Opinião

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Setembro Amarelo: Quem se importa com a saúde mental das mulheres negras?

Chegamos a mais um Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio. E em um mundo pós pandêmico, quando pesquisas e dados indicam que a situação da saúde mental da população brasileira não está nada bem. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking de casos de depressão na América Latina e ocupa o topo do mais ansioso do mundo¹.

Falar de saúde mental é sempre complexo, e não existe fórmula mágica, nem em termos de política pública, que dê conta de uma estrutura social e econômica que produz cada vez mais sofrimento psíquico. É verdade que a vida pandêmica e pós-pandêmica, quando enfrentamos um governo que não salvou nem a economia e nem vidas, nos adoeceu e adoece mentalmente. Mas esse processo não acontece igualmente entre nós. Como fugir de um estado ansioso quando não se sabe o que dar de comer aos filhos no dia seguinte? Como não ter sintomas depressivos quando se tem filhos mortos para a violência do estado? Como não se descolar da realidade, quando a vida concreta pode ser insuportável?

“Insegurança alimentar, falta de saneamento básico, violência policial e instabilidade financeira são as principais questões para a mulher negra periférica. Como ter saúde mental sabendo que os filhos foram dormir com fome? Quem consegue se manter tranquilo sabendo que a qualquer momento sua casa pode ser levada pela chuva? Saúde mental está longe de fazer terapia regular, a qualidade de vida começa com direitos básicos para sobrevivência garantidos’, afirma Karina Correia

O Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA)² indica que, no estado de São Paulo, jovens negras com menores níveis de escolaridade foram o grupo mais afetado por doenças mentais na pandemia. Mas, por que a corda sempre arrebenta em cima das mulheres negras? Nossa estrutura nos coloca na base da pirâmide econômica e social, e isso se reflete na falta de representatividade na política.

Em 2020, as mulheres negras representavam apenas 2% do Congresso Nacional. Mas, este dado não é exclusivo do âmbito federal. Na atual legislatura da Alesp só existem 3 mulheres negras, por exemplo: Monica Seixas, Erika Malunguinho e Leci Brandão. As políticas públicas, as decisões legislativas, passam longe da luta diária por dignidade das mulheres negras. Aumentar a representatividade política tem tudo a ver com nossa saúde mental: estarmos nos espaços de decisão pode não resolver a estrutura racista e machista brasileira, mas nos dá mais ferramentas de luta pra mudar uma sociedade que nos adoece. Nos permite criar mais mecanismos de cuidado de nós e dos nossos.

Aumentar nossa participação política, é criar políticas que privilegiam os grupos mais vulnerabilizados.

No âmbito da saúde mental, por exemplo, precisamos atuar em três eixos: combate à desigualdade, acesso a tratamento de saúde mental de qualidade pelo SUS e uma atenção especial à questão do uso prejudicial de substâncias”, afirma a deputada estadual Monica Seixas. “O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou recorde de candidaturas de pretos e pardos nestas eleições nestas eleições, mas isso não é o suficiente, é necessário elegermos nossas iguais. Eleger mulheres da periferia, que lutam pela vida e pelo bem viver. É preciso nos engajarmos em movimentos de luta por mudanças! Em coletividades que produzam saúde, cuidado, solidariedade, representatividade e vida”, finaliza a deputada.

*Por Monica Seixas, atual deputada estadual de Sâo Paulo e Karina Correia, atual covereadora pelo Ativoz em Osasco, e estudante de psicologia. Ambas são candidatas à uma vaga na Alesp pelo Movimento Pretas do PSOL.

Vamos aprender

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”. (Leonardo Da Vinci)

As lições estão aí a todo instante e onde estivermos. Aprende mais quem observa mais. E é por isso que devemos aprender a observar. Tudo a que assistimos no nosso dia a dia, são verdadeiras lições. Cabe a cada um, saber o que deve guardar na memória, porque é precisamente nisso que aprendemos. E a evolução humana é a racionalidade na escolha dos arquivos. O que indica que não devemos perder tempo com o que não nos interessa. Faça isso, hoje, no seu trabalho, no seu lazer, onde quer que você esteja. O importante é que esteja sempre preparado para os acontecimentos.

Valorize mais a simplicidade da vida. Ela só é complicada para quem não sabe simplificar. E só simplificamos quando aprendemos. Vamos simplificar o assunto. Nada de preocupações. Não perca seu tempo preparando-se para o que você quer que os outros pensem que você é. Apenas seja. Não podemos ser iguais. “Somos todos iguais nas diferenças”. Nosso valor não está no que vestimos ou no que enfeitamos para agradar. Seu maior poder para agradar está no seu sorriso sincero. Ele expressa a riqueza que você tem em você. E é só isso.

Estamos vivendo uma semana chatíssima. Um dos meus filhos me disse, hoje, no café da manhã: pai, esta semana vai ser mais longa do que o mês. Um motivo para que aprendamos com os erros dos outros. No momento mais importante para que demonstremos nosso valor, na escolha de representantes, ficamos esperneando e batendo boca, como se soubéssemos o que estamos fazendo. George Burns já nos disse: “Pena que todas as pessoas que sabem como governar o país estejam ocupadas a dirigir táxis ou cortar cabelos”. Quando sabemos não discutimos. As discussões não levam a lugar nenhum. Não temos como vencer uma discussão. Tudo que ganhamos com ela é a figura de chato. Porque as discussões nos colocam no rol dos que pensam que sabem.

Vamos aprender a viver a vida como um processo de evolução. E não evoluímos quando ficamos expondo nossos pensamentos arcaicos, em discussões vazias. Fique calmo para poder aturar a chatice de uma semana cansativa, com blá-blá-blás sem sentido. Mas não esqueça de que só vencemos quando aprendemos com os acontecimentos. E se temos que aprender não temos por que nos aborrecermos. Vamos fazer nossa parte como ela deve ser feita, para que aprendamos a nos preparar para a cidadania que está bem distante. Vamos aprender, mas sem o intuito de ensinar. Cada um faz por si. Apenas vamos dar o melhor exemplo, como didática. Observe quem quiser aprender. Pense nisso.

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