Bom dia,
Hoje é quarta-feira (29.12). O Brasil, projetado para 2022, apresenta um quadro nada alvissareiro quando retratado sob a ótica da economia e do emprego. Faz mais de uma década, nosso país vem destruindo bons empregos que eram gerados na indústria, trocando-os por postos de trabalhos de má qualidade no setor de serviços. E assim, vai continuar no próximo. Na melhor das hipóteses, o ritmo, mesmo que lento da recuperação do emprego com carteira assinada vai ficar estacionado nos próximos 365 dias devido à expectativa de um crescimento quase zero do Produto Interno Bruto (PIB). Para que se tenha uma pálida ideia do que essa pasmaceira significa, a renda média dos brasileiros e das brasileiras ao final deste 2021 estará igual a mesmo que foi em 2012, isto é, passamos, literalmente, uma década perdida.
E, enquanto a economia tupiniquim clama por medidas que possam fazer superar a crise, os políticos parecem que governam outro país. Ainda ontem, o outrora poderoso ministro da Economia Paulo Guedes, usou uma figura de linguagem para ameaçar como tragédia equivalente ao rompimento daquela barragem na cidade mineira de Mariana, a possível reação do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), de ceder às pressões dos servidores públicos federais por correção dos salários. Segundo Guedes, o Brasil ainda vive uma guerra contra a falta de crescimento e, por tanto, todos têm de fazer um sacrifício pelo país. Esquece o ministro que foi o próprio presidente quem trouxe à discussão a questão de reajuste dos salários do servidor federal, ao pressionar o Congresso Nacional a aprovar uma verba de R$ 1,7 bilhão no orçamento da União para 2022, a fim de conceder correção salarial aos agentes públicos federais de segurança.
BOA VISTA
A primeira casa de Boa Vista, onde funciona hoje o restaurante Meu Cantinho, era a sede da fazenda Boa Vista. A cidade do mesmo nome foi crescendo em torno dela, inclusive, a igreja Matriz da Consolata e tantas outras construções. É facilmente visível que o Capitão Inácio Magalhães fez ali sua morada para ter uma boa vista do rio Branco, daí o nome da cidade. Se o poder público tivesse cumprido com suas obrigações de impedir que centenas de construções tivessem invadido as margens do rio, a Capital do estado seria uma cidade com uma belíssima orla que se estenderia desde o igarapé do Calungá até a foz do rio Cauamé. Sem dúvida, uma das mais belas da região Norte. Infelizmente, a margem esquerda do nosso belo e mais importante rio foi privatizada ao arrepio da lei, tornando-a inacessível à sua população.
TEPEQUÉM
O registro desse crime urbanístico que se cometeu contra nossa Capital vem a propósito do que está acontecendo com a estância turística do Tepequém, de longe o mais futuroso e importante polo de turismo de Roraima. As denúncias de que a pequena cidade está sendo ocupada desordenadamente é cada dia mais intensa nas redes sociais, sem que autoridades do governo estadual e do governo municipal do Amajari tomem qualquer providência. E o pior, vários pontos de atração para os visitantes estão sendo ocupados por “proprietários” privados, que os cercam impedindo a visitação por parte dos turistas locais e dos que vêm de outros estados. Essa ganância e a prevaricação criminosa das autoridades públicas pode comprometer o potencial daquela região, que é capaz de atrair milhares de turistas de outros estados, especialmente do Amazonas, dando início efetivo de uma indústria turística com a geração de renda e emprego para milhares de pessoas. É muita incompetência e atitude criminosa das atuais administrações, do estado e da prefeitura de Amajari.
“VAQUINHAS”
Apesar do anúncio pelo secretário estadual de Saúde Leocádio Vasconcelos de que o governo do estado reiniciaria com vigor as chamadas cirurgias eletivas têm se intensificado pelas redes sociais, e mesmo pela imprensa, pedidos de populares e até mesmo de jornalistas para que se formem redes de solidariedade, com contribuição pecuniária, para que pessoas possam fazer cirurgias na rede privada, que nunca custam menos de vinte mil reais por conta da possibilidade de fazê-las nos hospitais públicos do estado. As alegações para essa falta vão desde a recusa dos profissionais, que não demonstram a mínima vontade de cumprir suas cargas horárias contratadas; até a falta de material cirúrgico. Tudo indica a existência de um cabo-de-guerra entre o governo e os profissionais médicos depois que a cooperativa foi descontratada. O pior é que falta de transparência impede a população de saber, em toda a extensão, a verdade.
FÉRIAS/RECESSO
A história ainda vai explicar aos seus próprios eleitores a personalidade complexa do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Alguns estados brasileiros estão sofrendo com a intensidade das chuvas, inclusive com a ocorrência de mortes e de um prejuízo até agora incalculável. Apesar de ter quatro de seus ministros sobrevoando especialmente o Sul da Bahia, de seu governo ter liberado apoio logístico e prometido verbas emergenciais; o que muita gente imaginava é que Bolsonaro suspenderia suas férias/recesso que goza em Santa Catarina para, ao menos, voltar ao Palácio do Planalto para coordenar a reação do governo federal à tragédia, que não é pequena. Muito a seu estilo, o presidente rema contra a maré da normalidade, e mesmo diante do conselho de seus assessores, não dá qualquer indicativo de que dará mais atenção ao sofrimento do povo mais pobre da Bahia.