Polícia

Policial militar flagrado com drogas e armas no carro ganha liberdade

Depois de ser ouvido em audiência de custódia, amigo de policial militar homicida foi solto para responder em liberdade

O policial militar Jeferson Barreto, de 37 anos, autuado em flagrante e preso com um revólver calibre 38, uma pistola de uso exclusivo da corporação, três papelotes de cocaína e munições, encontrados em seu carro, que estava no quartel do Comando de Policiamento da Capital (CPC), na segunda-feira, participou da audiência de custódia, realizada na manhã de ontem, pela Justiça, e depois de ser ouvido pelo juiz vai responder em liberdade provisória.

A prisão dele ocorreu, dentro do quartel da Polícia Militar, no momento em que ele foi convocado para prestar esclarecimentos a respeito do policial Felipe Quadros, de quem é amigo, acusado de ter cometido três homicídios, na manhã daquele mesmo dia (veja matérias nas páginas 6A e 7A).

Nas redes sociais, críticas foram manifestadas por pessoas que disseram não entender o motivo pelo qual Jeferson não foi encaminhado para a prisão a fim de cumprir pena por tráfico de drogas e porte ilegal de armas.

A Folha entrou em contato com a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), para esclarecer os motivos pelos quais o PM foi liberado após audiência de custódia, no entanto, até o fechamento desta matéria, não ouve resposta.

Quando ocorreu a prisão de Jeferson Barreto, o comandante-geral da PM, coronel Dagoberto Gonçalves, enfatizou que a corporação não compactuará com desvios de conduta de qualquer um dos seus integrantes e que todas as vezes que restar comprovada alguma responsabilidade, os instrumentos adequados de saneamento serão adotados.

CORREGEDORIA – Após o triplo assassinato que comoveu a população, no início da semana, principalmente por ter sido cometido por um policial militar, o Governo do Estado anunciou várias medidas para melhorar a assistência psicológica aos militares e também determinou mais autonomia à Corregedoria da Polícia Militar.

Uma dessas medidas foi anunciada pelo comandante da PM, coronel Dagoberto Gonçalves, que afirmou, em entrevista à Folha, que fará mudança na direção da Corregedoria da Polícia Militar.

Atualmente, o corregedor da PM é o coronel Egberto Lima, que está no cargo desde o início do ano. O comandante da PM informou que está analisando os perfis para definir quem será o novo corregedor e, tão logo isso seja concluído, fará a mudança no setor.

Na corporação, os militares aprovam a mudança, pois acreditam que essa seria uma medida necessária diante dos fatos que já foram noticiados. Só este ano, conforme levantamento feito pela Folha, foram noticiados dez casos de envolvimento de policiais militares com transgressões das mais diversas, que vão de abuso de autoridade à violência doméstica, furto, poluição sonora, agressão, tráfico e assassinato, que foram os caso mais recentes. (J.B)