Bom dia,

Hoje é quarta-feira (07.09). Os brasileiros e as brasileiras estão nas ruas hoje para comemorar os duzentos anos desde que nosso país cortou formalmente os laços políticos que nos ligavam a Portugal. Fazia muito tempo que o povo brasileiro olhava com indiferença a passagem do Dia da Independência quando as comemorações ficavam quase restritas aos desfiles de forças militares nalgumas avenidas de cidades do país. De fato, a ação deliberada de grupos ideológicos aparelhando principalmente as escolas e universidades do país avançaram muito no sentido de fazer com que os brasileiros e brasileiras chegassem a ter vergonha do país que construímos ao longo dessa história, com erros evidentes, mas, com mais acertos.

Nossa história, por exemplo, se fizermos um corte temporal evidenciando o que foi o Século XX deveria ser orgulho para todos nós. No início daquele século o Brasil era um país pobre, atrasado, dependendo de um setor agrícola primário, com a maior parte da população analfabeta e vivendo miseravelmente nos fundões das zonas rurais desassistidas. Em pouco menos de cinquenta anos o mundo inteiro assistiu a transformação que os brasileiros e as brasileiras foram capazes de fazer transformando o Brasil num país industrializado, urbano, com eliminação quase completa do analfabetismo, com legislação razoavelmente moderna, chegando nosso país a ocupar a sétima posição dentre as maiores economias industriais do Planeta.

É claro, desde o final do Século passado e nas primeiras décadas do atual, a economia brasileira vem patinando economicamente sob o peso de uma crise social, moral e política que arrasta milhões de pessoas para a miséria especialmente por conta da desigualdade de distribuição de renda, que concentra a maior parte da riqueza nas mãos de uma elite política e econômica que resiste em aceitar mudanças. De inquestionável liderança em matéria de crescimento econômico, essas elites privilegiadas associadas a outra elite que representa a vanguarda do atraso puxaram o Brasil para baixo fazendo com que não estejamos mias no ranking das dez maiores economias do mundo.

Enquanto a elite econômica e burocrática – que tomou de assalto frações importantes do Estado-, impede o crescimento da economia do Brasil pela redução de mercado com ausência de uma classe média afluente; a elite que constitui a vanguarda do atraso conseguiu submeter os interesses nacionais à vontade imposta desde os países mais desenvolvidos da Europa e dos Estados Unidos, condicionando a utilização dos nossos recursos naturais às suas estratégias de evitar o desenvolvimento de países com grande população, imensa biodiversidade e competência gerencial. É claro, a intenção desses países é manter a população dos mais pobres com crescimento próximo a zero e evitar a expansão do consumo desses pobres para não impactar ainda mais o esforço que a natureza tem de fazer para alimentar mais gente sem reduzir o nível material da vida e conforto já alcançados por suas ricas populações.

É claro, essa multidão que irá às ruas hoje – reconhecendo que parte dela tem motivação político/partidária-, quer dizer que tem orgulho do país em que vive e traz uma clara mensagem de vontade de ver superados os grandes problemas que nos prende ao atraso e nos mantém como uma nação que precisa urgentemente vencer seus problemas de desigualdade social e econômica. Vamos por isso mesmo nos alegrar com o povo nas ruas.