Minha Rua Fala

MINHA RUA FALA 14427

RUA ANÍSIO JUSTINIANO FERREIRA Antiga Rua DI – 03, no Distrito Industrial _

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 Anísio Justiniano Ferreira nasceu no dia 11 de abril de 1901, na cidade de Óbidos, no Estado do Pará, e era filho do casal Adelino e Adelina Ferreira.     De Óbidos, o jovem Anísio Ferreira foi para a cidade de Alenquer, também paraense, e, de lá, desceu até Porto Velho onde passou a trabalhar na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (construída entre 1907 e 1912 para ligar Porto Velho a Guajará-Mirim), no Estado de Rondônia. Esta estrada de ferro ficou conhecida como a “Ferrovia do Inferno”, devido à morte de milhares de trabalhadores, sobretudo por doenças tropicais. O serviço que o Anísio realizava era o de cortar madeira na mata para a construção de “dormentes”, que são as peças de madeira (ou de metal) colocadas transversalmente na via férrea, e sobre os quais os trilhos são fixos para que o trem/locomotiva possa deslizar por eles na viagem. Foi nesta época que Anísio aprendeu a trabalhar com madeira, e esta habilidade lhe serviria no futuro. 

    No dia 25 de agosto de 1925 Anísio veio à primeira vez a Boa Vista e, passou a trabalhar como cozinheiro nos barcos que faziam o transporte de pessoas e de mercadorias pelo rio Branco, no trecho Boa Vista- Manaus- Boa Vista.  Esse vai-e-vem durou quatro anos, até que em 1929 ele adquiriu um terreno e construiu sua casa à Rua Benjamin Constant, esquina com a Rua Araujo Filho (casa anexa à antiga “Loja do Timbó”).      Anísio Ferreira casou-se a primeira vez com a senhora Corina, com a qual teve a filha Débora Ferreira Reis.  Ao ficar viúvo, casou-se com a senhora Josefa Gomes Ferreira (dona Zefinha). O casal Anísio e Zefinha teve 16 filhos. Destes, oito estão vivos: Elvécio, Emer, José Neno, Dirson da Silva, Magno Gomes, Bartira da Consolata, Erundina Gomes, e Sandra Auxiliadora. 

    O “seu Anísio”, que também era marceneiro, montou em sua casa uma oficina de carpintaria, passando a fazer móveis para as residências das famílias, e para o Governo do Território que precisava de mobílias para as primeiras Secretarias. Naquela época em Boa Vista não havia agência funerária e, quando alguém morria, as famílias recorriam ao “seu Anísio” para confeccionar o caixão. Quando não havia madeira na carpintaria, Anísio e os filhos entravam na mata para tirar madeira e fazer as tábuas. O tecido para cobrir o caixão era comprado na Avenida Jaime Brasil na “Casa Duas Américas”, dos irmãos Hildegardo e Pedro Aldemar Bantim.     Enquanto Anísio trabalhava na carpintaria, a dona Zefinha se ocupava de fazer os bolos, cuscuz, e doces variados. A família acordava na madrugada, por volta das 3 horas da manhã, e começava os primeiros trabalhos na moagem do milho, da massa e da peneirada do que haviam produzido. Um dos filhos pegava a lenha para o forno, outros ajudavam a moer o milho, enquanto as filhas misturavam a massa e se encarregavam da venda dos produtos expostos numa mesa e num vidreiro. E, cá prá nós, tinha-se que chegar muito cedo à casa da dona Zefinha, se quisesse comprar o delicioso cuscuz e os saborosos bolinhos “beijos-de-moças”.

Quando havia festa no prédio da União Operária ou no Clube Rio Branco – ambos na Rua Nossa Senhora da Consolata, esquina com a Rua Barão do Rio Branco – Centro-, a dona Zefinha com as filhas montava uma mesa diante do clube e passava a vender os quitutes, enquanto o Anísio tocava seu cavaquinho animando a festa. Por tocar tão bem este instrumento musical, passou a ser chamado de “Anísio do Cavaquinho”.      

Anísio Justiniano Ferreira nasceu no dia 21/07/1934 e faleceu no dia 04/04/1993, aos 92 anos de idade; e a dona Josefa Gomes Ferreira (Zefinha), nascida no dia 13/04/1918, faleceu no dia 30/07/1999, aos 81 anos de idade. Ela era uma senhora bondosa e muito procurada em sua casa para rezar em criança com “quebranto”.

Quanto ao “seu Anísio”, a Câmara Municipal, por iniciativa do vereador Manoel Neves de Macedo/PRB, aprovou um Projeto de Lei redenominando a Rua DI – 03, no Distrito Industrial, com o nome de: Rua Anísio Justiniano Ferreira. O Projeto foi sancionado pelo Prefeito Iradilson Sampaio de Souza como Lei nº 1.304, de 22/12/2010, publicada no Diário Oficial do Município de Boa Vista, de nº 2846, datado de 24/12/2010.

Um dos filhos de Anísio, também já falecido, o senhor Evilásio Francisco Ferreira, foi por muitos anos Torneiro Mecânico na Oficina Mecânica do Governo (à época, situada no Bairro Calungá). Começou quando ainda tinha apenas 14 anos de idade e, em 1969 deixou o emprego e montou a sua própria Oficina, nos fundos do quintal de sua residência no Bairro São Francisco. E, em 1973 registrou a sua pequena empresa na Junta Comercial com a denominação de “Auto Mecânica Roraima”, onde prestou serviços à população por mais de 48 anos.

Evilásio participou de diversas associações e entidades de classes, além de membro efetivo de instituições sociais como Lions Clube e a Maçonaria, onde era Mestre Maçom da Augusta, Respeitável e Benemérita Loja Simbólica “20 de Agosto nº 1.818”, situada à Rua Barão do Rio Branco, Bairro São Francisco-Centro. 

Evilásio nasceu no dia 21/07/1934 e faleceu no dia 31/01/2021.

A Poderosa Assembleia Estadual Legislativa–PAEL-, do Grande Oriente do Brasil – Roraima-, Potência da qual ele pertencia, aprovou a Resolução nº 002, datada de 11 de Julho de 2022, instituindo a “Medalha do Mérito Legislativo Maçônico Francisco Evilásio Ferreira”, a ser concedida a Maçons e não maçons, vivos e Post mortem, que tenham prestado relevantes serviços à Ordem Maçônica em qualquer dos seus Poderes.