqueira vai da Vila Brasil até perto da entrada da entrada da Vila Bom Jesus, dificultando a vida dos condutores.

Vale ressaltar, ainda, que o recapeamento da rua principal da Vila do Paiva estourou com dois meses de concluído. A empresa se comprometeu refazer a camada asfáltica e chegou a estacionar as máquinas no local em um sinal de que iria dar início ao serviço. Mas o tempo passou e as máquinas foram sendo retiradas uma a uma até sumirem todas.

Enquanto isso, o governo fica divulgando institucionais afirmando que a estrada está “um tapete”, o que está longe da verdade, conforme os dados relatados acima, neste artigo e em artigo anterior, e vídeos que estão sendo divulgados nas redes sociais e grupos de WhatsApp.

É preocupante porque, além do asfalto que estourou na sede de Tepequém, é possível observar que já começaram a surgir buracos nos locais onde houve recapeamento total e também naqueles trechos de tapa-buraco. Significa que, em breve, será preciso fazer novo tapa-buraco em locais recapeados e naqueles que já receberam tapa-buraco (ou seja, tapa-buraco do tapa-buraco).

Essa é a preocupação de moradores da Serra do Tepequém, empresários de turismo, turistas locais e de outros estados que se deslocam para a região, pecuaristas e piscultores, além de moradores e produtores das vilas e comunidades indígenas que ficam localizadas ao longo da RR-203 e adjascências.

Em situação crítica estão os moradores de Bom Jesus, cujo acesso é pela RR-203, onde as últimas tempestades que caíram na região arrastaram as pontes de madeira, obrigando populares a improvisar pinguelas (peças de madeiras no leito dos igarapés) para que não fiquem complemtamente isolados, sem ao menos receberem um posicionamento do governo estadual há pelo menos duas semanas.

As pessoas até entendem que a obra de recuperação da RR-203 está em curso, mas preocupam a lentidão da obra e principalmente a qualidade do asfalto, pois, se continuar dessa forma, se tornará uma obra sem fim, como está ocorrendo com o trecho norte da BR-174, onde a buraqueira ressurge logo após o recapeamento asfáltico, em um verdadeiro comedouro de recursos públicos.

A poucos dias de terminar o ano, os problemas devem se prolongar até que os órgãos públicos voltem à normalidade depois das festas e recessos de fim de ano. Ou depois do Carnaval, quando o brasileiro acostumou-se a acreditar que começa o ano de verdade.  Sem contar que problemas semelhantes ou até piores estão ocorrendo em outras regiões do Estado, enquanto institucionais tentam  fazer crer que está “tudo bem” com as estradas roraimenses 

*Colunista