Opinião

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Coisas da profundidade

Walber Aguiar*

Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo

Drummond

Estava ouvindo algo sobre a morte e, de repente, algumas lágrimas escorreram pelo rosto. Pelos sulcos da lembrança, pelas escavações do tempo. De novo mergulhava na cristalinidade e no profundo mistério das águas do Maranata. Ali nos encontramos novamente, naquela geografia da solidão e do encanto, naquele lugar do místico e da esperança.

Ali me foi revelado ao pé do ouvido os sussurros da eternidade, do lugar de indescritível grandeza e da profunda dificuldade de mencionar. Ele se mostrava radiante de alegria e tomado pela divina graça e pleno entendimento. Samuel dizia da glória de Deus como quem toma uma limonada sob a mangueira mágica do encontro e da amizade na fé.

Naquele fim de tarde, ele me ouviu falar de alegria e tristeza, dois sentimentos quase inconciliáveis, duas faces da mesma moeda, dois lados da mesma dimensão da vida. Mas, estranhamente ele não chorava. Havia em seu rosto um brilho inexplicável. Por um lado havia em mim contentamento. Isso porque a minha finitude conseguia mensurar a força do infinito mergulhado na eternidade. Por estar assentado nos lugares celestiais em Cristo Jesus, podia perceber e discernir o imponderável que nele aparecia inerrantemente.

Também me invadiu naquele espaço tempo da serenidade e do prazer, uma enorme tristeza, um banzo existencial, uma espécie de vacuidade da alma;  pois ele partira de forma anacrônica, sem nos dar a oportunidade do último abraço, da última coca cola com pastel de queijo. No entanto, a vida, marcada pelo nosso estranho destino sobre a terra, me fez entender a exiguidade, o breve suspiro, a fugaz aventura do ser humano sobre o chão do imanente.

Ali, banhado em lágrimas de graça e sorrisos de alegria, compreendi que o justo é levado antes que venha o mal, e entra na paz.

Ele, por sua vez, sorriu um sorriso pacificado, me chamou de Walbira, deu-me um abraço apertadíssimo e mergulhou na escuridão enigmática e profunda das águas do Maranata. Também mergulhei e consegui divisar o clarão glorioso em que ele entrara. Minhas lágrimas caíram mornas no igarapé da lembrança e imaginei a força do derradeiro encontro na eternidade…

*Poeta, historiador, professor de filosofia, membro do Conselho de Cultura e membro da Academia Roraimense de Letras

    

 

 

É bom relembrar

Marlene de Andrade

“O rei que exerce a justiça dá estabilidade ao país, mas o que gosta de subornos o leva à ruína.” (Provérbios 29:4)

As obras construídas no governo do Lula, fora do Brasil, em países ditatoriais, a saber: Angola, Cuba, Zimbabué, Venezuela, Congo, Guiné Equatorial e Gabão, foi  ilegal e imoral. Esses países foram agraciados com o dinheiro do povo brasileiro através do BNDS o que é altamente abusivo. 

O Lula dizia a esse respeito o seguinte: “Não podemos ter preconceito com países não democráticos”. O que é isso, a não ser falta de moral, pois apoiar nações ditatoriais é o cúmulo da perversidade. 

Evidentemente, que o PT e outros partidos de esquerda optaram por financiar obras nesses países ditadores com intuito de lucrar através de contratos milionários e também para trazer para o lado deles governos comunistas e opressores. E o pior é que o povo brasileiro é quem está pagando essas dívidas e a Odebrecht que o diga. 

Portanto, Lula investia nesses países, pois havia conspirações bombásticas sob a chancela dos governos petistas, os quais afirmavam que investir no exterior traria “oportunidades” às empresas brasileiras, fato esse que nunca aconteceu, pois os únicos que foram favorecidos nesses conchavos foram traidores da nossa pátria que estão envolvidos, profundamente, em esquemas de corrupção. Sendo assim, cabe uma pergunta: vale a pena votar em esquerdopatas e nos seus amigões que se passam de direita sendo de esquerda? 

