Jessé Souza

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É da conta de cada cidadão todo e qualquer gasto em campanha eleitoral

Jessé Souza*

Um dos comportamentos utilizados por políticos e seus apoiadores é tentar descredenciar críticas sobre como determinados políticos gastam seus recursos na campanha eleitoral, sob o argumento de cada candidato deve cuidar de sua própria campanha e que adversários não teriam nada a ver com isso.  Isso não apenas não faz sentido algum como também é uma tática para desmobilizar possíveis denúncias. 

É da conta de cada cidadão a forma sobre como os candidatos gastam os recursos na campanha, pois todos esses gastos são custeados pelo Fundo Eleitoral, no valor de R$4,9 bilhões este ano, bancado com recursos públicos destinados ao financiamento de campanhas eleitorais  de 32 partidos.  Então, é o povo que paga tudo que é gasto por cada candidato em busca do voto do eleitor. 

Além dos partidos e candidatos serem obrigados a agirem com transparência total na aplicação desses recursos, a sociedade precisa estar atenta para fiscalizar e acompanhar os gastos de campanha, inclusive assumindo a postura de denunciar situações suspeitas. Afinal, todo dinheiro  saiu dos cofres públicos, por isso é necessário que haja rigorosa prestação de conta, seguindo critérios exigidos pela legislação eleitoral. 

Sendo assim, o ato de contratar  pessoas para que trabalhem como cabos eleitorais não se trata de um favor ou benevolência dos candidatos, mas de um gasto bancado com recurso público, cujo pagamento obrigatoriamente deve ser feito de forma oficial, com recebido e cheque nominal. Qualquer valor pago em dinheiro vivo, por fora ou a título de “ valor extra”,

é considerado caixa 2, portanto ilegal, um crime eleitoral, passível de não poder assumir, caso eleito, ou mesmo de ser cassado futuramente.  

Logo, cada eleitor tem nas mãos ferramentas importantes para que possa fiscalizar os gastos de campanha ou a atitudes dos candidatos. Basta querer,  Cada celular é um desses instrumentos à medida que pode tirar fotos e gravar vídeos como prova de ilícitos eleitorais.  Afinal, são quase R$5 bilhões que poderiam estar sendo aplicados em setores importantes, como segurança pública, mas que estão servindo para bancar a campanha eleitoral de candidatos. 

O cidadão não pode cair na lorota de que não é de sua conta a forma como os candidatos gastam em suas campanhas eleitorais.  Os políticos em busca de votos e todos os candidatos que almejam um mandato precisam agir com transparência, pois estão pagando tudo com dinheiro público. E se esse dinheiro da campanha não vier do Fundo Eleitoral, então isso é a prova de um crime eleitoral.  Simples assim.  

*Colunista