Opinião

Opiniao 13179

A pessoa diz não gostar de ler até encontrar um livro que gosta

Por Luciana de Gnone

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro revelou que o brasileiro lê em média 4,96 livros por ano. Pode parecer bastante, mas os franceses, por exemplo, chegam a ler mais de 20 obras no mesmo período. O que explica então o desinteresse pela leitura, especialmente entre os mais jovens, no nosso país?

Acredito que estas estatísticas negativas sobre leitura estão, em parte, ligadas à obrigatoriedade de ler os grandes clássicos da literatura brasileira durante o ensino básico. Não me entenda mal, não estou criticando os clássicos, longe de mim.

O que quero dizer é que a maioria das pessoas tem dificuldade em ler e interpretar a linguagem rebuscada dessas narrativas. Esta formalidade, aliada à obrigação imposta sobre estas leituras, acaba criando um afastamento entre os jovens e a literatura que infelizmente se estende para a vida toda.

Há algum tempo, em uma conversa de família, soube que minha sobrinha de 15 anos, que até então não gostava de livros, finalmente descobriu sua paixão pela leitura. Isso aconteceu porque ela estava lendo um livro que despertou seu interesse.

Este caso retrata minha crença que defendo quase como um mantra: a pessoa diz não gostar de ler até ler um livro que gosta. Não acho que o ser humano seja avesso à leitura. Acredito apenas que cada um tem estilos, gostos e interesses diferentes.

Desde que comecei a escrever romances profissionalmente, tento reverter este movimento contra a leitura que parece ter se enraizado na nossa cultura. Na verdade, todas as pessoas que não leem hoje são potenciais leitores, basta encontrar o livro certo.

Como escritora, uso meu ativismo pró-leitura para enfatizar a importância dos livros no desenvolvimento humano. Inclusive, costumo indicar três caminhos para quem não gosta de ler descobrir como identificar os títulos certos para investir seu tempo.

Para saber quais são os seus gêneros literários preferidos, basta analisar os filmes e séries que você mais assiste. Depois, vale procurar os trabalhos de autores destes gêneros e ler resenhas de livros escritos por eles para encontrar aquele que mais chama a sua atenção.

Tem ainda a regra 80/20: se você leu 20% do livro e não gostou, o melhor é deixá-lo de lado e começar uma nova leitura. Se até ali você não se encantou por aquela história, talvez não seja o livro certo ou mesmo o momento ideal para ele.

Se você conhece alguém que se encaixa neste perfil de brasileiros que não gostam de ler, sugira estas técnicas. Pode ser o incentivo necessário para que mais uma pessoa descubra o potencial dos livros e se apaixone pelo universo mágico da literatura.

Luciana de Gnone é escritora e lançou recentemente o romance policial “Evidência 7: Segredo Codificado”.

Somos o espírito da nação

Afonso Rodrigues de Oliveira

“O espírito de qualquer nação não é nada mais do que a soma total dos hábitos de pensamento dominantes do seu povo”. (Napoleon Hill)

Já sabemos, sobejamente, que o maior problema na política brasileira é a falta de educação, do povo brasileiro. Ainda não somos um povo educado, nem instruído, politicamente. E por isso não temos como representar o País como ele realmente é. Enquanto não formos educados estaremos no patamar mais baixo, na escada da evolução democrática.

Enquanto não pudermos nos apresentar como cidadãos brasileiros, não teremos como ser respeitados, nem mesmo pelos brasileiros. Que é o que continuamos vendo, sem ver, nos movimentos, discussões, apresentações e coisas tais, tanto do povo quanto dos políticos. O que ouvimos de bobeiras, tolices e aberrações, não tá no gibi.

No Brasil ainda temos bons políticos? Temos sim, senhor. Mas eles não conseguem trabalhar. Os maus políticos são em maioria e mais espertos. E por isso mantêm os bons, amarrados no círculo de elefantes de circo. Agora pense numa coisa: não pense que estou ridicularizando a política nem os políticos. Estou apenas tentando abrir os olhos dos eleitores despreparados, por falta de educação. Simples pra dedéu. A má qualidade na educação, no Brasil, está num ponto dos mais baixos do mundo. Vá refletindo sobre isso.

Vamos parar de gritar, espernear, e xingar políticos considerados adversários. Vamos nos concentrar na falha dos que os elegeram. O vereador, o deputado, o senador e o presidente da República, não foram nomeados nem fizeram concurso para o cargo. Eles foram eleitos por uma maioria dos eleitores despreparados pra votar. O que indica que o problema é muito mais complexo do que se imagina. E que só será resolvido com Educação. Então vamos educar o brasileiro, primeiro, informando-o de que ele nunca será um cidadão,
enquanto for obrigado a votar em candidatos que não merecem seu voto. E sem educação nunca seremos merecedores do voto facultativo.

Então vamos procurar o culpado pelo descaso dos políticos pela educação. E se você for experto no assunto, participe indicando o caminho para a salvação da Nação. Porque estamos correndo um risco, desesperador, de sermos marionetes de espertalhões lá de fora. Vamos deixar o passado para trás, e procurar amadurecer, politicamente, para podermos fazer o que já deveríamos ter feito. Vamos assumir a reponsabilidade pelo espírito da nossa Nação. E o espírito desta Nação está nos nossos pensamentos. De como os usamos em benefício da Nação. “Brasil, esse colosso imenso. Gigante de coração de ouro e músculos de aço”. Pense nisso.  

[email protected]

99121-1460