Minha Rua Fala

MINHA RUA FALA 13528

RUA ANTONIO FIRMINO DA SILVA Antiga Rua DI – F, no Distrito Industrial. _____________

    Antonio Firmino da Silva nasceu no dia 13/02/1913 no Município de Serra dos Martins, no Estado do Rio Grande do Norte.      Em 1948 o Nordeste brasileiro estava sofrendo uma de suas maiores secas. Pelas estradas viam-se pessoas caminhando em busca de melhores condições de vida, vagando de cidade em cidade, aceitando qualquer tipo de serviço. A estas pessoas foi dado o nome de: “retirantes”, pois se retiravam do lugar onde moravam, levando o pouco que tinham, indo de um lugar prá outro. Muitos a pé, ou em lombo de animais, outros em caminhões pau-de-arara, enfim, qualquer meio era utilizado para viajar.

    Antonio Firmino, em face da cruel dificuldade, vendeu a pequena casa da família e com o dinheiro pagou a dívida na mercearia, sobrou um pouquinho, e ainda deu para comprar um Jumento. Sim, isto mesmo: um jumento. E, foi montada no pequeno jegue, que a família saiu do lugar onde morava. Os filhos pequenos iam montados no lombo do jumento, e os pais caminhando, puxando o animal.  

Nesta viagem (que durou dias), a família foi parar na cidade de Jaguaribe (no interior do Ceará). De lá, conseguiram transporte em caminhão até a capital Fortaleza. O plano era ir para a cidade de Santarém, no interior do Estado do Pará, onde morava um tio do Antonio Firmino. Mas, como viajar?

Antonio vendeu o jumento. E, com o restinho do dinheiro que vinha economizando comprou a passagem num navio que ia até Belém, e de lá embarcou com sua família para a tão sonhada Santarém, a onde o tio os recebeu, e em poucos dias conseguiu trabalho na lavoura para o Antonio Firmino. 

Enquanto isto, no Território Federal do Rio Branco havia muitas terras e pouca gente, e a maioria dos homens de Boa Vista havia ido para o Tepequém trabalhar no garimpo de diamante.

O governador do Território, à época o capitão maranhense Clóvis Nova da Costa (governou no período de julho/1948 a agosto/1949), ao saber que em Santarém havia muita gente vinda do Nordeste e que estava disposta a trabalhar na lavoura e em fazendas, enviou um seu representante para trazer estas famílias para Boa Vista, pois estava precisando de pessoas para trabalhar em lotes de terras na região onde hoje é o Município de Cantá.

A família de Antonio Firmino da Silva chegou de barco à Boa Vista em janeiro de 1949, e foi instalada num barracão no Bairro Calungá. No dia seguinte da chegada foram recebidos pelo engenheiro Glaycon de Paiva que os levou até a comunidade de Canta-Galo (no hoje Município de Cantá) onde receberam um lote de terra, sementes, e equipamentos agrícolas (enxada, pás, e facões). Foi o começo de uma nova vida. Ali passaram alguns anos até que se fez necessário se mudarem para Boa Vista para que os filhos pudessem estudar, já que na área agrícola onde trabalhavam não havia nenhuma escola.

Em Boa Vista o senhor Antonio Firmino da Silva foi contratado para trabalhar na Guarda Territorial (criada em 26/11/1944 e extinta em 26/11/1975, através da Lei nº 6.270/75. Esta Lei que a extinguiu é a mesma que criou a Polícia Militar e a Polícia Civil do Território Federal de Roraima). Com a extinção da Guarda Territorial e dada a opção para escolher trabalhar em qual Polícia (Militar e Civil), o ex-Guarda Antonio Firmino optou pelo ingresso na Polícia Civil e foi designado para fazer a segurança pública nas localidades de Normandia, Mucajaí, Caracarai, e baixo rio Branco.

De volta à Boa Vista passou a trabalhar como Agente de Polícia Civil no Fórum Sobral Pinto, até se aposentar no dia 19/01/1984, na época do Governo do general Arídio Martins de Magalhães (governou o Território no período de dezembro/1983 a junho/1985).

Antonio Firmino era casado com sua prima Josefa Firmino da Silva, e desta união nasceram os filhos: Maria Emília da Silva Santos (falecida em 1969), e Manoel Firmino da Silva (mecânico que trabalhou por muitos anos na Garagem do Governo, no Bairro Calungá). 

O filho do Antonio Firmino, o senhor Manoel Firmino da Silva, talvez você o conheça por outro nome, na realidade, por um apelido: “Franga” (ele não se chateava com este apelido. Até sorria).

Em 1953 o pai, o senhor Antonio Firmino com sua esposa Josefa Firmino da Silva, adotaram à época duas crianças, hoje adultos, registrando-os como filhos legítimos: Vera Lúcia da Silva e o Agnaldo Firmino da Silva.

Em 24 de dezembro de 1989 faleceu sua esposa Josefa, que estava em tratamento médico em Brasília, o que agravou mais ainda a frágil saúde do Antonio Firmino que já havia sofrido um derrame cerebral. Ele estava nos últimos dias sendo tratado sob os cuidados de sua filha Vera Lúcia da Silva. Mesmo com tratamento médico, o senhor Antonio Firmino veio a falecer no dia 04 de junho de 1994, deixando órfãos 08 filhos, 18 netos, 39 bisnetos e 09 trinetos.

A Câmara Municipal, através do vereador Alfonso Rodrigues do Vale/PR, aprovou a Lei nº 1.323, de 19/04/2011, sancionada e publicada pelo Prefeito Iradilson Sampaio de Souza, no Diário Oficial do Município de Boa Vista sob nº 2930, datado de 28/04/2011, redenominando a antiga Rua DI – F, no Distrito Industrial, para: RUA ANTONIO FIRMINO DA SILVA.