Não deixe a raiva te controlar!
Por Rosane Castilho*
A raiva é uma emoção natural, derivada de sensações como frustração ou impotência. Sua intensidade e expressão podem variar a partir de aspectos como idade, gênero e cultura e, quando descontrolada, pode ser o estopim de grandes conflitos.
Por outro lado, apesar de ser percebida socialmente como uma emoção negativa, a raiva pode servir como mecanismo de proteção e, se bem administrada, pode trazer benefícios na direção do autoconhecimento e do manejo interno de emoções e sentimentos.
Frequentemente expressamos a raiva e nos sentimos mal. Antes de adotar o autojulgamento, é importante lembrar que essa emoção pode ser o último recurso para não cairmos em uma profunda tristeza.
O que eu faço com isso? Nos momentos de raiva, tente entrar em contato consigo e identifique a emoção expressa, já que muitas vezes não sabemos sequer o que estamos sentindo.
Após identificar essa emoção, tente perceber o que ela quer dizer, através das sensações corporais. No fundo, tudo o que as nossas dores desejam é alívio e esse alívio acontece quando nos reconectamos com o nosso eu e com tudo o que ele contém.
Observe para essa emoção sem julgamentos e busque encontrar, dentro de si, as ligações entre essa emoção e outras que a potencializam. Às vezes, a raiva está ligada à vergonha, à culpa, ao sentimento de desamparo, por isso toma uma proporção muito maior. Conecte-se a ela! Esse movimento pode revelar um nível de leveza nunca antes percebido…
Tente encaixar essas peças, como um quebra-cabeças, avaliando a possibilidade de realizar esses movimentos antes de reagir à uma situação. Talvez você pense que, sem a raiva, você pode se transformar, como ouvi certa vez, “em uma ameba”.
Mas esse pensamento é consequência de um movimento interno de polarização. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, já que, quando nos damos um tempo antes de agir, expressamos o autocuidado, condição necessária a estados mais elevados de consciência.
Lembre-se de que estamos sempre aprendendo e não se martirize se a raiva aparecer tentando invadir seu espaço interno. Se essa emoção é sua, você pode acolhê-la ao invés de permitir que ela te controle.
Essa atitude permitirá alterar comportamentos que não mais expressam o seu modo de ser. Que tal experimentar?
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*Rosane Castilho é autora do livro “O que eu faço com isso? 5 passos para a reconexão com o Eu” e doutora em Educação
A experiência sempre ensina
Afonso Rodrigues de Oliveira
“A experiência ensina que é conveniente às vezes fechar um olho, mas jamais os dois”. (Artur Graf)
Fechar os dois olhos a um problema, jamais. Temos que estar atentos às ocorrências, sejam quais forem. O importante é que acumulemos experiência para poder ficar confiante na hora de fechar o olho. E isso é comum e natural no dia a dia, senão não o viveríamos. Estar sempre pronto para os acontecimentos é estar pronto para viver. Os acontecimentos fazem parte da evolução. O que nos orienta para que estejamos sempre prontos para mudanças. Até mesmo porque cada um de nós é responsável pelo que acontece, já que somos todos do mesmo universo, e com responsabilidades.
Tudo é muito simples, nós é que complicamos. Estar de olho aberto é estar atento para os acontecimentos. E estes podem, muito bem, virem para nos ensinar. O que devemos é estar preparados para o aprendizado. E comece agora mesmo, rindo de você, por não ter estado preparados para acontecimentos que fizeram você perder tempo, quando deveria ter aprendido. E daí? Estamos todos na Universidade do Asfalto. Os ensinamentos vêm para todos. O ruim é para quem fecha os dois olhos para eles. Simples pra dedéu.
Esteja sempre atento. Tudo que ocorre à sua volta deve ser observado por você. O importante é que você saiba para o qual você deve fechar um olho. E isso é muito natural na política. Por que você tem que ficar gritando, esperneando, fazendo bagunça, por não concordar com alguém? Procure fazer sua parte daqui para a frente, fazendo o melhor que puder fazer para melhorar o futuro. No aprendizado do dia a dia, vá prestando atenção a falas dos que nos mandaram recados para que prestássemos mais atenção. O Gallieni, por exemplo, disse: “O maior defeito da democracia é que somente o partido que não está no poder sabe governar”.
Sempre fomos assim. Elegemos o político e ficamos tentando ensiná-lo como governar. Mas, a meu ver, o pensamento mais importante, nesse
sentido, é do Charles Maurras: “A verdadeira revolução não é a revolução nas ruas, mas na maneira revolucionária de pensar”. Que é o que devemos fazer se quisermos colaborar com as mudanças. O importante é que sejamos sinceros no que dizemos e fazemos. E para ser sincero é necessário que sejamos experientes. E a experiência a adquirimos nas nossas caminhadas nas veredas da racionalidade. Só assim saberemos o que realmente queremos e merecemos.
Vamos agir com racionalidade, coragem e sobretudo com experiência. Vamos nos acalmar, rir de nós mesmos, e deixar o barco correr. Não há como remar contra a maré. É tolice e precipitação. Pense nisso.
99121-1460