Opinião

Opiniao 14571

Elizabeth II, personagem e testemunha ocular da história

 

A morte de Elizabeth II encerra uma era na história da monarquia da Inglaterra e da política mundial. Foi a rainha mais longeva dentre os monarcas ingleses, 70 anos no trono inglês, 96 anos de idade ao falecer. Uma vida de dedicação total aos seus súditos. Durante todos esses anos, Elizabeth não apenas foi testemunha ocular de inúmeros acontecimentos mundiais, mas ela própria foi parte da história. Nasceu em uma família cuja monarquia continua firme, apesar de muitos percalços já enfrentados.

 

Em sua trajetória, Elizabeth esteve presente em momentos que a atingiram tanto do ponto de vista pessoal quanto histórico. Ela testemunhou a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), tendo inclusive participado dos esforços de guerra, atuando como voluntária treinada em mecânica e dirigindo para os soldados; enfrentou a dor de perder seu pai, o Rei Jorge VI, em 1952, e em seguida assumiu a função a qual se dedicou por toda a vida.

 

Elizabeth II viu 15 primeiros-ministros no governo, de Winston Churchill, grande líder inglês durante a Segunda Guerra, passando por Margareth Thatcher, até Liz Truss, recentemente empossada. Quando Elizabeth assumiu o trono, o presidente do Brasil era Getúlio Vargas, o mundo vivia a Guerra Fria (1947-1989), uma disputa entre Estados Unidos, liderado à época por Harry Truman, e a União Soviética de Josef Stalin. Durante o longo reinado, Elizabeth veria a ascensão e a queda de várias lideranças mundiais.

 

A rainha passou por crises políticas enquanto esteve no trono, a exemplo da Crise de Suez (1956), do conflito da Irlanda do Norte, entre os separatistas irlandeses e os aliados do governo britânico, e a Guerra das Malvinas (1982). Acompanhou também o declínio definitivo do Império Britânico com a independência de antigas possessões coloniais. Algumas ex-colônias mantiveram laços amigáveis através da Comunidade Britânica das Nações. Elizabeth permaneceu de maneira formal como chefe de estado destas ex-colônias.

 

Tendo contribuído imensamente para manter a monarquia inglesa relevante, transitou entre o tradicional e o moderno, permitindo que novos ares soprassem sobre a realeza. Manteve a instituição real de pé, mesmo diante dos escândalos matrimoniais de seus filhos e enfrentou a morte da princesa Diana (1997), episódio que fez com que a soberana se aproximasse um pouco mais de seus súditos, ao demonstrar publicamente sua consternação por tal perda.

 

Talvez o principal legado da rainha Elizabeth II tenha sido a crença no tradicional. Elizabeth se esforçou para manter uma instituição tão longeva quanto a monarquia como algo ainda relevante para os ingleses. Era, em parte, uma personagem de um mundo que não existe mais e, ao mesmo tempo, deixou um legado para o futuro da realeza da Inglaterra. Long lived the Queen!

 

Deijenane Santos, professora do curso de Relações Internacionais da Estácio, mestre em Ciência Política e jornalista

Mesmo Quando Tudo está Dando Errado

Debhora Gondim

Habacuque 3: 17-19

Quando nos voltamos para o contexto histórico, no qual o profeta e poeta Habacuque escreveu este livro e, analisamos cada um dos três capítulos, percebemos que o seu povo vivia longe de Deus em um estado espiritual de impiedade e com o aumento da iniquidade entre esta nação acabavam por sofrer com a injustiça e a opressão por parte dos governantes. Todo este cenário angustiava o coração do profeta, mas o que o fez ficar ainda mais aflito foi quando Deus revelou que os Caldeus iriam atacar Judá.

Todo este contexto levou o profeta a indagar a Deus e seus desígnios. A sua intimidade com o Todo-Poderoso o fez ter ousadia para perguntar e sabedoria pa
ra entender o real propósito de tudo o que Ele estava permitindo acontecer. Deus respondeu a ele por ser misericordioso e gracioso, que tudo não passava de instrumentos temporários em Suas mãos para levar o povo a se arrepender de seus maus caminhos e se voltar em verdadeira adoração a Ele. O Senhor responde: “Pois toda terra se encherá do conhecimento da Gloria do Senhor, como as águas cobrem o mar.” (Habacuque 2:14).

A resposta do Senhor veio como alívio ao seu coração, fazendo com que escrevesse o belo Salmos contido no capitulo três do livro de Habacuque. Sendo um testemunho de fé em Deus, mesmo quando as circunstancias ao redor o levassem a incredulidade de que nada daria certo, contra toda desesperança Habacuque creu e esperou os propósitos de Deus se cumprir. Assim, como Abraão este profeta também é um exemplo de fé a ser seguida.

