Procure a saída
Afonso Rodrigues de Oliveira
“O melhor que você pode fazer pelo mundo inteiro é dar o melhor de você”. (Wallace Wattles)
Sucessos e fracassos são resultado de uma troca. Todos os nossos resultados, positivos ou negativos, são frutos do que pensamos. Se seus resultados não estiverem sendo satisfatórios, procure ver o que há de errado com seus pensamentos. Descoberta a causa do que não está indo bem, procure a saída. Ou mais precisamente, esteja sempre procurando uma saída. Um dos maiores erros é acomodar-se aos instantes, mesmo quando esses parecem bons. Quando nos acomodamos estamos parados à beira do abismo.
A vida é um movimento constante; até mesmo depois que morremos. Nunca se esqueça disso. O sucesso que obtemos na vida é fruto das lutas, e não das vitórias. Quando nos acomodamos desfrutando a vitória, é porque ainda não percebemos o início da próxima luta. E quando acordamos já estamos em desvantagem.
Nunca perca seu tempo com assuntos desagradáveis. Procure estar sempre dando o melhor de você, até para você mesmo. Se estamos querendo e buscando o melhor da vida, por que perder tempo com o que a vida tem de pior? Por que se entristecer lendo ou ouvindo notícias desagradáveis? Por que perder seu tempo com conversas tristes e fúteis? Sorria para a vida, e ela sorrirá para você.
O universo é rico, e toda a riqueza está à sua disposição. E os momentos de alegria e prazer são uma riqueza incomensurável. Procure ver sempre o lado bom e agradável das coisas, e dos momentos. Sua felicidade está em você. Quando você fica triste, transmite tristeza. Se ficar alegre transmitirá alegria. É aí que você dá o melhor de você. Procure ser sempre agradável com as outras pessoas, e elas serão agradáveis com você.
Se achar que não pode se livrar dos desagradáveis, aqui vai uma dica: não se deixe impressionar com o que ele tem de desagradável. Isso significa ser superior. Por que você tem que se aborrecer com a inferioridade dos outros? Se fizer isso estará se nivelando a eles. Ninguém vai se tornar agradável porque você quer que ele seja agradável. A peneira está com você. É por aí que encontramos o caminho da saída. Nunca demonstre estar aborrecido, ou aborrecida, com a outra pessoa. Saiba-se e se sinta superior, não se aborrecendo.
Nada atinge você quando você sabe se escudar com a inteligência. Mas nunca finja não se aborrecer. Apenas não se aborreça. É aí que você vai demonstrar sua superioridade. O autodomínio no emocional está no controle mental, que é o evolucionário racional. Tudo é possível quando não acreditamos no impossível. Esteja sempre preparado para a luta. Pense nisso.
99121-1460
A chama do bolsonarismo atiça o negacionismo
Sebastião Pereira do Nascimento*
O Brasil atualmente volta a ser, como no tempo da ditadura militar, um país em ruínas. Um país com graves tribulações que irrompem problemas diversos, partindo tanto do âmbito das esferas públicas como de parte da sociedade civil. Essa realidade tem trazido à tona a face obscura de muitas pessoas que há tempo guardavam no seu interior as impurezas do ódio. Pessoas que, principalmente, nesses três últimos anos se rebelaram contra si e contra a sociedade organizada na tentativa insaciável de mostrar o que já não podiam mais guardar no seu interior, coisas indeléveis que acirram a brutalidade humana.
Agora, além de lidarmos com os efeitos danosos causados por cada um desses que cometem esses dissensos, temos que lidar com o efeito cascata que isso provoca — entre as pessoas mais propensas às barbáries —, culminando com sucessivos derrames que resultam no estado do caos, exatamente como se encontra atualmente o Brasil. Esses efeitos sensíveis vêm fazendo o país descarrilhar à beira de um precipício, levando uma massa de débeis mentais ao encontro de sua verdadeira compleição.
No que se refere à pandemia da covid-19, é bom reafirmar aos negacionistas que ela é real, ela existe. Querendo ou não a peste vem causando mortes e atropelos em nossas vidas. Há dois anos estamos andando (ou parado) fora do eixo normal por conta da peste, e assim, não há o que esconder, não há o porquê de depreciar a severidade dessa crise pandêmica. Ou você se submete rigorosamente aos cuidados de enfrentamento preconizados pela ciência (a única maneira de combater a covid-19) ou estará de forma antropofágica alimentando o maldito vírus, dando asas ao seu sofrimento negacionista.
Nesse ponto, os negacionistas — que decorrem da falta moral — tendem a sofrer mais do que aqueles que sofrem apenas com as causas e sequelas da virose (o que já é muito). O negacionista, além de sofrer pelas causas e sequelas, sofre também pelo fato de ver as pessoas de bem fazendo a coisa certa.
