Opinião

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Estado de calamidade pública

Marlene de Andrade

 

A justiça engradece a nação, mas o pecado é uma vergonha para qualquer povo.” (Provérbios 14:33)  

  

As sociedades, em geral, estão invertendo os valores morais e por isso o que antes era inadmissível passou a ser natural. A tecnologia avançou, consideravelmente, porém muitas pessoas vivem em meio a um grande caos, sem entender nada, absolutamente nada, de políticas públicas e muito menos seus direitos constitucionais.   

Muitas pessoas perderam o senso do que é certo e errado e vão cometendo aberrações desvairadamente todos os dias e bem despreocupadamente e o pior é que não aprendem com os erros, não sentem remorso e nem mudam de atitudes.  

Vi uma briga de mais ou menos vinte venezuelanos. Estavam brigando no cruzamento da Rua Cecília Brasil e a Avenida Getúlio Vargas. A maioria deles está perdida, sem empregos e passando fome.  Essa imigração desordenada, a qual vem minando aos poucos o estado de Roraima tem que ter um fim. Não podemos nos esquecer de que Roraima já têm criminosos demais e pouca cadeia para mantê-los presos.   

Evidentemente, que muitos venezuelanos são educados, honrados trabalhadores e dispostos a vencer, porém muitos deles têm que retornar para casa e se submeterem ao “papai Maduro”. Chega de violência e de bandidos entrando em nosso país livres e leves em nossa pátria, mais especificamente em Roraima. Já temos bandidos de sobra no Brasil, inclusive na esfera política.   

O Governo Federal tem que tomar providências, pois estamos vivendo uma situação de calamidade pública. É verdade, que todo latino americano pode entrar em todos os países da América do Sul, mas bandidos não têm esse direito e o lugar deles é na cadeia trabalhando para se manter dentro das prisões e não ficarem andando soltos pelas ruas fazendo o que bem entendem sem punição. É hora de todos nós gritarmos chega de tanta perversidade dentro de nosso país como, por exemplo, políticos nos roubando, o STF mandando e desmandando em vez de proteger a nossa Constituição Federal, a qual está sendo jogada na lata do lixo. Quanto a educação tem deixado muito a desejar e tanto isso é verdade que um professor daqui de Roraima afirmou dentro de sala de aula que roubar é trabalho. Quanto à saúde as pessoas que estão precisando ser operadas estão tendo que fazer uma “vaquinha” para conseguir passar por uma cirurgia, porém os que têm apoio político entram na lista dos SUS num estalar de dedos. Que possamos pensar numa forma de nos livrar de tanta desgraça nesse país, votando em pessoas ficha limpa, de bom caráter e que tenham amor ao próximo.       

  

Marlene de Andrade  

Médica com Título de Especialista em Medicina do Trabalho-ANAMT/AMB  

Técnica em Segurança do Trabalho/SENAI-IEL  

CRM-RR 339 RQE-341  

Samaritanos ao amanhecer

Walber Aguiar*

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. (Renato Russo)

Três horas da madrugada. Uma figura atravessou a rua, caminhou na direção do posto médico. Barba por fazer, roupa simples, coração entregue ao silêncio da noite. Agnailton, mais conhecido por Romeu, não temia o desconhecido. Temia apenas a ingratidão e o desprezo. Ingratidão de quem deveria amar, desprezo de quem deveria acolher.

Depois de dormir no posto da Mecejana, ele enfrentou a fila e o mau humor de atendentes despreparados. De gente ranzinza, seca e mal amada. Também de gente disposta a servir com ternura e compreensão. Contudo, ele seguiu sua missão: levantar os feridos e humilhados, estimar os velhinhos e crianças, sorrir para os estranhos como se conhecidos fossem.

O dia amanheceu. Romeu esfregou os olhos e massageou o afeto. Esteve em paz consigo mesmo; carregou no coração a simplicidade e o desejo de ajudar, a vontade de transformar a dura realidade daqueles que não tem a quem recorrer nas horas da dor e do desamparo. Recusou ajuda, embora soubesse que também estava doente. Não trocava seus favores por dinheiro, mas recebia qualquer coisa que viesse sob o signo da generosidade.