O Apostolo Paulo escreveu Romanos 1:17 em total influencia de Habacuque 2:4 que diz: “O justo viverá por fé.” Martinho Lutero descobriu esta grande verdade do evangelho ao ler Romanos e Gálatas, o que teve também influencia através do livro de Habacuque. Desta forma, assim como estes grandes homens de Deus eu lhe convido a conhecer este pequeno livro bíblico do Antigo Testamento, que nos leva a entender que a fé deve ser cultivada e exercida mesmo quando tudo parece estar dando errado.  Agostinho afirmou: “É preciso crer para ver.”

Vivemos em um contexto da história do mundo em que a maldade está aumentando, no qual há uma banalização do mal cada vez maior em nossa sociedade (termo utilizado pela primeira vez pela filosofa alemã Hanna Arendt, no seu livro Eichmann em Jerusalém). Trazendo como consequência a desvalorização da vida, opressão, injustiça, corrupção desenfreada, falta de amor, idolatria de ideologias e pessoas, violência, relações que já passaram do estado liquido para o gasoso.

Ao olharmos para tudo isso tendemos a desanimar e não encontramos respostas em nós mesmos e nem em nada que provêm deste mundo caído, entregue a sua própria maldade. Por isso, eu lhe faço mais um convite: “Olhe para Cristo, para a salvação que só há Nele. Ele tem a resposta e não perdeu o controle do mundo e nem da sua vida. Exerça fé Nele, somente Nele, que você viverá e verá o agir Dele, terá paz e ânimo para perseverar em meio a circunstâncias difíceis.” E assim como Habacuque poderá dizer: “Mesmo não florescendo a figueira e não havendo uvas nas videiras, mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimentos nas lavouras, nem ovelhas no curral, nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação.” (Habacuque 3: 17 e 18).

Teóloga e Professora

Não adianta quando não entendemos

Afonso Rodrigues de Oliveira

“As palestras de autoajuda pouco ajudam quando as pessoas não compreendem o funcionamento da mente”. (Augusto Cury)

E o pior é que isso não está ligado somente às palestras. Nada está mais desgastante do que o movimento político atual. O que ouvimos de bobeiras, tolices e enfados, não está no gibi. Até mesmo os mais entendidos na política passam mais tempo falando de erros e despreparos, do que de política. É como se estivéssemos nos preparando para uma briguinha comadresca. Nos considerados debates, pela televisão, os candidatos ficam o tempo todo falando de pobreza e ajudinhas da política, para matar a fome. Até mesmo nos debates mais políticos, feitos por políticos em busca da continuidade, o assunto é o mesmo. É como se os ricos, patrões, empresários e tantos outros, não fizessem parte da política.

Acredito que os candidatos atuais nunca leram o Abraham Lincoln. Quando no Senado, em 1860, Lincoln disse, entre outras belezas: “Não se pode ajudar continuadamente os homens, fazendo por eles o que eles próprios poderiam fazer”. Por que não paramos com esses discursos paupérrimos de ajudinhas, em vez de abrir caminho para a luta? E o caminho só o abriremos com educação. E não vemos ninguém falando de educação, com educação. Quando se fala em educação só se fala em construir escolas, aumentar salários e coisas assim. Quando na verdade a educação é muito mais profunda e está enterrada no fundo do poço, há décadas e décadas.

Entre outras falas do Lincoln, está mais essa beleza: “Não se pode ajudar o assalariado, destruindo o patrão”. Ninguém está falando em destruir o patrão, mas ninguém fala dele. E isso faz com que os que esperam a ajudinha do político vejam o patrão num plano inferior. Espero que os candidatos atuais, não entendam mau meu pensamento. Apenas gostaria que estivéssemos caminhando rumo à democracia. E o que consideramos como democracia na nossa política não é mais do que um rascunho que vem se riscando tempo a fora. Vamos melhorar nossa fala para que tenhamos ajudas positivas dos eleitores. A fase da rabada e da buchada já passou.

Vamos melhorar o nível da nossa política, no rumo à educação do cidadão, para que possamos ser cidadãos de verdade. E nunca conseguiremos isso, enquanto não formos um povo preparado para a democracia. E isso só se consegue com uma educação de qualidade. E essa qualidade não está só na construção de prédios e salários de professores. Os dois fazem parte da educação de classe. Então vamos construí-la. Um abração forte com respeito. Vamos em frente para o futuro que merecemos e queremos. Pense nisso.

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