Bom dia,

Hoje é quarta-feira (09.02). Daqui da Parabólica já dissemos que não é possível mais que o Brasil continue um país tão desigual. Um país onde 1% da população de muitos ricos concentra cerca de 50% da riqueza produzida por milhões de pequenos empresários e trabalhadores lutam sob o peso de uma burocracia infernal e uma carga tributária que os obriga a destinar para pagamento de tributos os primeiros três meses de cada ano. Uma nação onde mais de 100 milhões de pessoas fica ao largo do usufruto de quase tudo o que se produz em cada ano.

 Reduzir a pobreza é, por tanto, uma tarefa a que a sociedade civil e o Estado tupiniquins não podem mais protelar. Isso deve ser consenso entre todos, e parece que estamos chegando nele; mesmo que na quadra atual muitos políticos o fazem apenas por motivação eleitoreiro. O problema de combater a pobreza extrema do país exige a definição estratégias corretas, e até mesmo, de saber que país nós queremos. Acudir os pobres não significa transformá-los em indigentes permanentes do Estado. Nunca é demais lembrar o velho Lua (Luís Gonzaga) que numa de suas mais belas descrições do Nordeste diz que a esmola “humilha, ou vicia o cidadão”.

Aos atropelos o Estado brasileiro, em seus três níveis, já criou o Auxílio Brasil; distribui cestas básicas para milhões de pessoas; doa parte do valor do botijão de gás de cozinha para a população mais pobre; doa dinheiro para reformar habitação dos pobres; entre outras dádivas, sem que essas práticas tenham sido, até agora, eficazes na redução da pobreza extrema no Brasil. Atualmente, os políticos discutem no Executivo e no Legislativo nacional mais medidas de auxílio aos pobres. Tais medidas vão da distribuição gratuita de absorventes para mulheres pobres e até a instituição de uma “Vale Diesel” no valor de mil e duzentos reais para os caminheiros como enfrentamento ao aumento constante do preço dos combustíveis.

Decididamente, não será possível construir um país forte a partir dessa política assistencialista, por mais meritória que ele seja. No máximo, essas coisas podem se transformar em colchão temporário para amortecer dos terríveis efeitos da pobreza. É preciso que o Brasil lembre que o desenvolvimento das principais nações do mundo tem como base a meritocracia, com criação de oportunidades para todos. E este valor parece que tem sido deixado em segundíssimo plano, nessas décadas de populismo político que varre o cenário brasileiro.

DESMONTE

Pois é, o ex-ministro de Lula da Silva (PT) e de Michel Temer (MDB), o baiano Geddel Vieira Lima, foi mandado da prisão para casa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. Foi num apartamento dele em Salvador que a Polícia Federal encontrou mais de 50 milhões de reais em malas que se acumulavam numa sala do imóvel. Por certo, aquela montanha de dinheiro encontrada foi apenas uma miragem dos policias nesses tempos atuais de resgate dos políticos “perseguidos” pela Operação Lava Jato. Nada mais justo, afinal, os chefes de Geddel já foram “inocentados” anteriormente.

NEGACIONISMO?

Na entrevista que concedeu a Rádio Folha FM 100.3, no último domingo, o ex-juiz Hélder Girão Barreto meteu o dedo na ferida. Ele lembrou que para evitar o bom debate, os cultuadores do pensamento único e autoritário desqualificam os que deles discordam chamando-os de negacionistas. O adjetivo serve para tudo, desde discordância de natureza político/ideológica e até com relação ao enfrentamento da agenda ambiental e de costumes. É claro, o autoritarismo tem como fonte alimentadora a ideologia do pensamento único.

ACABOU

Desde que foi criada, a Universidade Estadual de Roraima (UERR) destinava uma cota no vestibular de Medicina a estudantes de escolas públicas do interior do estado, por conta de uma lei de autoria do ex-deputado estadual Joaquim Ruiz. Semana passada, isso acabou por decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJRR) que considerou o dispositivo daquela lei inconstitucional. A iniciativa de modificar o critério da cota, que agora será destinada a estudantes de escolas públicas de todo o país, foi da Procuradoria-Geral do Ministério Público Estadual e o relator no TJRR foi do desembargador Almiro Padilha.   

RÁPIDAS

 O União Brasil já é um partido. Ontem, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou a fusão do Democratas com o PSL. O programa e o Estatuto do novo partido também foram aprovados. A princípio o União é um partido de direita. ### A ministra da Agricultura Teresa Cristina não vai mais a Feira Agropecuária e Industrial de Cascavel. O governador Antônio Denárium (PP) pretendia falar com ela durante o evento. A ministra foi testada positivo para Covid19.  ### O secretário Edilson Damião, da Infraestrutura, também deve deixar o cargo no final de março. Ele tem seu nome cotado para ser o vice na chapa do governador Antônio Denárium. ### E o ministro das Finanças da Republica Cooperativista da Guiana, Ashni Singh, anunciou que a empresa brasileira Queiroz Galvão S.A. foi contratada para asfaltar 120 km da estrada que liga Lindem a Maburai, em direção a Lethen, na fronteira com o Brasil. O financiamento da obra é do Banco de Desenvolvimento do Caribe (BDC). ### Até amanhã.