COP 27: Sobrevivência e Inclusão
André Naves (*)
Diz a sabedoria popular que sempre que não se quer resolver um problema, basta criar uma comissão. As COPs — Conferências das Partes da Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), no sentido do ditado citado, vêm se arrastando dominadas pela hipocrisia, pelos debates vazios e com poucos efeitos concretos e práticos. Ao invés de combater a devastação ambiental, garantindo a sobrevivência humana na Terra, ela acabou se tornando um convescote dos donos do poder e convidados.
Entretanto, a recente versão (27) desse encontro parece fortalecer diversos aspectos simbólicos, indicando a mudança paulatina dos paradigmas humanos. Pelos sinais emitidos, pode-se acreditar que se entendeu a necessidade da Inclusão e da Diversidade como pontos centrais para a resolução da questão ambiental. Em outras palavras, somente práticas inclusivas, que reduzam as mazelas sociais trazendo aqueles historicamente marginalizados e estruturalmente excluídos, com suas diversas potencialidades e saberes, ao centro do debate ambiental, podem indicar caminhos para a superação dessa emergência.
Pelo local escolhido para a realização, Sharm-el-Sheik, no Egito, continente africano, além do protagonismo conquistado pelos povos originários, percebe-se a importância simbólica de novos, e mais diversos, atores para o enfrentamento da situação. Efetivamente, a centralidade dos debates saiu das inofensivas intenções escritas sob comando dos países desenvolvidos, e passou para, entre outros debates inadiáveis, o tema acerca dos financiamentos da preservação ambiental e da inclusão social, liderado pelos países em desenvolvimento.
Nesse sentido, a delegação extraoficial brasileira, liderada pelo presidente eleito, aproveitou-se dessa evolução paradigmática para atrair novos investimentos e aumentar seu poder de influência diplomática, ao anunciar o apoio à criação dos BICs (grupo entre Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo, que concentra mais de 50% das florestas tropicais do mundo, para liderar o processo de desenvolvimento sustentável) e da Cúpula da Amazônia (grupo dos 9 países amazônicos – Brasil, Equador, Venezuela, Suriname, Peru, Colômbia, Bolívia, Guiana e Guiana Francesa (França) — que liderará a preservação florestal amazônica); além de se oferecer para sediar a COP-30 numa cidade da Amazônia brasileira.
Além disso, os discursos e sinalizações brasileiras, indo além daquelas dadas pelos atores mundiais, passaram a indicar a necessidade premente de alianças permanentes entre os setores produtivos do agronegócio e da indústria nacionais, setores sociais, incluídos aqueles historicamente precarizados, e da inteligência científico-acadêmica, para a defesa ambiental. Esse movimento indicou que não há política ambientalmente sustentável divorciada da inclusão social, da educação, do trabalho e do desenvolvimento econômico.
Por enquanto, são só palavras. A concretização desse novo paradigma socioambiental dependerá da crítica, da fiscalização e do trabalho disciplinado de todos nós.
Um novo mundo é possível, mas para isso devemos, todos, participar ativamente de sua construção!
*André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Sociais. Escritor, professor e palestrante.
Quando o não é positivo
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Diga não à pessoa que tentar menosprezá-lo ou abalar sua autoestima. Diga não à pessoa que tentar solapar sua autoconfiança. Assim fazendo, estará dizendo sim a si mesmo”. (Catherine E. Rollins)
O negativismo depende de cada um de nós. Há um estudo que diz que do primeiro ano de idade, até os dezoito anos, a pessoa ouvi cem mil vezes a palavra não. Isso não significa que a pessoa se baseie no negativo da palavra. O importante é que saibamos lidar, tanto com o positivo quanto com o negativo. E isso depende de cada um de nós. Podemos tornar o não, tanto negativo quanto positivo, mesmo que ele tenha sido usado negativamente.
É muito importante que demos atenção a orientações que nos parecem fúteis. Porque a futilidade pode estar na nossa interpretação. Já vi alguém rir com o pensamento do Emerson, quando ele diz: “Você é tão pobre ou tão rico quanto o seu vizinho, senão não seria vizinho dele”. Quando você se aborrece com alguém porque ele foi grosseiro com você, você está se igualando a ele. Estará lhe dando resposta na mesma grosseria. Nunca se aborreça com um imbecil, senão você estará
se vizinhando a ele.
Mantenha-se no treino do seu dia a dia, mesmo dentro de sua casa, no comportamento adequado à evolução racional.
Mantenha seus passos firmes, mesmo que sua caminhada seja do seu quarto à cozinha. Assuma sempre atitudes positivas, mesmo que os acontecimentos sejam negativos. O importante é que você nunca se deixe levar pelos pensamentos nem atitudes das outras pessoas. “O reino de Deus está dentro de nós”. Quando você acredita nisso não há por que sair por aí procurando o que já está em você. Valorize-se no que você é e seja sempre melhor do que é. Desde, claro, que o que está dentro de você seja positivo. E você é a única pessoa com competência para fazer você se sentir feliz ou infeliz, se você estiver a fim. O que faz de você seu próprio timoneiro.
A evolução humana é tão importante que não lhe damos importância. Ela está, muitas vezes, em áreas que ignoramos como evolução. Ainda há pouco assisti a um jogo da Copa do Mundo. Enquanto a bola corria eu refleti sobre a importância do futebol para o mundo. A evolução nas últimas décadas. Aí pensei que o futebol está fechando a cortina para o futebol-americano. Aí comecei a sorrir, provocando olhares de soslaio dos que estavam na sala. É que nunca entendi por que o futebol-americano é futebol, se a bola é jogada com as mãos. E como a sala estava lotada de técnicos da família, daqui a pouco irei ser esclarecido sobre o assunto. Legal pra deu e vai me dizer o quanto sou tolo no assunto. Pense nisso.
99121-1460