opiniao 13911

Montanhas da Alma

Ana Cláudia Siqueira Leite Pereira

Acadêmica do Curso de Filosofia da UERR

Enxergo o mundo através do meu olhar contemplativo, curioso e ambíguo… ora cinza, ora colorido. Sempre prestando atenção nas sutilezas, sigo buscando o que há por trás das aparências, do óbvio e do que não é dito. Há duas montanhas em mim, uma com atalhos que levam às flores, outra, com uma bifurcação de estradas, com setas apontando para direções opostas.

As perguntas vêm a mim, como uma cachoeira arrebatadora, não há um dia que eu não me veja como um grão diante da imensidão e que eu não me encante com a grandeza do frescor da manhã… Não há um dia que eu não me pergunte se não basta o aroma do café pela casa, o olhar de quem eu amo ou o sopro de vida me abraçando… Isso basta?

Não sei, nunca sei, talvez um passarinho saiba mais… A vida não se deixa saber, a vida é essa eterna charada… Às vezes, tento escalar as montanhas íngremes de minha alma, em busca das belas paisagens, do sublime e do fim da nebulosidade. Prossigo na subida, mas não chego nem perto do tesouro da vida. Pois o trajeto é árduo, os relevos são inclinados e cheios de falhas. O meu tesouro são as virtudes humanas, a preservação do encanto em meu olhar, o autodomínio… Como chegar lá?

Quando olho para trás, revisito minhas reminiscências filosóficas, percebo que desde muito cedo ou sempre, escrevi tantas cartas, diários e bilhetes, para todos, por tudo e por nada. Notas de uma pequena vida finita ou rabiscos de uma alma inquieta e transbordada…

Foram tantos rodopios lentos e às vezes, em vão, num chão vazio de pistas e direção… Algumas tentativas malogradas, tentando abrir algumas portas trancadas, forjando alguns “quereres” no coração. Tudo por demorar a entender as minhas próprias pegadas, o meu olhar cheio de espanto para o mundo, a minha infinita sede de sabedoria e o meu natural anseio de dar asas ao meu pensamento…

Tudo o que fiz ou quis foi assim, não tangível, não mensurável, não rentável e fora do trilho da manada… Parece que vivo em constante “estado de alma”, há uma harpa incessante tocando em mim, no meu – antes de tudo –, sempre há uma melodia suave, e ao mesmo tempo, brasas.

Assim convivem as montanhas de minha alma, ao meio do meu espectro de cores variadas, contrastam-se diante de minha vastidão interior. Uma, recebe um feixe de luz solar e a tudo ilumina, enquanto a outra, embeleza com suas geleiras cobertas de névoas e noites frias…

Por isso, compreendi que a inquietação filosófica sempre fez parte do meu ser, e a minha decisão de estudar filosofia mais a fundo, me parece algo de “inevitável” … É uma busca pela minha autenticidade, um reencontro com algo que sempre foi meu, uma tentativa de ultrapassar as fronteiras do meu pensamento, aprimorar as minhas perguntas e, talvez, conseguir chegar mais perto do meu “tesouro”, dos valores que pretendo agregar à minha vida.

As novas exigências em saúde e segurança do trabalho nas empresas.

Cleberson Cunha

Entrou em vigor em 03/01/2022 a nova NR-01, Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho que tem por objetivo obrigar as empresas a realização de Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR, em substituição ao antigo PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais).

O novo PGR é obrigatório a toda empresa ou entidade pública que contratem trabalhadores regidos pela CLT; os MEI (Micro Empreendedor Individual) estão dispensados de possuir PGR.

Essa nova sistemática obriga as empresas a levar em consideração todos os riscos envolvidos no seu processo, como riscos físicos, químicos, biológicos além de riscos ergonômicos, riscos de choque elétrico dentre outros. Se tornando assim um instrumento muito mais abrangente que o antigo PPRA, buscando evitar que acidentes de trabalho possam ceifar a vida de trabalhadores ou causar doenças ou acidentes que geram repercussão para toda vida.

