Bom dia,

Hoje é terça-feira (21.06). A direita brasileira tomou mais um susto com eleições presidenciais na América Latina. Com a inusitada vitória de Jair Bolsonaro (PL) em 2018, após desastrosos governos de esquerda que levaram o Brasil a sua pior crise econômica e moral da história tupiniquim; e especialmente depois do desastre da Venezuela com a ditadura de Nicolás Maduro, os brasileiros e as brasileiras de Centro e de Direita imaginavam que o Continente Sul-americano estaria livre de experiências esquerdistas/populistas algumas vezes  tocadas pelo narcotráfico e corrupção. Todas essas experiências resultaram em desemprego, miséria, fome, o pior, num ambiente de desalento que trouxe de volta às nações latino-americanas aquilo que o grande Nelson Rodrigues chamava de “complexo de cão vira-lata”. E nesse ambiente a região passou a obrigar parte de sua população a migrar para outros países em busca de novas alternativas de vida.

Em pouco tempo a esperança de dias melhores na América Latina, através de governos de centro e de direita parece ter acabado. Primeiro veio a Argentina que voltou ao domínio da turma de Cristina Kirchner; veio em seguida a Bolívia caindo de novo nos braços de Evo Morales e sua turma; também os chilenos optaram por colocar no governo um ex-líder estudantil de esquerda Gabriel Boric, de 36 anos. Agora os colombianos elegeram no último domingo (19.06) o economista da esquerda ambientalista e ex-guerrilheiro Gustavo Petro, que já anunciou a disposição de reduzir a exploração de petróleo e fazer rapidamente a transição da Colômbia para a economia verde, como quer o ambientalismo internacional.

Em todas essas eleições, além da proximidade ideológica dos políticos vencedores, há outro traço comum: as eleições foram marcadas por uma enorme abstenção de eleitores, cujo percentual dos votantes que não foram às urnas chegou a mais de 40%. A ausência de eleitores e eleitoras parece indicar que muita gente já não acredita que as instituições democráticas e os políticos mesmo de centro e de direita sejam capazes a responder aos anseios e desejos da população. Desalentados, essa gente não vai votar deixando o caminho aberto para o contingente eleitoral , que nunca se desmobiliza e vai às cabines eleitorais acreditando que governos populistas cuidam melhor da população.

E, de fato, as circunstâncias parecem dar razão a tudo isso. E como nos interessa mais de perto o cenário sob o qual estão sendo disputadas as eleições no Brasil, é preciso reconhecer que nos últimos tempos as decisões do governo de direita instalado no país com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, especialmente a política ultraliberal comandada por seu ministro da Economia Paulo Guedes, estão criando uma sensação de abandono da população mais pobre e também da classe média tupiniquim. Exemplos como a iniciativa de Jair Bolsonaro de propor um Projeto de Lei (PL) que permite penhorar os bens de família para executar dívidas; a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de beneficiar as operadoras de planos de saúde privada restringindo direitos de segurados, com a conivência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); e essa demonstração pública e reiterada de incapacidade presidencial de dar um limite à política de preços da Petrobrás, que alimenta a inflação e atinge em cheio toda a população, formam cenário que parece desalentador, mesmo aos que não acreditam em soluções vindos de governos de esquerda.

Isso parece explicar os números de intenção de votos que saem das pesquisas feitas por diferentes agências que dão ao ex-presidente Lula da Silva (PT) larga preferência dos eleitores e das eleitoras em relação ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição. Pode explicar também porque os eleitores não demonstram vontade de sair desta polarização, optando candidatos mais ao centro, como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). O desalento pode fazer retornar ao comando político do Brasil um ex-presidente, ex-presidiário, sob o qual permanecem fortíssimos indicadores de corrupção e desmando, apesar da decisão dos poderosos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que optaram por “lavar” sua ficha suja.

RÁPIDAS

O governo do estado anunciou com muita pompa que vai realizar mais uma edição da Agro Show, no Parque de Exposição Dandãenzinho. Será no período de 06 a 11 de setembro. ### Até agora ninguém se manifestou publicamente sobre a circulação pelas redes sociais de um vídeo onde um vereador aparece fazendo trapaça durante um jogo de pôquer numa residência boa-vistense. ### Será que o presidente Jair Bolsonaro vai ainda sancionar a lei aprovada no Congresso Nacional, que equaliza a alíquota do ICMS sobre o preço dos combustíveis. Com o novo reajuste anunciado pela Petrobrás, o consumidor não vai sentir qualquer diferença em relação ao preço antigo. ### Quem deve ter gostado do reajuste anunciado pela petroleira foram os governadores e prefeitos, que não perderão receitas, mesmo que o presidente da República sancione a lei que manda reduzir a alíquota do ICMS sobre os combustíveis para até 18%. ### Até amanhã.