Opinião

Opiniao 14761

Tráfico humano e vidas falsas na internet

*Por Vanessa Silla

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2021), o Brasil registra a média de 200 desaparecidos por dia. Vale considerar algumas imprecisões, já que muitas pessoas não foram registradas por seus pais ou familiares. Naturalmente, a pandemia também acentuou o problema de identificação – até porque os pacientes nos hospitais eram numerosos e alguns foram incinerados. A situação piora na medida que a recessão formada por estes dois anos de confinamento agrava a vulnerabilidade, o desespero faz fila, e o tráfico humano, infelizmente, sabe atrair sonhos.

Este tipo de crime é muito lucrativo, afinal, um ser humano pode ser vendido mais de uma vez. Dados da ONU estimam que cerca de 2,5 milhões de pessoas sejam vítimas deste negócio que anualmente desmembra centenas de famílias. Se por um lado a internet facilita sobremaneira nossa vida, por outro, favorece transações ilícitas, de difícil combate e difícil identificação. EM 2021, a Organização das Nações Unidas solicitou ação mundial para proteger as vítimas e reafirmar o Plano de Ação para o Combate ao Tráfico de Pessoas, lançado em 2010.

A alta exposição na internet, especialmente de jovens que buscam pelo reconhecimento de um público cada vez maior, pode se tornar um perigo. Essa produção de dados em excesso, espalhados massivamente nas redes sociais pode favorecer pessoas mal intencionadas, cujos objetivos podem chegar ao tráfico de pessoas. Diante disso, deixo a reflexão: Até onde uma pessoa é capaz de ir para conquistar likes, seguidores e views? Será que toda essa exposição vale a pena no final?

São questões como essas que levanto em “Laila”, um romance ficcional sobre uma jovem influenciadora que faz de tudo para conquistar números na internet. Assim como observamos diariamente nas redes sociais, a personagem mostra aos seguidores cada detalhe da própria vida, fazendo com que esse excesso de exposição lhe aproxime do tráfico humano.

*Vanessa Silla é formada em Letras, com Especialização em Literatura Brasileira, mestre e doutora em Escrita Criativa pela PUCRS. Com 12 livros publicados, transita entre poesia, crônica e prosa. “Laila” seu romance mais recente e que constrói um diálogo entre literatura e tecnologia.   

A verdade no lavrador

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Lavrador, de 40 anos, razoavelmente simpático, deseja encontrar mulher nas mesmas condições que possua um trator. Favor juntar fotografia do trator”. (Vernon Howard)

Vernon, em um livro, assegura que isso foi publicado em um jornal de Nova York. Eu acredito que sim. Um lavrador geralmente é sincero. E quando somos sinceros dizemos o que queremos, não importa o que pensem de nós. Afinal de contas ele queria um trator e uma companheira, embora mostrasse que o que interessava mais era o estado do trator. Cá pra nós, o cara mesmo sincero era cara-de-pau.

Vamos ser sinceros, mas mais delicados. O que desejamos ou simplesmente queremos, devemos buscar. Porque é assim que vencemos na vida. Nunca chegaremos onde queremos estar, se não formos positivos na luta pelo que queremos. E nunca encontraremos o que desejamos se não formos ativos. E ser ativo é ter pensamentos positivos e ativos. E como todos nós temos esse poder, por que desperdiçá-lo?

Estamos todos na mesma caminhada para o progresso. E só quando mantemos isso na nossa mente é que alcançamos o que realmente desejamos e queremos. Porque não basta desejar, temos que ir à luta para conseguir. Por mais tranquila que seja a vida, ela é um campo de batalha. Cada um de nós é um guerreiro da paz. Difícil é entender isso. Então vamos vencer as dificuldades, para vencer na vida. E nunca venceremos as dificuldades enquanto ficarmos preocupados com elas. Elas estão aí para serem vencidas e tidas como um ensinamento.

Nunca deixe de dar um sorriso maroto para a dificuldade, logo que se sentir vencedor. Porque ela, a dificuldade, sempre voltará. E da próxima vez, caso você a tenha vencido antes, ela virá mais forte. E é aí que nós vamos mostrar quem realmente somos. Simples pra dedéu. E tudo fica mais fácil quando entendemos que o amor é a arma mais poderosa que temos para vencer os obstáculos. E os maiores obstáculos não estão nas topadas nas ruas, mas dentro de nós mesmos. O que indica que somos, nós mesmos, os maiores adversários e inimigos que temos dentro de nós.

Construa seu exército pacífico, nos seus pensamentos. É com os pensamentos positivos que vencemos. E se é assim, por que briguinhas comadrescas? Os inteligentes não discutem. E a inteligência faz com que respeitemos os pensamentos das outras pessoas. E se respeitamos não contradizemos. Não precisamos ir com os pensamentos alheios, bastamos respeitá-los. É com o respeito às outras pessoas que elas nos respeitam. Tudo é muito simples, desde que não compliquemos. Vamos refletir sobre isso e nos respeitarmos como somos no que somos. Pense nisso.

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