Outra importante mudança foi promovida pela NR-18, que regulamenta a fiscalização em obras de construção civil. A partir de agora não é mais permitido o uso de andaimes de madeira em obras, quando possível utilizar andaime metálico, a regra é que deve ser utilizado andaimes de tipo metálico, utilizando andaime de madeira apenas quando impossível utilizar o andaime metálico.

Essas alterações são novas e precisam de atenção dos empregadores para se evitar problemas com a fiscalização trabalhista e adequação dos seus processos para prevenir acidentes e doenças do trabalho.

Em Roraima a fiscalização trabalhista é feita por meio de Auditores Fiscais do Trabalho que possuem atribuições para fiscalizar qualquer empreendimento em que haja trabalhadores regidos pela CLT, esses auditores estão vinculados à Secretaria de Inspeção do Trabalho, órgão ligado ao Ministério do Trabalho e Previdência Social.

Autor: Cleberson Cunha, Auditor Fiscal do Trabalho. Especialista em Direito Público.

É só ir em frente

Afonso Rodrigues de Oliveira

“O homem que conseguir controlar totalmente a sua mente estará capacitado a tomar posse de qualquer coisa que ele venha desejar”. (Andrew Carnegie)

Não acredito que a Terra tenha sido criada para o ser humano. Nenhum planeta foi. Mas somos nós, e como nós, somos teimosos pra dedéu. Continuamos achando que Deus fez a Terra, pegou um bolão de barro e esculpiu o homem, e pronto. Agora você se vire e cuide desse planeta que é todo seu. Tadinho de nós. Não conseguimos cuidar nem de nós mesmos, imagina da Terra. Só a destruímos. E como o planeta continua num eterno processo de evolução, não conseguimos entender as mudanças climáticas, sociais e muitas outras.

Mas, nada de pessimismo. O Napoleon Hill já nos alertou: “O amor é a maior experiência do homem. Ele nos coloca em comunicação com a Inteligência Infinita”. Nas nossas vinte e uma eternidades de caminhadas sobre o planeta, ainda não aprendemos sobre o que é amar. Ainda confundimos amor com desejo. O que tem levado o mundo ao crescimento de crimes cometidos por descontrole mental, que põe a culpa no amor. Ainda não aprendemos a controlar nossas mentes. Ainda não nos ensinaram a separar o amor, do sexo, da paixão, nem do ciúme. E é aí que a jiripoca pia, e o mundo continua despencando nos barrancos da ignorância.

O que es
tamos vendo e ouvindo pela nossa comunicação espalhafatosa, é realmente preocupante. Alguém falou, depois dos atentados nas Torres Gêmeas, que os Estados Unidos ficaram, décadas e décadas ensinando, através do cinema, como destruir os Estados Unidos. O Bin Laden aprendeu, foi lá e deu o recado. Ainda bem que ninguém mais continuou a prática. Mas vamos nos espelhar e procurar ver se não é isso o que a nossa mídia nacional está fazendo.

Durante a crise da atual pandemia, esquecemos que as outras doenças perigosas estavam matando tanto quanto a pandemia. Só quando ela maneirou foi que nos lembramos da febre-amarela, e outras nossas velhas conhecidas estiveram atuando juntas com a covid-19. O carro do fumacê voltou a passar pelas ruas, jogando fumaça para espantar os mosquitos.

Vamos maneirar no assunto. A chuva chata que está nos atormentando nos últimos dias, talvez esteja nos avisando que devemos ser mais racionais. Em vez de ficarmos gritando porque as ruas estão alagadas, meditar em que candidato devemos votar. Se ele merece nosso voto, na confiança que temos no seu desempenho, para melhorar as ruas e tudo mais que está sob a responsabilidade do poder público. O que indica que a responsabilidade pelo que temos, é única e exclusivamente nossa. E que o poder está no nosso voto. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460