Opinião

Opiniao 14878

Precisamos falar sobre ansiedade

Saulo Barbosa*

 

 A ansiedade e os transtornos de ansiedade são um conjunto de doenças psiquiátricas marcadas pela preocupação excessiva ou constante de que algo negativo vai acontecer. Em especial, durante as crises de ansiedade, as pessoas não conseguem se ater ao presente e sentem uma grande tensão – às vezes sem um motivo aparente. Esse problema pode manifestar sintomas físicos também, como sudorese e arritmia cardíaca. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 264 milhões de indivíduos vivem com transtornos de ansiedade no planeta.

Historicamente, a primeira descrição de ansiedade foi feita no início do século XIX e classificada como uma disfunção da atividade mental. Ao longo dos anos, a medicina foi reclassificando o termo, procurando entender melhor esta doença. No entanto, somente através dos trabalhos clínicos desenvolvidos pelo neurologista Sigmund Freud – mentor da Psicanálise – que os transtornos de ansiedade começaram a ser classificados de forma mais sistemática.

As oportunidades que se apresentam todos os dias diante de nós podem ser inalcançáveis para o ansioso. No Brasil, eles atingem 9,3% da população, o que faz nosso país estar no topo do ranking em uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), em 2021. Tal pesquisa também apontou que, em uma lista de onze países, o Brasil é o que tem mais casos de trabalhadores com problemas de saúde mental. Na realidade, os dias parecem todos iguais e raramente deixam alguma lembrança que dure para quem sofre de ansiedade. A grande questão, no entanto, é: como sair disso?

Encontramos várias dicas na internet que podem se tornar importantes aliadas dos ansiosos, como, por exemplo, fazer atividades físicas. Na prática, esta é uma das sugestões mais comuns para controlar a ansiedade, bem como a organização da rotina, a higiene do sono e exercícios de presença.

Sabemos, entretanto, que o ansioso deve constantemente se lembrar que “felicidade é estar fazendo exatamente o que deveria, se a morte me encontrar.” Quem caminha para esse “lugar” não tem o que temer pois, ao final, o que importa mesmo é chegar lá. Que tenhamos esperança e nos dediquemos para, um dia, alcançar essa felicidade.

Na verdade, do ponto de vista psicológico, quando o paciente entende isso, sua ansiedade vai embora. Não podemos perder de vista que fomos criados pensando que a felicidade chegaria sempre depois de algo material: faculdade, trabalho, casamentos, filhos. Mas não funciona assim.

A felicidade se encontra na frente das pessoas, sem que elas percebam: em pequenas tarefas que devemos executar com a certeza de que, acontecendo ou não, cumprimos seu papel, sendo protagonistas da nossa própria história.

 

*Saulo Barbosa é médico psiquiatra formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro com residência médica em psiquiatria pelo IPUB-RJ. Atende pacientes presencialmente em Minas Gerais, e on-line em todo Brasil e exterior.

Construir para o retorno com amor

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Não viva para que sua presença seja notada, mas para que sua falta seja sentida”. (Bob Marley)

Para que nossa falta seja sentida é necessário que sejamos fortes no presente. E para ser forte não precisamos nos preparar para as guerras. Nem mesmo quando as guerrinhas são coloquiais. Só há uma arma forte e poderosa para vencermos na vida e deixarmos saudades: é o amor. Então vamos amar com firmeza, sinceridade, dedicação e muito respeito pelo próximo. E tudo de que necessitamos para nos prepararmos para nossa ausência, está dentro de nós. “O reino de Deus está dentro de nós”. É só acreditarmos nisso e nos valorizarmos no que somos.

Viva cada dia de sua vida como se ele fosse o último. E para deixarmos saudades precisamos deixar o melhor de nós, nas lembranças dos outros. Então vamos fazer o melhor que pudermos fazer, hoje, para que sejamos lembrados amanhã. Vamos construir nosso futuro, mesmo que estejamos fora dele. Já sabemos que nunca nos afastaremos dos que nos amam, desde que os amemos na mesma dose. E nada de derramamento de sentimentalismo. O amor é muito sério para ser confundido com sentimentalismo. Vamos amar para que sejamos amados, mesmo estando distantes, já fora da vida.

Quando caminhamos pelas veredas da racionalidade sa
bemos que somos imortais. Que estamos no paraquedas do ir e vir. E o que viveremos e doaremos na próxima vinda vai depender do que produzimos na vida atual. Então vamos viver racionalmente cada minuto do nosso dia, hoje. Com certeza ele é o nosso último dia, já que não o viveremos amanhã. Simples pra dedéu. O tempo só existe onde não há racionalidade suprema. A unidade de tempo indica que ainda não sabemos caminhar na racionalidade. Mas não se apresse, apenas seja racional e dirija sua vida na caminhada do progresso. E o progresso está na sua felicidade. E sua felicidade está em você e com você.

E nada de confundir esse papo com filosofia, religião ou coisas assim. É apena uma visão de como podemos ser felizes sem precisar de pedir orientação de alguém. A vereda da vida quem escolhe é você. Se nada estiver dando certo, veja em que vereda você está caminhando, e mude de rumo. Você é o timoneiro de sua vida. É só saber para onde está indo e seguir em frente. Se errou, aprenda com o erro. Aproveite seu fim de semana e viva sua vida, produzindo o melhor de você para que todos sintam sua falta, na sua ausência. E tenha sempre em mente, que só o amor constrói. Nada pode ser construído sem a presença do amor. Então ame, mas sem arrufos nem exageros. E tudo está em você. Aproveite o melhor de você, no amor. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460