Bom dia,
Hoje é quarta-feira (13.07). A queda de um helicóptero, ontem (terça-feira), nas cercanias de Boa Vista, precisamente quase às margens do igarapé Água Boa (de baixo), onde morreram um ocupante e o piloto, não é fato isolado. A aeronave bateu numa rede elétrica por estar voando a baixa altitude, provavelmente para fugir dos radares, uma vez que realizava voo clandestino para áreas de garimpo ilegal. No dia anterior, um piloto de nacionalidade brasileira foi preso e a aeronave que pilotava apreendida em território da República Cooperativista da Guiana porque transportava cerca de 750 kg de droga, que aparentemente abasteceria as zonas de garimpo daquele país vizinho.
Faz pouco tempo, militares venezuelanos, em conluio com transgressores da lei brasileiros, foram igualmente presos quando tentavam vender mercúrio e munições que seriam utilizados em garimpos ilegais em Roraima. Ainda compõe esse cenário a ocorrência muito frequente de assassinatos de pessoas com toda a evidência de que se tratam dos chamados acerto de contas, muito comuns entre essa gente que pratica atos, especialmente de tráfico de armas e drogas. Tudo isso, faz de Roraima uma terra insegura para viver, e pode afastar gente do bem que gostaria continuar morando no estado, ou vir morar por aqui.
Sob todos os aspectos é preciso que se abra urgentemente uma discussão séria sobre a questão do garimpo no estado. É claro, resta quase impossível pedir que os políticos façam isso em plena campanha eleitoral, afinal, todos andam caçando votos a qualquer preço. Mas, falta pouco mais 80 dias para a votação, já é tempo para as demais forças vivas da sociedade roraimense comecem a pensar de que forma vai encarar essa situação quase insustentável de conivência com o mal feito. Os políticos podem vir depois, se os eleitores souberam escolher – quem sabe-, os menos piores.
PRÉ-LANÇAMENTOS
Os políticos roraimenses resolveram investir com tudo na chamada pré-campanha, e estão, como diria o ex-deputado estadual Titonho Biserra, “gastando os tubos de dinheiro” em eventos de lançamento das pré-candidaturas com shows apoteóticos com direito a fogos e chuva de papel picado. Os observadores de plantão já comentam como deverão ser as convenções quando for valendo mesmo. Tudo à revelia da hipócrita legislação brasileira. O pior disso tudo é que fazem as maiores festas aqueles que mais dinheiro têm, logo, instaura-se uma competição desigual em relação aos outros com menos grana.
CACHÊ
E falando nesses eventos, Roraima deveria realmente ser estudado pelos especialistas em política Brasil afora pelas “novidades” que lança. Uma das mais recentes é a profissão de dublê de reunião de pré-candidatos. É isso mesmo. Um assessor de um pré-candidato majoritário comentou com um dos redatores da Coluna que alguns dos aliados pagam cachês para inflar os eventos e demonstrar mobilização política. Agora, quem está enganando quem?
AMEAÇAS
O partido Rede Sustentabilidade intensificou as ações de segurança em torno da deputada federal Joênia Wapixana, candidata à reeleição. Os dirigentes daquele partido andam preocupados com uma possível ação inflamada contra a integridade física da parlamentar. Segundo informações de fontes muito próximas aos dirigentes do partido, Joênia teria sofrido agressão verbal na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), além de ter seu carro batido e chegou a receber ameaças diretas, o que lhe tem preocupado.
VIGILÂNCIA BLINDADA
A Polícia Federal já editou uma série de atos normativos para dar proteção a candidatos nas eleições deste ano. Além de preparar profissionais e capacitar equipes, a instituição está distribuindo viaturas blindadas para todas as superintendências regionais, inclusive para a de Roraima. É um custo adicional para o contribuinte, mas indispensável para a manutenção da tranquilidade no pleito eleitoral. Os economistas chamam isso de Custo de Transação, aquele que não acrescenta nada em relação ao bem-estar das pessoas, mas se torna obrigatório para o convívio coletivo.
REVELIA
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) decretou revelia contra a secretária Tânia Soares de Sousa da Secretaria Estadual do Trabalho e Ação Social (Setrabes) e contra a ex-secretária Leila Perussolo da Secretaria Estadual de Educação e Desportos (SEED). Ambas são cunhadas do governador Antônio Denárium (PP) e não teriam respondido a mandados de citação em processos que apuram procedimentos administrativos em suas respectivas gestões.
ADIADA
A votação, em segundo turno na Câmara dos Deputados, da chamada PEC da Bondade foi adiada para hoje. A oposição ao governo tenta de todas as formas, atrasar a aprovação daquela PEC para evitar que o governo federal comece a adotar as medidas contidas no pacote entre as quais o aumento do Auxílio Brasil – de 400 para 600 reais-; e auxílio de mil reais mensais para os camioneiros. Para o desespero dos governistas, ontem caiu o sistema de votação presencial e remoto, daí a justificativa do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL) para suspender a votação. A oposição o acusa de adiar a sessão por conta do baixo quórum, que poderia não aprovar o texto básico em segundo turno, e de quebra, aprovar o destaque que impede o governo federal de decretar estado de emergência, o que inviabilizaria a adoção das bondades antes das eleições.