Bom dia,

Hoje é sexta-feira (24.06). As circunstâncias da prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, dá bem uma ideia do cenário em que se disputa a atual eleição presidencial no Brasil. Sem entrar no mérito, afinal há muita coisa a ser apurada, a repercussão e as versões de cada lado, revelam o jogo bruto que pode estar ocorrendo no meio da polarização até agora apontada; e de sobra no nível de profundo descrédito a que chegaram as instituições do Estado brasileiro. Ao cidadão e à cidadã comum, bem intencionado e mal informado, resta cada vez menos condição de saber de que lado está a verdade, à proporção que não pode dar crédito absoluto sobre o que é divulgado por parte da imprensa, cuja parcela significativa está comprometida com  as candidaturas postas; e disseminadas pelas redes sociais sob as quais não se deve dar quase nenhum crédito.

A prisão de Milton Ribeiro, conforme a versão da Polícia Federal que a pediu, teria se dado em função de fortes indícios de que ele teria recebido dinheiro como recompensa por facilitar a atuação de dois pastores que durante sua gestão teria influenciado em troca de propina acesso de prefeituras aos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A prova maior da participação direta do ministro no esquema de corrupção teria sido um depósito de 50 mil reais em sua conta corrente feito por um dos pastores acursados de promover a distribuição de recursos no Ministério de Educação. Em sua defesa, os advogados de Ribeiro dizem que o depósito era resultante da venda de um veículo de propriedade de uma filha do acusado.

Pois bem, são versões críveis que a polícia deveria apurar com rigor, afinal há famílias e reputações no meio disso tudo, ainda um processo de disputa eleitoral que não pode ser prostituído por manobras arquitetadas e mentirosas, Quem deveria ser responsável pela elucidação do imbróglio? É claro, a reponsabilidade mais evidente é de que seria a polícia, uma instituição do Estado brasileiro obrigada a ter o respeito e a crença da população. Pois bem, Milton Ribeiro e os demais presos pela Polícia Federal já foram soltos por determinação do Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF-01), o que pode ser indicativo de que faltaram elementos de indícios necessários à decretação das prisões pelo juiz federal de primeira instância.

Dentre as versões que se está dando às causas que deram razão à soltura de Milton Ribeiro pelo TRF-01 está a hipótese de que a prisão pedida pela Polícia Federal e concedida pelo juiz federal de primeira instância faria parte de um esquema pré-concebido para atingir a campanha à reeleição do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PP), que anteriormente teria dito sua disposição de colocar a cara a fogo em defesa da Milton Ribeiro. A intenção desse esquema seria, por outro lado, tentar minimizar a repercussão de outro escândalo, até agora não apurado na devida exatidão, sobre a eventual ligação entre o ex-presidente Lula da Silva (PT) com o crime organizado no Brasil através da existência de um contador que faria trabalhos de lavagem de dinheiro também para o PCC.

Ambos os casos deveriam ser apurados com isenção pelos órgãos do Estado brasileiro, que se acreditados, serviriam para que a população fizesse o melhor juízo dos fatos. Infelizmente, na atual faze da história brasileira pesa sobre as instituições estatais do país enorme desconfiança por parte dessa mesma população, que pouco acredita que elas sejam capazes de responder às suas mais simples aspirações. Que fazer?

RÁPIDAS

Em Roraima é assim, faz muito tempo. Terminam a festa de São João promovida pela Prefeitura de Boa Vista e começa a promovida pelo governo estadual. Hoje começa os festejos no Parque Anauá. ### Em clima de festas, com direito a discursos políticos, a Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) promoveu, ontem (quinta-feira) a última audiência para anunciar os resultados do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) que vem sendo elaborado há mais de 20 anos. ### Desde que reclamou que os parlamentares federais do estado não traziam recursos para as estradas federais desde 2018, já era esperada a demissão do engenheiro Marcelo Geber, da Superintendência Estadual do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT). ### Esta semana saiu a portaria ministerial que o exonerou da função. Também foi exonerada sua eventual substituta, trocada por outra engenheira do órgão, que está respondendo interinamente. ### Fontes da Parabólica garantem que o substituo, ou substituta definitiva de Marcelo Geber será escolhido, ou escolhida, por indicação política. Geber foi uma escolha técnica do ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. ### E o puxa-encolhe entre o presidente da República, Jair Bolsonaro e a Petrobrás parece não ter fim. Agora, uma conselheira da petroleira diz que Caio Paes de Andrade, o nome indicado pelo Palácio do Planalto para presidi-la diz que ele não preenche às exigências estatutária para o cargo. É mole? ### Até segunda-feira.