Bom dia,
Hoje é quinta-feira (17.03). A leitura da matéria publicada na edição de hoje da Folha é um tapa na cara, com luvas de veludo, daqueles que só enxergam coisas ruins trazidas pela imigração de milhares de venezuelanos que vieram para o Brasil para fugir da miséria, da fome e do desemprego provocados pelo desastroso governo de Nicolás Maduro. Os dados relativos ao comércio exterior de Roraima com a Venezuela servem especialmente para os críticos que reclamam contra os muitos milhares de imigrantes que ficaram em Roraima, hoje espalhados por todos os municípios e cidades roraimenses.
Conforme dados oficiais de Receita Federal brasileira a venda de produtos brasileiros para a Venezuela através de Roraima cresceu exponencialmente desde que o fluxo imigratório se intensificou. De cerca de US$ 2,5 milhões em 2000, as exportações roraimenses soltaram para US$ 336 milhões em 2021. Desse total o comércio com o país vizinho representa mais de 73%, que em valores absolutos alcança US$ 244 milhões. Em moeda nacional, admitindo a cotação do dólar estadunidense em torno de cinco reais, esse comércio de Roraima com a Venezuela atinge impressionantes R$ R$ 1,220 bilhão.
E os economistas não avaliam o impacto desse comércio exterior para a economia local apenas na dimensão do valor medido, mas esse volume de recursos arrasta centenas de outras atividades geradoras de emprego e renda. É o que eles chamam de efeito multiplicador, que significa isso mesmo, o valor das exportações é capaz de multiplicar os efeitos, mesmo levando em conta que a fatia maior das exportações vem de mercadorias trazidas de outros estados brasileiros.
Entre outros efeitos de arrasto das exportações de Roraima para a Venezuela está o aumento das receitas do estado e dos municípios, especialmente, o de Boa Vista. Assim, a reclamação dos governantes locais contra os efeitos da imigração sobre os gastos públicos deve ser olhada com reservas.e. Seguramente, o crescimento das receitas públicas no estado, incluídas as decorrentes da acolhida, vindas do governo federal e de instituições internacionais, são bem maiores que as despesas decorrentes da presença dos venezuelanos que ficaram por aqui.
Para além desses números do comércio formal entre Roraima e Venezuela é preciso considerar o comércio informal mantido entre os venezuelanos que moram em Roraima com seus parentes que ficaram naquele país. Esse comércio já foi muito maior antes de Nicolás Maduro dolarizar a economia venezuelana e o real brasileiro desvalorizar-se em relação ao dólar estadunidense, fazendo com que o preço das nossas mercadorias ficasse relativamente mais caro para os venezuelanos que ficaram por lá. O fluxo comercial informal ainda é muito grande e gera muitos empregos por aqui e aumenta as receitas do estado e dos municípios.
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NO PROS
Outra liderança que anunciou o destino partidário foi o ex-reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Roberto Ramos. Doutor em Ciência Política e ex-candidato a prefeito de Boa Vista, ele disse a Parabólica, ontem (quarta-feira), que se filou ao PROS do senador Telmário Mota. Ramos adiantou que o deputado Renato Silva está organizando uma chapa forte (nominata) do partido para disputar vagas a Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Fontes da Coluna dizem que o PROS que não tem candidato à Presidência da República vai liberar seus filiados para a eleição nacional. Aqui o PROS, segundo as mesmas fontes, apoia Telmário Mota para o Senado Federal e Antônio Denárium (PP) para o governo do estado.
MAIS DE UM
Pelo arranjo político/partidário até aqui desenhado parece que o governador Antônio Denárium terá mais de um candidato ao Senado Federal disposto a pedir votos para ele nas eleições. Além do pré-candidato Hiram Gonçalves, que preside seu partido, o PP, no estado; também Telmário Mota (PROS) e Ozeas Calares (Podemos) poderão fazer dobradinha cm o governador.