Pois, a pessoa imoral é assim, ela entra em choque quando tem de cumprir com aquilo que é normatizado, mais ainda, ela se revolta quando ver outras pessoas cumprindo o mesmo papel que ela (a pessoa indecente), por dever moral deveria cumprir. Aqui é importante dizer que a atitude de subestimar ou negar os graves problemas causados pela pandemia coloca em xeque o caráter do negacionista em relação a qualquer outra coisa, visto que ele não hesita também em menosprezar os princípios morais que orientam a sociedade. A contar disso, a pessoa que age assim não pode ser confiável, pois a todo momento está se reafirmando naquilo que é de mais imoral e repulsivo.
Ainda quanto à covid-19, ela pôde revelar o lado obscuro de muitas pessoas que já viviam mascaradas, não pela máscara sanitária que é útil neste momento, mas pela máscara que escondia a sua verdadeira alma humana, uma alma recheada de maleficências e negação moral. Contudo, o negacionista, muito em voga nesses tempos de pandemia, tem como características, além da imoralidade, o medo e a fraqueza, pois somente os fracos e os medrosos são insensíveis ao sofrimento (seu e dos outros) e negam seus problemas (individuais ou coletivos); diferentes dos fortes e dos corajosos que são sensíveis às causas e aos problemas (seus e dos outros) e se empenham — incessantemente — à luta em busca da resolução. Portanto, os fracos e os medrosos mentem e fingem que está tudo normal enquanto (mergulhados na indolência) o vírus lhes consome o corpo e a mente — a propósito do negacionismo, refere-se a qualquer alusão ou atitude tendenciosa que consiste, sistematicamente, na recusa a aceitar a existência ou a verdade de algo, como fatos históricos ou científicos, apesar das evidências ou argumentos que o comprovam a realidade.
Aqui cabe ainda fazer outra observação: falar de pandemia é chato, mas é necessário, pois revigora a vontade de erradicar esse vírus no mundo. É de natureza humana falar demasiadamente sobre algo que está nos afetando, não só individual, mas também quando a coisa afeta a todos. Portanto, falar aqui dos maus exemplos praticados por Jair Bolsonaro, é compreensível pelo fato de ele ser o presidente do Brasil, condição que dá maior visibilidade às suas múltiplas falhas e incoerências.
Como presidente da república, qualquer conduta, má ou boa (a última apenas como hipótese), implica na vida do país. Assim, criticar Bolsonaro com finalidade única de tecer comentários maldosos (o que é praxe dele) não é o papel de um bom formador de opinião, o que credibiliza as críticas é o fato dele ser uma pessoa pública e ser o mandatário da república, onde seus dizeres ré
probos e suas atitudes incorretas influenciam negativamente na vida do país.
Partindo disso, podemos considerar que a disseminação do vírus no Brasil, assim como quase a totalidade das mortes causadas pela covid-19 em todos o país, foi provocada direta ou indiretamente pelas ações nefastas dos negacionistas (com destaque para Jair Bolsonaro e todo seu governo). Aqui no Brasil, os negacionistas foram responsáveis — direta ou indiretamente — pela morte dos mais de 628 mil brasileiros, inclusive imputando aqui a morte de muitos negacionistas.
No caso de Bolsonaro, um doente mental, mitômano insaciável e negacionista, na busca da sua própria satisfação, ele odeia dizer e fazer as coisas certas. Isso é visto a partir das condutas levianas e sórdidas praticadas por ele e por seus apadrinhados. Bolsonaro que prega sobre: Deus, Pátria e Família, mas que age respectivamente contra os princípios religiosos quando troca o bem pelo mal; quando sistematicamente age na desconstrução dos avanços sociais e econômicos do país e quando deprecia a essência das mulheres e desacata os valores e a diversidade da família brasileira, inclusive das famílias homoafetivas.
Pior ainda é que todas essas práticas hostis e intolerantes ganham corpo e alma entre seus correligionários que se ocupam de espalhar o ódio e a violência estrutural no mais alto nível de todos os tempos. Onde o presidente e seus comparsas guardam em si ressentimentos deteriorados pelo tempo que os levam às abomináveis declarações: imorais, racistas, sexistas, homofóbicas, misóginas, preconceituosas, intolerantes, dentre outras anomalias humanas. Logo, urge tirá-lo do poder para que possamos reconstruir o Brasil. Pois, sufocando a chama da estupidez, os propagadores do ódio reposicionarão suas máscaras — na altura da vergonha — e se calarão.
*Filósofo, zoólogo e escritor. Autor dos livros: “Sonhador do Absoluto” e “Recado aos Humanos”. Editora CRV. Coautor de “Vertebrados Terrestres de Roraima”, publicado pela BGE