Transformado em andarilho, tratou a todos com enorme carinho e gentileza. Sabia reconhecer um sorriso sincero. Fez amizade com todos, tratou de mano, mana, tio, tia, pai, mãe. Na tentativa de compensar o vazio afetivo que carregava no peito.

Romeu não precisava de terno e gravata; muito menos de tráfico de influência, quando se tratava de dar sem receber quase nada em troca. Ele não precisava mentir, trair, enganar, se corromper, como fazem os homens públicos, que desconsideram os desgraçados fora do período de eleição.

Ele vai fazer muita falta. Na hora do bom papo, da profundidade filosófica, da consulta a ser marcada para os que não enxergam, não ouvem, não conseguem andar direito. Para aqueles de coração adoecido e de mente confusa. Para os que frequentavam o bar do “Mineiro”, o bar do “Bispo” e as ruas do bairro da Mecejana e do Cambará.

Cansado de curtir e ser curtido pela solidão urbana, ele tomou o rumo do interior. À semelhança de Thoreau, um filósofo norte-americano, ele “foi à floresta porque queria viver intensamente”. Ironicamente, foi tragado por ela. Perdeu-se onde mais desejava se encontrar. Nunca mais retornou ao convívio com os amigos e irmãos a quem amava.

Seu corpo foi coberto pelo barro vermelho do cemitério, sua alma leve voou para o “céu dos samaritanos”.

Descanse em paz, irmão. Seu nome vai ficar entre nós como uma lenda viva. E quando o vento frio da madrugada soprar no rosto dos velhinhos esquecidos, dos andarilhos errantes, dos bêbados e enlouquecidos pelo amor, alguém lembrará de você com ternura, saudade e devoção. Tchau, um
abraço!!!….

*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected]

O que é mais importante?

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos haverá guerra”. (Bob Marley)

Incomoda perceber que o problema universal, da discriminação racial está aumentando. O que indica que paramos no tempo desde os tempos mais remotos. O que você considera mais importante para você, se é você, ou a cor da sua pele? Você pretende falar mais com a pele ou com o brilho dos seus olhos? Porque enquanto você ficar alimentando a discriminação, na tentativa de combatê-la, estará alimentando-a. por que você tentar mostrar que é igual, se pode ser superior sendo o que você é, e não o que a cor da sua pele mostra para s idiotas? Porque se você se aborrecer com o idiota que julga você pela cor da sua pele, você está se igualando a ele. Porque enquanto você defende a cor da sua pele, você está defendendo a cor, e não a pele.

Somos todos vizinhos, independentemente da distância geográfica em que nos encontramos. Que é o que o Emerson disse, quando disse: “Você é tão pobre ou tão rico quanto o seu vizinho, senão não seria vizinho dele”. E você nunca vai se igualar se não se considerar vizinho do seu vizinho. E você está se distanciando dele, porque ele não gosta da cor da sua pele. O que indica que você está sendo tolo. Adorei aquela faixa em que li, na entrada do Museu, em Brasília: “Somos todos iguais nas diferenças”.

Quando você estiver assistindo ao comercial da IZA, pela televisão. Preste atenção. No comercial está uma garota negra, desligada, que esqueceu o cartão. Aquela garota é uma negrinha que amo muito e adoro. Falo com ela todos os dias. É a Camila Olivier, que já participou de algumas novelas pela televisão. Nós nos amamos muito, porque ela é minha netinha querida. E não a defendo, apenas amo-a. não tenho porque defendê-la pelo fato de ela ser negra. Apresento-a porque ela é um ser humano igual a qualquer ser humano, respeitando-se as diferenças nas peles dos corpos.

A Camila é filha de minha filha, Helena, a carioca que não consegue se afastar do Rio de Janeiro. E eu a adoro por isso. A Helena não é negra, mas amo-as, na mesma intensidade. Nem poderia ser diferente, já que me sinto um ser humano, na caminhada para a racionalidade. Tome essa vereda se você é dos que ainda veem e consideram as pessoas pela cor da sua pele. Acorda mané! Vamos nos valorizar no que somos e não no que dizem que somos, porque pensam que somos. Vamos fazer o melhor para que possamos ser uma humanidade melhor. E não melhoraremos, se continuarmos nadando na ignorância. E esta está na nossa maneira de pensar. Então vamos mudar o rumo da prosa nas cores. Pense nisso.

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