Bom dia,
Hoje é sexta-feira (29.07). Faz muito tempo que o Brasil não toma conhecimento de tanta notícia boa. Vamos começar pela previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), feita até mesmo pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que estima o crescimento da economia brasileira para 2022 em ao menos 1,7%. No começo do ano, na média geral das previsões, a aposta do mercado era de uma recessão, ou na melhor das hipóteses, um crescimento próximo à zero. Contrariando essas predições, e puxado pelo desempenho do setor de serviço e do agronegócio – que aumentou significativamente a exportação de comodities-, o Brasil é um dos países que lidera o crescimento da riqueza num cenário de pessimismo generalizado mundo a fora.
Em matéria de desemprego, embora s números ainda sejam elevados, a taxa de pessoas desempregadas em relação à chamada População Economicamente Ativa, baixou para um pouquinho menos de 10%, na verdade 9,3%. O número de postos de serviços criados com carteira assinada cresceu persistentemente nos últimos semestres, o melhor, neste último trimestre o salário médio dos brasileiros e das brasileiras cresceu, revertendo uma tendência verificada nos últimos anos de redução persistente. Foi um pequeno crescimento, mas muda a trajetória do desempenho negativo da ultima década. Esta recuperação do salário médio no Brasil pode ser indicativa de desempenho melhor da economia no futuro próximo.
Mas, as notícias boas não param por aí. A Petrobrás divulgou, ontem (quinta-feira), um lucro trimestral de R$ 56 bilhões, e não ficou nisso; em menos de uma semana fez um segundo anúncio de redução do preço para as distribuidoras de alguns combustíveis, inclusive da gasolina, o que deve impactar até segunda-feira os preços para o consumidor. Essas decisões de reduzir preços nas distribuidoras, com reflexos nos preços aos consumidores, o que impactará no índice de inflação, outro tormento que vem infelicitando os brasileiros e as brasileiras nos últimos tempos. Aliás, a inflação não vem atormentando apenas os brasileiros, mas toda a população mundial, até mesmo os norte-americanos que habitam o país mais rico do Planeta.
Esses dados não podem ser ignorados, afinal, eles chegam à população tupiniquim, numa época em que os principais problemas de governabilidade do país continuam sem solução, inclusive, a postura de partido político de oposição, que faz o Supremo Tribunal Federal (STF) por conta da conduta de vários seus ministros. Continua também muito forte a divisão interna no Brasil, o que é acirrado por conta do período eleitoral, quando as atenções restam voltadas a temas absolutamente marginais aos reais problemas e interesses do conjunto mais pobre da população e daqueles que realmente trabalham, aqui incluídos os assalariados e os empreendedores de todo o tamanho.
Nesses temas que aqui chamamos de marginais aos reais interesses da população e dos que trabalham no Brasil está todo esse alvoroço em torno das continuadas críticas ao presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro, sem que até agora ele tenha demonstrado, e apresentado até agora provas de fragilidade das urnas eletrônicas. Bolsonaro está fazendo crescer o consenso em torno de Lula da Silva (PT), inclusive de banqueiros – eles estão irritados com o atual governo por conta da criação do PIX, que lhes tirou bilhões de reais de seus bilionários lucros-, com a narrativa de que ao questionar o possível resultado das urnas o atual presidente admite a possibilidade de golpe militar para continuar como inquilino do Palácio do Alvorada e do Palácio do Planalto. Sem comentário, só mesmo mais fanáticos de seus seguidores acreditam na possibilidade de quebra da normalidade constitucional do país.
SEM ENTENDER
O governo estadual fez distribuir entre alguns municípios interioranos – inclusive para o município de Pacaraima-, a bagatela de 70 milhões de reais. A justificativa legal, inclusive por conta da possiblidade de que a medida possa ser considerada como eleitoreira e ser caracterizada como crime de abuso político e de poder econômico, é que as intensas chuvas dos últimos dias criaram as condições para que a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) reconhecessem a situação da calamidade pública no estado. O que complica no caso de Pacaraima é que a prefeitura local decidiu gastar milhões de reais – só com cachê de artistas nacionais o custo é de R$ 1,1 milhão-, para realizar o Micariam, uma espécie de carnaval fora de época. Dá para entender?
COM LIMINAR
Levantamento preliminar feito pelo jornalismo da Folha mostra que pelo menos cinco, ou seis, candidatos nas próximas eleições só obterão registros de suas candidaturas caso consigam liminar junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Eles e elas tiveram o mandato cassado, ou foram condenados pela justiça, e tiveram como pena acessória a inelegibilidade. Não vai ser fácil, mesmo sabendo que muita grana pode rolar por conta disse. É bom acompanhar.