Opinião

Opiniao 14040

Disciplinar com amor é obrigação

Marlene de Andrade

 

“Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados.” (Hebreus 12:11) 

 

Às vezes, até nós adultos, mesmo sendo cristãos conservadores, erramos e por isso sofremos sanções, porém extrapolar na disciplina chegando às raias da humilhação e do espancamento é totalmente errado e cruel.  

Os pais devem explicar aos filhos que somos falhos e que por isso podemos sofrer consequências. Em razão disso, nossos filhos devem ser disciplinados, porém isso nada tem a ver com maltratos, agressões, uso de palavras rudes, violência e desonra, uma vez que tais atitudes não são educativas e nem pedagógicas. 

Os filhos precisam entender que através dos nossos erros e fracassos, poderemos aprender atingir os alvos certos, para não mais errar. Eles  precisam entender também que devemos aprender com os erros e que o importante é não errar mais e isso inclusive é verdade para nós adultos. Como se vê, o educando precisa saber que todos nós devemos ser treinados para procurar acertar sempre os alvos corretos a fim de não errarmos continuamente. 

A criança deve entender que os nossos erros  precisam ser corrigidos e que ela, desde pequena, necessita querer acertar sempre, em vez de ficar errando de forma contumaz. Os filhos que recebem essa instrução quando tiver cometido erros, imediatamente, vão se sentir encorajados a conversar com seus pais, ou seus líderes e lhes contar tudo que está ocorrendo com eles.  

O livro de salmos nos explica: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Salmos 51:5) e isto é verdade mesmo, visto que a criança aprende a pecar sem que ninguém a ensine, posto que nascemos com essa tendência. A partir de um ano, a criança começa a fazer pirraça, fica irada até conseguir o que quer ou então se joga no chão para chamar atenção, e entre tantas outras inconsequências, espanca os irmãos e coleguinhas como se aquilo fosse algo muito natural. Isso tem a ver com a nossa essência que é arrogante e, muitas vezes, inconsequente. 

Não precisamos fazer curso para aprender a pecar. A criança aprende a praticar más ações sozinhas, ou seja, bater no coleguinha, não respeitar os pais, professores, implicar com os irmãos, furtar e, entre outros, mentir. Assim sendo, os filhos devem ser treinados para agir sempre corretamente e, em vez de serem espancados, precisam ser orientados. É verdade, que a Bíblia fala que a vara foi feita para as costas do néscio, mas isso nada tem a ver com pancadaria. E tem mais: o melhor ensino é o bom exemplo.  

Médica formada pela UFF

Especialista em Medicina do Trabalho/ANANT

Perita em Tráfego/ ABRAMET

Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED

Especialização em Educação em Saúde Pública/UNAERP

Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL

CRM-RR 339 RQE 341

Educação pública racionada: tem dia que a noite é assim

Como dizia Gonzaguinha “Ma’ quero tudo aquilo que eu tenho de direito. É o direito de qualquer zé. Ma’ quero tudo aquilo que eu tenho de direito. É o direito de qualquer zé”. Às vezes o problema está embutido dentro de outro problema. Estamos em tempos tenebrosos para a educação pública deste país, as Universidades Federais emparedadas em seus processos democráticos, as estaduais seguindo um caminho não muito diferente, mas se o topo está comprometido, o miolo, o corpo,
deveria funcionar como fomentador aguerrido, das garantias de participação total, de todas as parcelas da população que pretendem o ensino superior.

Os cursos de licenciaturas nas universidades públicas, na maioria das vezes são tratados quase como de “segunda classe”, cursos que potencialmente formam professores, que formam pessoas, que formarão outras, estão relegados a menos investimento e prestígio. Este processo é, como Darcy Ribeiro definiu “um projeto e não uma crise”. O Governo Federal atual retira/diminui verba destinada a educação superior. Diante desses fatores listados, gestões das instituições de ensino superior e, pasmem, até mesmo o corpo docente dos cursos, acabam agindo contra a manutenção dessas formações. Como? Explico.

A Universidade Estadual de Roraima (UERR) possui 12 cursos de licenciatura, dentre eles, História. Ele, que sempre teve um corpo docente dos mais contestadores e ativos na instituição, mas, mais combatente que seu corpo docente, foi corpo (o Centro Acadêmico do curso, atualmente sem diretoria e presidente constituídos por eleição) discente, o mais atuante e pioneiro da UERR. No entanto, desde a gestão de 2016, que decidiu por enviar todos os 12 cursos para outra região da cidade, precarizando mais ainda o que já não era tão bom. O que vimos desde então é praticamente o extermínio do período noturno das opções de se fazer um curso, é preciso ter em mente que o período de trabalho no país em sua maioria se dá das 8h às 18h.