Entre outros descalabros, importaram para o Brasil, serviços de saúde através do ‘Mais Médicos’, mas por detrás desse cambalacho e conspiração, havia conluio com a família Castro e só não sabe disso quem não quer saber. Trazer médicos estrangeiros para exercer suas atividades profissionais no Brasil não é errado, porém trazê-los a preço de ouro foi sim uma armadilha e com o seguinte agravante: esses médicos vieram para o Brasil ganhando salários baixíssimos, pois a esquerdalha brasileira e os castristas ficavam com 70 % desse dinheiro.  

Não podemos nos esquecer de que a Argentina acabou de cair nessa armadilha, pois elegeram um presidente comunista. 

Aqui no Brasil, as consequências sinistras já chegaram há muito tempo, tanto isso é verdade, que temos uma educação e, entre outros, um sistema de saúde totalmente destruídos, os quais levarão anos luz para serem organizados e neste contexto há que ficar bem esclarecido para todos nós, que votar na esquerda é um retrocesso sem limites.   

 

Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANANT 

Perita em Tráfego/ ABRAMET 

Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED 

Especialização em Educação na Saúde Pública/UNAERP 

Técnica de Segurança do Trabalho/
SENAI-IEL 

CRM-RR 339 RQE 341 

Nada de tristeza

Afonso Rodrigues de Oliveira

“A alegria é o fogo que mantém aceso o nosso objetivo, e acesa a nossa inteligência”. (Helen Keller)

Embora não estejamos tão acesos para isso, mas a liberdade tem limites. E o que não entendemos quais limites são necessários. E lá vamos nós, navegando na velha e histórica piroga furada. A liberdade deve, sempre, estar de mãos dadas com a educação. Quando não educamos não podemos esperar liberdade. E por aí vamos confundindo desmantelos sociais com liberdade.

Ontem a manhã veio mentirosa, mas bonitinha. O sol chegava de mansinho, dava um bom dia apagado e se mandava. Fiquei observando-o pela janela, e rindo. Senti-me preso, por não poder sair por aí chutando latas vazias, pelas ruas. Aí lembrei-me do chute que dei numa lata jogada na rua e que pensei que ela estivesse vazia. Fiquei o dia todo sem poder caminhar. Eu era apenas um garoto, e que minha mãe dizia que eu era extraterrestre. Na época ainda não se falava em ETs.

Anos depois daquela travessura do chute na lata, estávamos morando na cidade de Macaíba, no Rio Grande do Norte. Nosso vizinho, no centro da cidade, era um coronel, com uma residência de rei. Seu quintal era um verdadeiro sítio. Certo dia, eu e meu irmão Anízio, resolvemos invadir o quintal do coronel, para comer goiabas. No meio do quintal havia um poço, do qual os empregados tiravam água para o trabalho. E, ingenuamente, sem perceber que éramos vistos pelos trabalhadores, fomos brincar no poço. Subimos na beira do poço e Anízio pegou na ponta da corda e eu comecei a brincar: vou puxar. Vou puxar… aí puxei. E, claro, Anízio caio no fundo do poço, e começou a gritar. Eu me desesperei, sem saber o que fazer. Por sorte, estávamos sendo observados pelos trabalhadores. Um deles correu em nosso socorro. Deu o jeito dele e tirou o Anízio do poço.

O cara foi tão legal que nem nos deu bronca e apenas disse para sairmos de lá. Ele nunca falou para o coronel nem nós falamos para nossa família. Quando chegamos à nossa casa, todos se espantaram com o Anízio todo molhado. Aí inventamos uma historinha fajuta da qual nem me lembro mais. Mas, todos acreditaram, e só nossa mãe ficou o dia todo olhando pra mim. Sutilmente li nos olhos de minha mãe: que será que esse ET fez agora? Tantas décadas depois, arrependo-me de não ter falado para minha querida mãe. Mas são coisas de menores de idade, travessos. Importante é que tais momentos nos trazem alegria, quando necessitamos dela. E sempre necessitamos de boas lembranças de momentos vividos intensamente. Faça isso. Procure no seu dia, lembranças que fizeram você viver os dias anteriores. Pense nisso.

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