Cotidiano

Acidentados são 80% dos internados no HGR

Custo de paciente vítima de trânsito chega a R$ 40 mil aos cofres públicos, fora o custo social das pessoas amputadas diariamente

O secretário adjunto de Saúde, Paulo Linhares, afirmou que cerca de 80% dos atendimentos no Pronto Socorro do Hospital Geral de Roraima (HGR) correspondem a atendimentos do setor de ortopedia, no qual 95% são atendimentos a pacientes vítimas de acidentes automobilísticos. “Como resultado destes altos índices, nós temos cirurgias de amputação de membros quase que diariamente”, apontou Linhares.

Conforme dados apresentados pelo Governo do Estado, uma média de mil pessoas é atendida mensalmente na unidade de vítimas de acidentes de trânsito. De janeiro a agosto deste ano, foram realizados 94.269 atendimentos ambulatoriais no HGR. Destes, 8.776 foram em decorrência de acidentes de trânsito. Entre os tipos de acidentes, o que envolve motocicleta é a maioria e representa um total de 5.255.

No mesmo período do ano passado (de janeiro a agosto de 2014), foram realizados 85.985 atendimentos no hospital, dos quais 14.808 representaram acidente de trânsito e, destes acidentes, 9.155 envolvendo motocicleta.

Quanto às cirurgias realizadas na unidade, os dados mostram que de janeiro a agosto foram realizadas 1.356 cirurgias emergências em pessoas acidentadas: 31 cirurgias bucomaxilofaciais, 2 cardiológicas, 24 de cabeça e pescoço, 7 cirurgias torácicas, 576 cirurgias gerais, 5 cirurgias oncológicas, 2 plásticas, 68 vasculares, 69 neurocirurgias, 35 oftalmológicas, 499 ortopédicas e 41 urológicas.

Linhares explicou que o Estado enfrenta um problema sério com os custos gerados pelos altos índices de acidentes atendidos no HGR. Conforme ele, o custo de internação varia muito de pacientes para paciente, mas pode alcançar até R$ 40 mil aos cofres públicos, contando a cirurgia e eventuais necessidades de permanência em UTI.

“Além disso, tem o custo social. Muitos desses pacientes precisam ter órgãos amputados devido à gravidade do acidente em que se envolvem, índice que, no nosso Estado, tem sido cada vez mais alto, por isso se tornam socialmente custeados. Vão aos órgãos de previdência social e solicitam uma aposentadoria por invalidez, muitos deles entre 20 e 30 anos”, explicou o secretário adjunto.  (JL)