O problema dentro do problema é que, em um curso que naturalmente é questionador, que ensina aos futuros profissionais valorizar a educação pública e contribuir para a qualidade dela, toma a decisão de não abrir turmas no período noturno, frustrando muitos jovens, que na educação básica já não são bem assistidos e vão concorrer com estudantes da rede privada, privilegiados com uma educação mais eficiente, para serem aprovados em vestibulares das universidades públicas.

Dentro deste corpo docente, há ex-alunos que cursaram o período noturno e renegam a história de suas próprias graduações ou de alguém que conheceram. Essa é uma decisão que contraproduz a valorização dos que poderiam estudar e interferir de maneira mais incisiva na participação do processo de democratização do ensino superior em Roraima, ou, como já foi abordado em uma de suas Semanas de História, nos moldes que está, se tornará apenas parte da democracia racionada do país.

A decisão tomada, em não mais criar turmas do curso no período noturno, contradiz todo o histórico, tanto do corpo docente, quanto do discente, que por vezes lutou por melhorias da graduação e para os próprios professores. Não é possível alterar o projeto da eterna crise da educação, escolhendo motivações personais, o outro está ali, te pedindo oportunidades, se a mudança de patamar deste país é a educação, a educação dentro do período noturno, é o primeiro passo a ser garantido nesse processo.

 

Luiz Maito Jr – Professor especialista em História da Amazônia e Tamille Cunha – Licenciada em História e servidora pública estadual

 

Viva a vida como ela é

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Para que levar a vida tão a cério, se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos”. (Bob Marley)

O mais perigoso é não saber o que é ser sincero, e ser rigoroso com a vida. Porque a vida é para ser vivida. E cada um de nós tem uma vida diferente. Por isso nunca tente imitar alguém. Os imitadores nunca serão mais do que imitadores. Não conseguem viver suas próprias vidas. E o mais importante é que eles nunca percebem isso. Mas nada contra os imitadores. Estou só falando comigo mesmo.

Vamos viver a vida. Ela está aí para ser vivida. Então por que ficar perdendo tempo, com coisas ou acontecimentos que não mereçam nossa atenção? Não sabemos quantos anos viveremos. Nenhum de nós tem o poder de saber até quando viverá. Então vamos viver cada momento da vida com amor, sinceridade e dedicação. E podemos estar oferecendo tudo isso, com simplicidade. Nada de ficar se preocupando com o futuro. O importante é que nos preparemos para o amanhã. Porque amanhã já é futuro. E no futuro só viveremos os frutos que levamos do passado.

Ainda não somos suficientemente racionais para saber qual será o nosso futuro. Mas sabemos que ele será o resultado do hoje. Ontem foi um dia turbulento para mim. Corri o dia todo com problemas que apenas estavam se tornando problemas. Não tive nem mesmo tempo para ir assistir às quadrilhas juninas, na praça. E daí? O importante é que já bem tarde da noite, fiquei rindo com os “problemas” resolvidos. O que os tornou banais. Mas poderiam ser trágicos se não fossem resolvidos. Simples pra dedéu.

Não estou querendo ser seu orientador. Mas ficarei muito feliz se você se atentar para a simplicidade da vida. Tudo vai depender de como você a encara. E encarar a
vida é vivê-la intensamente. E viver intensamente e viver feliz. E a felicidade está dentro de você. E se é assim, por que sair por aí procurando ser feliz? Hoje pela manhã saí para comprar o pão para o café. E quase não consegui atravessar a rua, ali na esquina. A rua estava inundada com a água das chuvas da noite de três dias atrás. Na luta para atravessar as águas, olhei para a casa ao lado e a senhora na janela, falou: Que horror, não é mestre? Quando será que vamos ter uma administração digna de respeito? Sorri e atravessei o aguaceiro.

Que bom seria se eu tivesse oportunidade de dizer àquela senhora, que podemos resolver o problema aprendendo a eleger administradores públicos competentes. Nada mais simples. E que só conseguiremos isso quando nos educarmos politicamente. Porque só aí seremos cidadãos de verdade, votando por dever, e não por obrigação. Pense nisso.

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