Alimentos considerados prioritários na mesa do roraimense, que compõem a cesta básica, sofreram uma queda de preço nos supermercados e distribuidoras da Capital. O efeito pôde ser sentido de imediato no bolso do consumidor, que no primeiro semestre chegou a pagar R$ 112,00 pela cesta e agora compra os mesmos produtos pelo valor mínimo de R$ 86,99, uma economia de 22%.
A diminuição no valor, em Roraima, mostra uma realidade oposta em relação à maioria dos outros estados, onde dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que houve elevação do preço do produto em 18 das 26 capitais brasileiras.
Conforme o Dieese, o trabalhador que recebe salário mínimo nas capitais onde houve reajuste da cesta comprometeu, em outubro deste ano, 45,75% dos seus vencimentos para comprar os alimentos da cesta. Em outubro de 2014, o comprometimento era de 45%. Em Roraima, a renda comprometida com a cesta básica gira em torno de 11,02%, de acordo com a entidade.
Atualmente, 13 produtos compõem a cesta básica do consumidor roraimense. São eles: 5 kg de arroz, 1 kg de sal, 2 kg de feijão, 4 kg de açúcar, 3 kg de café, 5 pacotes de suco, 2 pacotes de bolacha, 2 latas de sardinha, 2 pacotes de macarrão, 2 latas de óleo, 2 extratos de tomate, 3 pacotes de leite e 2 kg de farinha.
A Folha visitou dois supermercados de Boa Vista, um localizado na região central e o outro na zona Oeste. O preço da cesta básica nos estabelecimentos foi praticamente o mesmo, o que diferenciou foi a quantidade dos produtos. Em outubro, os produtos com predomínio de baixa nos preços na Capital foram açúcar, arroz, óleo de soja e café em pó.
Segundo o subgerente de um dos supermercados, Elderí Gomes, a diminuição no preço ocorreu para dar uma compensada ao consumidor no atual momento de crise. “Se o cliente fizer a soma, vai ver que, de repente, a cesta tem produtos que suprem mais a necessidade e são essenciais”, disse.
Conforme ele, o local vende, em média, cem cestas básicas por mês. “Quem compra mais são as pessoas com maior poder aquisitivo, que costumam fazer doações”, afirmou.
ECONOMIA – Para o economista Dorcílio de Souza, a queda no preço da cesta básica se deve ao excesso de oferta. “Está sendo maior que a capacidade de consumo e demanda. Só assim se justifica essa diminuição, porque houve elevação de custo de produção devido ao aumento do preço dos combustíveis e da tarifa de energia elétrica”, explicou.
O economista sugeriu que o consumidor aproveite o baixo valor dos produtos e faça uma reserva para os gastos de fim de ano. “Serão muitos gastos, então, qualquer economia é bem-vinda para suprir as despesas adicionais da época”, frisou. (L.G.C)